Apesar de termos lixeiras de coleta seletiva na escola, percebemos que tanto alunos como funcionários não faziam o descarte adequado do lixo. Isso se dava não só pela falta de cultura e consciência ambiental como também pela ausência de sinalização e desconhecimento dos impactos diretos e indiretos do consumo e descarte exacerbados.
A partir do conteúdo do documentário Lixo extraordinário (2011), começamos a refletir sobre formas de consumo e descarte. E depois a estudar conteúdos mais específicos relacionados à questão da sustentabilidade.
Segundo LOUREIRO (2004), no artigo Educação ambiental transformadora, “a educação ambiental transformadora enfatiza a educação enquanto processo permanente, cotidiano e coletivo pelo qual agimos e refletimos, transformando a realidade de vida. Está focada nas pedagogias problematizadoras do concreto vivido, no reconhecimento das diferentes necessidades, interesses e modos de relações na natureza que definem os grupos sociais e o lugar ocupado por estes em sociedade, como meio para buscar novas sínteses que indiquem caminhos democráticos, sustentáveis e justos para todos” (p. 81).
Partindo dessa perspectiva, fizemos um trabalho mais extenso, multidisciplinar, no qual a temática da sustentabilidade ia surgindo em diversas disciplinas ao longo de todo semestre, com filme, aula expositiva, debates, jogos e atividades voltados à produção de materiais para o despertar da conscientização.
Começando com o documentário Lixo extraordinário que mostra o artista plástico brasileiro Vik Muniz conhecendo relatos pessoais de quem sobrevive do descarte inconsciente, refletimos sobre a nossa forma de descarte, o que podemos mudar individualmente para que catadores, como os que aparecem no filme, possam ter um trabalho mais humano.
Refletimos também sobre quem são as pessoas ao nosso redor que catam esses materiais. Com uma aula expositiva, estudamos o que é sustentabilidade, de que maneira ela afeta nossas vidas e o que são os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
Conhecemos algumas ações coletivas e individuais que mudaram e estão mudando suas localidades a partir de pensamentos sustentáveis. Conhecemos o tempo de decomposição de materiais que usamos rotineiramente e descobrimos o que pode acontecer com o descarte errado desses materiais.
Refletimos sobre quais ações e equipamentos nossa escola já possui alinhados com a sustentabilidade.
Durante uma dinâmica, exercitamos nosso conhecimento sobre que material deve ir para cada lixeira. (Nessa mesma atividade tivemos um diálogo com a horta da escola, pois nessa dinâmica o grupo vencedor teve o direito de escolher a hortaliça que levaria para casa).
Produzimos sinalização para os locais onde precisávamos melhorar nossas atitudes em relação aos equipamentos existentes na escola, como lembrar de jogar o lixo de plástico na lixeira de plástico, o de papel na lixeira de papel. E, finalmente, passamos a usar de forma correta as lixeiras seletivas da escola.