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Boas Práticas
Educação de Jovens e Adultos (EJA Rio)
"A EJA é uma Mulher Negra!"
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADES DE ENSINO
EM Professor Gilberto Bento da Silva - 9ª CRE
Rua Francisco Mota 850 - Campo Grande
Ginásio Educacional Carioca - GEC


EM Professor Gilberto Bento da Silva - 9ª CRE
Rua Francisco Mota 850 - Campo Grande
Ginásio Educacional Carioca - GEC


AUTOR(ES)
Julio Antonio Gomes da Silva
Mestrando do PROFHISTÓRIA - Mestrado Profissional em Ensino de História, núcleo UFRJ. Possui graduação em História - Licenciatura pela Universidade Veiga de Almeida (2006). Em 2009, especializou-se em História Social e Cultural do Brasil, nas Faculdades Integradas Simonsen. Em 2017, concluiu a Especialização em Educação e Relações Étnico-Raciais, na Universidade Federal Fluminense. Sua pesquisa gira em torno de ensino de História, decolonialidade, representatividade, educação de jovens e adultos, educação e cotidiano escolar, currículo, narrativas e memórias. Participa do Grupo de Pesquisa Diferenças e Interculturalidades no Ensino de História DIFERIR, que integra o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lepeh-UFRJ) e o Núcleo de Estudos de Currículo (NEC) da UFRJ, ligados à Faculdade de Educação (UFRJ).
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
Professor I - 16 horas (História)
EJA/Bloco
EJA II Bloco 1 e EJA II Bloco 2
COMPONENTE CURRICULAR
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PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Março/2023 até Dezembro/2023
Objetivos das Orientações Curriculares da EJA

· Compreender a cidadania como um processo de ampla e irrestrita participação na sociedade, incluindo o exercício de seus direitos e deveres civis, sociais e políticos: A partir deste objetivo, refletimos sobre que direitos e deveres cabem a cada grupo dentro de nossa sociedade e sobre quem faz essa atribuição (e o porquê a faz);

· Compreender como relações de poder e dominação são construídas socialmente, indicando um determinado modelo de desenvolvimento socioespacial: Dentro das vivências, chegamos a um espaço onde mulheres negras não tinham voz nem vez, ocupando lugares estereotipados, como se fossem suas únicas opções;

· Analisar possíveis causas das desigualdades sociais, do racismo estrutural, do racismo ambiental, a partir do modelo de domínio e ocupação do território brasileiro (colonização), seus efeitos nas sociedades atuais e possíveis soluções: As turmas viram nos relatos das alunas um grito abafado por séculos de apagamentos e silenciamentos e se percebem, a partir de então, como agentes transformadores dessas situações. Gostaram de ter vez e voz e, agora, sabem que inspiram enquanto transpiram para seguir em frente.

Inicialmente, trabalhamos com um levantamento biográfico de algumas alunas negras, que se declaram como tal, escolhidas pelas suas respectivas turmas, com foco em casos de preconceito sofridos por elas ou pessoas próximas; construção de saberes coletivos em relação às diversas formas de racismo e os motivos que as afastaram da sala de aula, além dos porquês de seus respectivos retornos. Desse levantamento, foi produzido um material impresso, em forma de folder, e um banner, onde apresentamos os sujeitos envolvidos (no caso, as alunas entrevistadas) e citações pertinentes aos pontos citados acima. Os objetos criados foram expostos no encontro proposto pela Secretaria Municipal de Educação e trabalhados na continuidade do projeto, ao longo do ano letivo de 2023. Tivemos como ideia central a EJA sendo uma “mulher negra”, já que seu alunado, em sua maioria, é formado por alunas negras (RIO DE JANEIRO, 2023, p.12). Assim, abordamos as diferenças presentes em torno da construção das identidades pertencentes à realidade da EJA, partindo do pressuposto de que “nenhum ato de significação é possível fora de um sistema de diferenças” (GABRIEL, 2013, p. 292), ressignificando sujeitos no processo de construção de saberes. Construção essa que se dá de forma coletiva, envolvendo todas as alunas e todos os alunos no processo de produção. Participaram da escolha, da formulação das questões e até debateram sobre as opiniões das envolvidas, trazendo as diferenças que os caracterizam. E, assim, diferenças dialogaram entre si, criando demandas únicas dentro da construção das identidades envolvidas e indo além da transposição simples de conteúdos científicos em conteúdos escolares, dando voz a saberes e afetos presentes nos elementos formadores da comunidade escolar. Dentro dessa atividade, surgiram questões envolvendo preconceito, aceitação e representatividade. Uma aluna, por exemplo, se recusou a participar por não se reconhecer como pertencente ao grupo, pois não se declarou como negra e ainda reproduzia rótulos e estereótipos pejorativos ao se referir ao trabalho. Em contrapartida, algumas alunas aproveitaram para narrar experiências que vivenciaram, em relação a práticas e vivências ligadas ao fato de serem negras. Racismo em locais de trabalho, no ambiente familiar e até na escola onde estudou na infância.
As turmas começaram a trabalhar melhor com o conceito de narrativas e memórias, trazendo para as aulas riquíssimas contribuições. Conseguiram entender que, nas entrevistas elaboradas por eles e mediadas/lapidadas por mim, havia a aula em essência, em matéria bruta. Que, na sociedade e na aula, são coautores do que vivenciam e compartilham. Ressignificou, para muitas dessas mulheres negras, pontos como racismo, pertencimento e empoderamento. Além disso, emplacamos uma "Oficina de Memória", onde alunas e alunos conseguem produzir reflexões e relatos de acordo com estímulos direcionados pelos conteúdos sugeridos nas orientações curriculares.
Referências Bibliográficas

GABRIEL, C. T. O "outro" como elemento incontornável na produção do conhecimento histórico. In: Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas / Amilcar Araujo Pereira, Ana Maria Monteiro (org.). - Rio de Janeiro : Pallas, 2013.

RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Educação. Orientações Pedagógica s EJA Rio n.3 - XVII Encontro de Alunos e Alunas da EJA Rio – Identidade e Representatividade: Potências Indígenas e Negras na EJA. 1. Ed. Rio de Janeiro: Gerência de Educação de Jovens e Adultos, 2023.

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