O Indianismo como Projeto de Nacionalidade |
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Enquanto que, na Europa, os escritores românticos valorizavam os temas heróicos da Idade Média, no Brasil o nacionalismo exaltava o indígena, o "bom selvagem", transformado em herói nas páginas dos romances e nas poesias de nossos escritores. As paisagens da nossa terra, os índios, a vida no campo e na cidade passaram a ser os temas da nossa literatura, teatro, pintura e música.
Gonçalves Dias, considerado o principal poeta romântico brasileiro, exaltava a natureza e o sentimento de honra e valentia do índio. Graças a seus poemas I-Juca- Pirama, Os Timbiras, Canção do Tamoio, entre muitos outros, o indígena transformou-se em símbolo do nacionalismo romântico brasileiro.
Na prosa, José de Alencar aparece como um dos mais importantes escritores desse período. Em sua obra, nota-se a preocupação em expressar uma realidade tipicamente brasileira através de um modo de escrever que procura refletir o espírito do nosso povo, seu vocabulário e sua maneira de falar. Seus romances Iracema e o Guarani mostram a figura do índio idealizado ao extremo. Em O Sertanejo e em O Gaúcho relata a vida e hábitos das populações que viviam longe das cidades. Já em seus romances sociais ou urbanos, José de Alencar traçou uma crítica das relações humanas na sociedade do Rio de Janeiro na época, além de destacar, nos "perfis femininos", a força da mulher.
No Brasil, o folhetim e os romances obtiveram grande sucesso entre as mulheres. Os romances urbanos de José de Alencar, destacando as personagens femininas e os de Joaquim Manuel de Macedo revelando os costumes e a vida social do Rio de Janeiro, logo se tornaram os favoritos das brasileiras.
O Filho do Pescador, de Teixeira e Sousa e A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, marcaram o início do romance romântico no Brasil. |