Sou formada em Educação Artística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e concluí pós-graduação lato sensu em Arteterapia – Educação e Saúde em 2002.
Leciono há 21 anos, 16 dos quais na rede municipal de ensino do Rio. Na profissão, já atuei em todos os segmentos – da Educação Infantil à EJA, nas disciplinas Artes Visuais, Literaturas na Infância e Projeto de Vida Sustentável.
Em 2019, desenvolvi na E.M. Magdalena Tagliaferro (11ª CRE), no bairro da Portuguesa, um projeto alusivo à cultura nordestina com diversos trabalhos produzidos sobre o tema ao longo do ano. A atividade está registrada no portal da MultiRio e há menção na Plataforma Freire às atividades que desenvolvi nos percursos pedagógicos.
Em 2022, participei da II Conferência Municipal Infantojuvenil pelo Meio Ambiente através do eixo Resíduos, logrando êxito nas duas unidades escolares nas quais atuo.
A questão da sustentabilidade está agregada ao contexto artístico de forma lúdica, promovendo a reutilização de materiais com vistas a desenvolver as potencialidades criativas dos educandos.
Assim, o objetivo principal do projeto Conexões Visuais e Socioemocionais foi estimular o protagonismo discente através de uma abordagem lúdica da Educação Socioemocional, segundo a qual sentimentos e emoções permeiam o fazer artístico.
A exposição dos trabalhos estimulou a interatividade e a comunidade escolar pôde participar através do voto baseado em vivências emocionais. Pude observar a participação constante dos envolvidos quando da conferência da urna e dos potes das emoções, que ficavam esvaziados.
Outro objetivo elencado foi o de inserir obras modernistas ao campo da visualização da comunidade, almejando, assim, alusão ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Estabeleci um link de algumas imagens do período modernista à questão emocional, de modo que o voto fosse associado à emoção demonstrada e percebida nas obras de arte, estimulando, desse modo, a leitura de imagens e uma conexão subjetiva de cada indivíduo. A leitura da obra da arteterapeuta Anna Llenas O monstro das cores permitiu a autoanálise e a percepção das emoções e das cores.
O projeto Conexões Visuais e Socioemocionais articulou-se à proposta pedagógica a ser desenvolvida por todos os professores da unidade escolar, em consonância com o projeto político-pedagógico, que visa à participação constante da comunidade escolar naquele espaço, de forma a estimular as potencialidades dos educandos.
Nas aulas de Artes Visuais do Ensino Fundamental I e de Literaturas na Infância, da Educação Infantil, desenvolvi atividades relacionadas às emoções a partir da leitura e análise de obras de arte e da leitura da obra O monstro das cores.
Considerando a relevância do Centenário da Semana de Arte Moderna, de 1922, estabeleci uma conexão entre a percepção de obras de arte desse período e o campo socioemocional. Por ser um ano eleitoral, projetei uma urna pela qual os alunos recebiam instruções de como utilizá-la para votar de acordo com as suas emoções e as imagens observadas.
A partir da leitura de O monstro das cores, foi possível realizar diversos desdobramentos como desenhos, monstros feitos com caixas de leite e rolinhos de papel higiênico e um outro formato de votação em que havia papéis coloridos em cada pote representando emoções associadas à história do livro.
Todos os alunos participaram das votações e esse formato de trabalho serviu de inspiração a outros professores, pois os alunos puderam interagir e se conectar com o projeto. Os discentes tiveram contato com materiais como tintas, caneta hidrocor, lápis de cor, giz de cera, papéis coloridos, entre outros. A reutilização de caixas de leite e de rolinhos de papel higiênico possibilitou a construção plástica, ampliando o repertório criativo e o estímulo à coordenação motora.
A pluralidade entre as conexões visuais e socioemocionais agregou novos conhecimentos à comunidade escolar através dos trabalhos realizados e expostos. Dessa maneira, constatou-se que o estímulo à valorização dos aspectos socioemocionais e das atividades visuais propostas logrou êxito através de uma aprendizagem lúdica e dinâmica, na qual foi oportunizado aos alunos o reaproveitamento de materiais na execução dos trabalhos realizados.
A adequação dos conteúdos e das atividades à faixa etária dos alunos foi um aspecto importante à condução do projeto e à consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo de seu desenvolvimento.
A construção de uma aprendizagem significativa e do protagonismo discente permeou todo o processo de ensino no nosso projeto. De modo geral, a identificação das imagens com as subjetividades estabeleceu a conexão almejada, pois a avaliação qualitativa foi um processo contínuo e percebido durante o período no qual foi realizado.