Denair Lima de Faria é lotada há 17 anos na SME, dos quais há 13 atua no Programa Interdisciplinar de apoio às Unidades Escolares (PROINAPE).
Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Celso Lisboa, com formação em Psicologia Jurídica pela Universidade UERJ, formação em Gestalt Terapia pelo Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão, CGT. Atualmente em Formação Avançada em Gestalt Terapia pelo instituto Gestalt Paraná e atuando na Clínica em psicoterapia desde 2006.
Elaine Cristine de Moura Freitas é lotada como docente na SMERJ desde 2001. Atua há 13 anos no Programa Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares (PROINAPE).
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Pós-Graduada em Psicopedagogia pelo Instituto A Vez do Mestre (UCAM), também atua como Psicóloga Infantil no Espaço Multidisciplinar Terapias Realengo.
O acolhimento de adolescentes em sofrimento psíquico é uma questão de extrema importância no contexto escolar. A adolescência é uma fase de transição repleta de mudanças físicas, emocionais e sociais, o que pode tornar os jovens mais vulneráveis a problemas relacionados à saúde mental. Nesse sentido, a escola desempenha um papel fundamental na identificação e no suporte a esses alunos.
Deste modo, no presente ano letivo de 2023, a miniequipe composta pela Psicóloga Denair Lima e pela professora Elaine Cristine, que atuam no Programa Interdisciplinar da Apoio às Escolas (PROINAPE), desempenhou, entre outras práticas, diversas ações destinadas ao acolhimento e cuidado aos adolescentes matriculados em suas escolas de acompanhamento, entre elas, o GEO Nicarágua.
A miniequipe desempenhava atividades semanais nas referidas unidades e, frequentemente, profissionais da UE compartilhavam conosco suas preocupações e observações relativas a determinados alunos, nos quais percebiam certas aflições e angústias, que observavam trazer interferências em seu funcionamento no contexto escolar, expressos através do declínio no desempenho acadêmico, das dificuldades nas interações, das mudanças no comportamento ou de outras ações que denotavam algum tipo de sofrimento. Muitos alunos também nos procuravam por demandas espontâneas. No cenário pós-pandêmico percebemos que essas questões relativas à saúde mental ganharam uma maior dimensão.
Assim, uma vez sinalizada a questão, a ação inicial realizada pela equipe era oferecer ao jovem uma escuta atenta e acolhedora e, a partir daí, analisávamos conjuntamente com o adolescente e/ou seus familiares a necessidade de uma avaliação junto aos equipamentos de saúde. Constatada essa necessidade, a equipe realizava um trabalho de rede, iniciado com a investigação da unidade de saúde de referência do jovem, um contato e articulação com profissionais da unidade, estudo do caso e acompanhamento da inserção do mesmo no equipamento. Além disso, permanecíamos no suporte ao aluno no ambiente escolar, em ações individuais ou coletivas, de acordo com as necessidades emergentes de cada situação e em constante interlocução com os diversos profissionais da escola. Essas ações contribuíram para a ampliação e cuidado na assistência e apoio ao adolescente, disponibilizando uma rede de suporte e proteção para a promoção de saúde mental.
É crucial que as instituições de ensino promovam uma cultura de respeito e empatia, na qual os adolescentes se sintam à vontade para compartilhar seus sentimentos e preocupações.
Ao adotarmos uma abordagem holística no acolhimento e cuidado aos adolescentes em sofrimento psíquico, contribuímos para a promoção de uma cultura de respeito, consideração e apoio e o estabelecimento de canais de comunicação. Ao fazer isso, oportunizamos a promoção do bem-estar emocional no espaço escolar, colaborando com a construção de uma sociedade mais saudável.
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