Sou graduada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Leciono na rede municipal do Rio há 19 anos. Nesse período atuei tanto em turmas de Educação Infantil como em turmas do 1º ao 5º ano. Também participei como mediadora do projeto Time de Alfabetizadores, da SME-Rio, em 2018.
Trabalho como docente na E.M. Ayrton Senna da Silva (8ª CRE), em Bangu, há 16 anos, 10 dos quais como coordenadora pedagógica.
Este ano nossa escola fez 25 anos. São 25 anos oferecendo um ensino de qualidade e desenvolvendo atividades que buscam atender às necessidades dos nossos alunos.
Nosso projeto político-pedagógico visa enriquecer, organizar e estruturar o planejamento por meio de propostas significativas que possibilitem aos alunos uma formação global, contribuindo, assim, para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
A alfabetização em nossa escola acontece na idade certa. É um trabalho árduo, mas com resultados gratificantes, realizado pela professora Claudia há 16 anos, nas duas turmas de 1º ano.
As turmas de alfabetização são heterogêneas e o maior desafio é identificar em cada aluno o seu potencial. Por meio de um planejamento com atividades didáticas permanentes e sequenciadas, procuramos valorizar não só a capacidade intelectual dos alunos, mas também o saber conviver e respeitar os colegas.
Uma das propostas que favorece o aprendizado dos nossos alunos tem o nome de O Mundo Encantado da Leitura, projeto que garante acesso à literatura e ao livro como bens culturais. No ano letivo de 2021, desenvolvemos este projeto após o retorno presencial dos alunos. Montamos uma tenda colorida no pátio da escola para apresentações teatrais, musicais e de contação de histórias – tudo organizado pela comunidade escolar e com ênfase no protagonismo dos alunos.
Em 2021, o projeto versou sobre a Consciência Negra e a cultura que envolve essa temática. A partir das habilidades da priorização curricular relacionadas à alfabetização e ao letramento, a professora Claudia planejou uma sequência didática com o livro O cabelo de Lelê.
Num primeiro momento, Claudia apresentou a capa do livro e desafiou os alunos a anteciparem o assunto da história, observando as informações contidas na capa. Aproveitou o momento para pontuar informações e conceitos que as crianças já tinham acerca do tema.
Após a fala dos alunos, contou a história e perguntou e registrou as impressões das crianças sobre o assunto tratado no livro. Em seguida, sugeriu que as crianças escrevessem o nome da personagem e seis características dela, para que identificassem a quantidade de letras e sílabas, a letra inicial e a final de cada uma dessas palavras.
Além disso, algumas imagens do livro foram selecionadas para que as crianças, a partir delas, construíssem frases e desenhassem as características físicas da personagem. No final, as crianças, com ajuda de um adulto, pesquisaram palavras de origem africana e que fazem parte do vocabulário utilizado no Brasil. Foi um sucesso!
A partir dos resultados do projeto O Mundo Encantado da Leitura, pode-se dizer que, para inserir uma criança no mundo letrado, primeiro é preciso haver o encantamento; depois, ela mesma vai querer descobrir o segredo que transforma letras e sílabas em histórias (ALVES, 2008).
Desenvolver este projeto com nossos alunos após o retorno presencial foi muito prazeroso, pois conseguimos perceber que a magia da história traz alegria, leveza e muito aprendizado.
Ver toda a comunidade escolar envolvida neste processo nos faz acreditar que cada momento se torna único e singular para desenvolver conhecimentos que os alunos levarão para suas vidas.
Este projeto tem influenciado os resultados positivos obtidos por nossa escola na alfabetização de nossos alunos, pois desenvolve o gosto pela leitura, a oralidade e a escrita, ou seja, trabalha de forma prazerosa e lúdica os quatro eixos da alfabetização: leitura de textos, produção de textos, oralidade e conhecimentos linguísticos.
ALVES, Rubem. Ostra feliz não faz pérola. 3.ed. São Paulo: Planeta, 2008.
BELÉM. Vitória. O cabelo de Lelê. 1.ed. São Paulo: Ibep jr, 2012.