Este relato parte da formação realizada pela Escola de Formação de Paulo Freire (E/SUBE/EPF), idealizado e implementado pela Gerência de Formação de Educação Infantil (GEFEI), para as Professoras Articuladoras, (PAs) e para Coordenadoras das Creches Parceiras (CPs) da Secretaria Municipal da Educação, SME/RJ. O objetivo desta formação foi considerar que a formação continuada dos professores, especificamente, os professores/as da Educação Infantil são constituídos por vários saberes, redes de conhecimentos que atravessam as histórias de vida e o cotidiano escolar, junto aos seus pares e outros interlocutores, sujeitos do cotidiano escolar (equipe docente, crianças e famílias). Saberes estes, entrelaçados com as memórias e práticas, que vão sendo constituído de forma permanentemente. “A formação é compreendida como o caminho que acontece em um continuum, formar-se é tornar-se” como afirma a professora Sâmia. (SAMIA, 2017. p. 166). A autora também referência o professor Antônio Novoa (apud SAMIA, 2017) sobre a importância de criar “comunidades formativas de aprendizagem” que desenvolvam atitudes e ambientes reflexivos, colaborativos e transformadoras. O percurso formativo, intitulado: Professor Articulador: Repensando ações formativas e cotidianas da EI tem 7 módulos presenciais. Este relato compreende o módulo I realizado no começo do ano letivo em 2023. A metodologia deste módulo se inicia com a proposta de uma pergunta: O que é ser um professor/a artesão na contemporaneidade? Lançada a pergunta para os educadores é preciso destacar o impacto de suas argumentações que surgiram sobre “ofício” de ser um professor das infâncias. O diálogo prosseguiu com reflexões sobre um saber/fazer reflexivo sobre as suas próprias práticas diárias junto as crianças no cotidiano escolar que fogem completamente a dimensão linear, homogênea e de produção mecânica. Ao entrelaçar os comentários surgidos ao logo da formação, junto as educadoras, vários outros conceitos surgiram e, mais precisamente, com o conceito de artesania de Richard Sennett. (2009). Sennett, argumenta que a ação pedagógica é semelhante a uma produção artesanal. Pode-se dialogar através deste autor, que o espaço/tempo escolar das infâncias possuem especificidades que não são de uma ordem industrial acelerada pela produção em série e, sim, assemelhar-se a artesania, pois teria um tempo diferenciado de investigar e de experimentar permeado pelas estéticas, pela cultura e pelo brincar, e este, profundamente marcado, por um ritmo próprio das infâncias voltado para as curiosidades.
Concluímos que o impacto de uma formação é imensurável, pois é na aposta nas múltiplas redes de conhecimentos que os educadores/as, estando imersos, inventam e reinventam contextos, saberes/fazeres, significados e sentidos para aqueles envolvidos nos cotidianos da educação infantil.