• Refletir sobre a importância do registro na EI como local de compartilhamento de cotidianos, de reverberações das histórias de vida, traduções e ressignificações curriculares;
• Perceber as “camadas” dos registros e a utilização das diferentes linguagens;
• Conhecer e articular as Políticas Públicas e as ferramentas para a avaliação da Educação Infantil;
• Compreender o registro como local de formação e autoavaliação docente.
A presente formação seguiu um caminho metodológico, a partir de movimento estético, com Brincadeira de Observação e apreciação da história “Zoom” de Istvan Banyai, e movimento conceitual, com as abordagens e os diálogos, a partir do Currículo Carioca da Educação Infantil.
A brincadeira de Observação se deu da seguinte maneira:
1 - Em duplas os participantes se observaram. 2 - Após a observação ambos ficaram de costas um para o outro e modificaram, retiraram ou acrescentaram, um objeto que anteriormente, estava visível ou não, em seu corpo. 3 - Ao ficarem novamente um de frente para o outro, ambos falaram o que estava diferente no outro.
Esta brincadeira possibilitou, além da descontração do grupo, pensarmos sobre a importância da observação no nosso dia a dia, dando atenção aos detalhes. Afirmamos que o foco na observação das ações das crianças é o primeiro passo para a realização de registros e exige um olhar e uma escuta sensível. E a tradução desta observação é carregada de interpretações que é atravessada pelas experiências, histórias e cultura do observador.
Registrar as ações das crianças no dia a dia é fundamental para acompanharmos o seu desenvolvimento e as suas narrativas. O registro existe para contarmos uma pluralidade de histórias, além de possibilitar o acompanhamento dos processos de aprendizagem, também comunica o resultado de uma proposta.
As diferentes formas de registro (fotografias, desenhos, vídeos, relatórios, portfólios, diário de bordo, planejamento narrativo etc.), contribuem para a produção de uma documentação pedagógica, que propicia análises críticas ao revisitarmos os processos vividos pelas crianças e adultos. A visibilidade e a comunicação das propostas oferecidas, para as crianças, para as famílias e para demais adultos, se dá a partir dos registros elaborados pelo educador, por isso registrar na E.I. é uma ação imprescindível. Os murais, as paredes das Unidades são formas de comunicarmos, intencionalmente, os registros e estes devem valorizar as produções das crianças. Estes espaços contam histórias, revelam concepções e a identidade da Unidade.
Compartilhar a documentação representa participar de um verdadeiro ato democracia, dando suporte à visibilidade e à cultura da infância, tanto dentro quanto fora da escola: participação democrática, ou “democracia participante”, que é resultado da troca e da visibilidade. RINALDI (2012, p.113)
Para continuarmos ampliando o nosso repertório e as nossas discussões, apreciamos a história “Zoom”, que nos oportunizou pensarmos sobre a nossa percepção imediata para as coisas, e o perigo do equívoco de um olhar único, que pode nos colocar, às vezes, em “saias justas”. Aproveitamos a mensagem para ressaltar que, o que olhamos, nem sempre é o que parece ser, pois, cada ser a partir de sua percepção interpreta de formas diferentes uma mesma situação.
Devemos ser cautelosos ao utilizarmos as redes sociais com a intenção de comunicarmos as ações das crianças, pois, os registros são compostos por diferentes camadas (experiências, linguagens, materialidades, intencionalidades, estéticas, narrativas, memórias), e a identidade da Unidade é vista por diferentes olhares.
Registrar a prática vivenciada pelas crianças e bebês, para muitos educadores ainda é um desafio, por isso, afirmamos que a formação contínua é capaz de transformar olhares, concepções, espaços, narrativas, vidas – das crianças, das famílias e dos profissionais.