Resgatar historicamente as concepções de currículo;
Entender a concepção dos documentos norteadores de Educação Infantil na Rede Municipal de Educação;
Fomentar a discussão sobre a concepção de Desemparedamento com toda comunidade escolar;
Pensar práticas pedagógicas que possibilitem as crianças brincar livremente e construir relações saudáveis em seus territórios, acompanhadas da natureza e de boas práticas de urbanismo.
A formação das Professoras Articuladoras foi divida em 8 módulos. Neste II módulo da formação de professores abordamos a temática: A Janelinha abre: Desemparedar as infâncias e o diálogo com o currículo. Dialogamos sobre o tema central da Coordenadoria da Primeira Infância (CPI) - “A criança e a natureza”, pensando nas diferentes práticas e concepções, além do diálogo com o currículo e com o material Rioeduca.
Conversamos sobre o termo Desemparedamento, termo este cunhado pela professora doutora Léa Tiriba da UNIRIO, que nos atenta a identificar, assim como outros pesquisadores, a diminuição de acesso a áreas verdes, somada à perda de liberdade das crianças na cidade, fazendo com que elas fiquem cada vez mais confinadas – geralmente acompanhadas de uso excessivo de telas. Após refletirmos sobre o tema, chegamos a um consenso de que uma negociação intersetorial é necessária. É preciso um diálogo entre educação, urbanismo, obras, planejamento e trânsito, para que sejam feitas melhorias nos espaços e eles sejam mais amigáveis para as crianças, afinal, pensar em uma cidade melhor para crianças é pensar em uma cidade melhor para todos.
Resgatamos, historicamente, as concepções de currículo, que durante muitos anos foi caracterizado como uma lista de conteúdo a ser transmitido para todos. Algumas considerações dos professores a respeito do Currículo foram feitas: O que é a construção do cotidiano nas creches e EDIs, senão, a organização curricular? Qual o sentido de as “coisas” acontecerem do jeito que acontecem nas UEs? Faz sentido as crianças pequenas terem 15 min. para almoçarem? É preciso pensar nesse cotidiano que parece ser feito de forma mecânica. Inspirados no conceito rizomático, que na filosofia se refere ao rizoma, que ilustra a estrutura do conhecimento como uma raiz que origina múltiplos ramos, sem respeitar uma subordinação hierárquica estrita, como ocorre no modelo arbóreo.
Convidamos o grupo a participar da dinâmica para a construção de um currículo a partir de uma brincadeira com blocos de madeira. Dinâmica conceitual: Os participantes foram divididos em grupos e receberam as peças do jogo para montarem uma torre. A base da torre foi composta por 3 peças, as quais, continham 3 palavras que o grupo considerava fundamental para a elaboração do currículo e assim seguiram empilhando as demais peças. Após a construção da torre, foi feito um sorteio das peças que deveriam ser retiradas, como no Jogo “Caiu perdeu” / “Jenga”. Esse momento oportunizou pensarmos na importância do coletivo (gestão, professores, famílias) e nas concepções de crianças e infâncias de todos. E percebemos o quanto o currículo é uma disputa de poder.
Enfim, o currículo precisa ser construído a partir de muitas conversas, considerações e escolhas. Nós da GEFEI (Gerência de Formação de Educação Infantil) acreditamos que a formação continuada é uma ferramenta indispensável para o professor pensar, agir e refletir sobre a sua prática pedagógica com as crianças.