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A Articulação das Forças Políticas

A partida de D. João VI acarretou a polarização das forças políticas no Rio de Janeiro.

De um lado, o Partido Português, defendendo a recolonização agrupava comerciantes e militares insatisfeitos com a autonomia da Colônia.

De outro, o Partido Brasileiro, que estava dividido em dois grupos: os democratas e os aristocratas, ambos com o mesmo interesse - a Monarquia constitucional.

Haviam ainda os absolutistas, que insistiam na defesa do poder absoluto do rei e eram contra as Cortes que desejavam uma Monarquia constitucional.

Apesar de serem chamados de partidos, eram na verdade grupos de pessoas que se uniam em defesa de seus interesses. A designação - Partido Português e Partido Brasileiro - não tinha sentido de nacionalidade, visto que brasileiros e portugueses eram encontrados em ambos os grupos.

O perigo da recolonização, mais forte a partir das ordens que exigiam o imediato regresso do príncipe D. Pedro, permitiu que absolutistas, democratas e aristocratas se unissem contra o inimigo comum - as Cortes portuguesas, representadas aqui pelo Partido Português. Afinal, apesar de suas diferenças, não podiam permitir que o príncipe se submetesse à política das Cortes. No entanto, democratas, aristocratas e absolutistas divergiam entre si.

Imagem 1Os democratas, liderados por Gonçalves Ledo, destacavam a importância do Poder Legislativo, defendendo a convocação de uma assembléia constituinte para o Brasil com representantes de todas as províncias, o que permitiria a igualdade de representação e a vontade da maioria da sociedade. Alegando que "quem governa com o Povo, governa com a força", propunham eleições diretas. No entanto, o Povo não significava a massa da população, "a plebe" e os escravos, mas tão somente a camada proprietária de escravos e de terras, branca e livre, essa sim a "maioria" da sociedade política.

Os aristocratas, por sua vez, orientados por José Bonifácio, eram favoráveis à formação de um Poder Executivo forte, capaz de manter a unidade territorial e política, evitando a fragmentação, como ocorrera na América espanhola. Consideravam "inaceitável" o predomínio do Poder Legislativo e adotavam uma posição hierarquizada, em que somente teriam representação os melhores da "maioria". Defendiam a eleição indireta, opondo-se às idéias de fundo republicano.

Até o final de 1821, aristocratas e democratas, membros do Partido Brasileiro, acreditavam que a fórmula ideal para fortalecer a autonomia do Brasil seria a manutenção do Reino Unido. Porém, com o passar do tempo, ante a pressão das Cortes, expressa por decretos recolonizadores e pela exigência do retorno imediato do príncipe D. Pedro, a separação passou a ser vista como a única solução possível.

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  • A Articulação das Forças Políticas
    O "Partido Brasileiro": Aristocratas e Democratas