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Boas Práticas
Práticas integradas de assistentes sociais, professores e psicólogos
Conversas sobre Racismo e Antirracismo na Escola
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADES DE ENSINO
EM Jornalista E Escritor Daniel Piza - 6ª CRE
Av . Prefeito Sá Lessa 300 - Coelho Neto
Unidade não vocacionada


EM Jornalista E Escritor Daniel Piza - 6ª CRE
Av . Prefeito Sá Lessa 300 - Coelho Neto
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
Edmilson Nascimento Freire, Simone Cavalcanti do Amaral e Tatiana Bento dos Santos

Os autores fazem parte do PROINAPE (Programa Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares), um dos programas do NIAP (Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares).

O professor Edmilson Freire possui licenciatura em Matemática pela Universidade Iguaçu (UNIG) e pós-graduação em Gestão Ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É professor da Rede Municipal de Educação há 20 anos, atuou como Diretor de escola por 4 anos e está há 8 anos no PROINAPE.

A assistente social Simone Amaral é formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é servidora da Prefeitura do Rio de Janeiro há 15anos e, desde então, atua na política de Educação. Está no PROINAPE desde o início do programa.

A assistente social Tatiana Bento é formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e é servidora da Prefeitura do Rio de Janeiro há 15 anos. Já atuou na política de Assistência Social e de Educação e está no PROINAPE desde o início do programa.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
Professor, Assistente Social e Assistente Social
ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
6º ano
7º ano
8º ano
9º ano
Carioca I
Carioca
OBJETIVOS

- Pensar práticas antirracistas no ambiente escolar, favorecendo o reconhecimento do racismo em diversas formas - na comunicação, na aprendizagem e no contexto social - com a finalidade de proporcionar melhor acolhimento aos casos de racismo muitas vezes narrados como bullying;

- Promover espaço de escuta e acolhimento dos profissionais da unidade escolar sobre o racismo e a prática antirracista no contexto da favela carioca com a finalidade de repensar práticas e saberes;

- Promover espaço de escuta e reflexão com os estudantes para propor práticas antirracistas na escola;

- Discutir com a comunidade escolar os efeitos da desigualdade social e sua relação histórica com o racismo brasileiro com a finalidade de instrumentalizar sujeitos sobre direitos de cidadania.

- Refletir sobre a construção das identidades com os estudantes: padrões de beleza, traços físicos, culturas e religiosidade.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Março/2023 até Novembro/2023
Público
Alunos, Profissionais da Educação
Eixo de trabalho do NIAP
Juventude e Escola

A prática apresentada ocorreu na E. M. Jornalista e Escritor Daniel Piza, localizada na favela da Pedreira, em Costa Barros. A justificativa para o trabalho foi a incidência de casos de racismo relatados por alunos e professores na unidade escolar, por vezes, narrados como bullying, sem a caracterização das causas transpassadas por linguagem e atitudes racistas. A equipe PROINAPE propôs, desse modo, a discussão ampliada do tema com alunos representantes de turmas e do grêmio estudantil e com os profissionais da escola sobre identidades, branquitude, racismo e antirracismo. Assim, realizamos ao longo do ano letivo: rodas de conversas com os alunos e com os professores; acolhimento dos casos individuais; e estudo de caso com a gestão escolar e com a rede de proteção à crianças e adolescentes.

Em relação aos professores: O início da ação foi a realização de uma roda de conversa com os professores pretos, por autodeclaração, para compreender a percepção sobre a escola e como o tema os atinge no fazer profissional e a disposição dos mesmos em manejar questões que afetam suas vidas de forma objetiva e subjetiva, em grande parte pela dor do que pelo reconhecimento de suas atividades. No segundo encontro, realizamos uma dinâmica para disparar a conversa sobre o racismo: professores foram divididos entre pretos e brancos de acordo com a autodeclaração e convidados a pensar sobre duas palavras. O grupo de professores pretos iniciou com a palavra “professor” e o grupo de professores brancos iniciou com a palavra “vagabundo”. Foram orientados a dizer o que pensavam quando ouviam a palavra correspondente e depois transmitir os sentimentos para o outro grupo sem mencionar a palavra. Após isso, as palavras foram trocadas para o mesmo processo. O objetivo dessa ação foi compreender primeiramente a questão da identificação racial autodeclarada entre os discentes e a percepção da desigualdade racial a partir da visão de mundo entre pretos e brancos e a relação da branquitude e racismo entre os professores.

Em relação aos alunos: realizamos oficinas temáticas, seguindo a proposta: a) Primeiro encontro, conhecendo a escola a partir da nuvem de palavras: os alunos foram convidados a falar a primeira palavra que pensam quando escutam “escola”, onde observamos que a palavra racismo apareceu, espontaneamente, nos dois grupos; b) Segundo encontro: usamos como disparador um vídeo da MC Carol, onde a cantora debate com outras pessoas se concordam com a afirmação "O Brasil é um país racista". c) Terceiro encontro: selecionamos dez personalidades da internet e outras mídias que se autodeclaram pretas para montar uma banca de heteroidentificação composta pelos alunos com o objetivo de informar dos direitos às cotas raciais nos concursos; como o IBGE classifica as pessoas (preto/pardo, branco, amarelo e indígena); e, dos próprios alunos se autoavaliarem a partir do resultado da banca. d) Quarto encontro: propostas para uma escola antirracista construída pelos alunos.

Em relação aos profissionais, observamos: reflexões e proposições de ações antirracistas; a compreensão da desigualdade de acesso entre pessoas pretas e brancas; foco na valorização das identidades e da participação das pessoas pretas nos avanços tecnológicos, ciência e artes.

Já com os alunos, observamos que o tema já era latente, com muitas histórias de racismo guardadas ou não percebidas no cotidiano escolar. Os encontros permitiram que os estudantes refletissem sobre o tema e foi um espaço onde alguns alunos pretos se viram como pessoas pretas ao se identificarem, por exemplo, com as personalidades exibidas em uma das oficinas. Como propostas para uma escola antirracista, os alunos elencaram: campanha com cartazes, diálogo com os colegas, filmes, homenagens às pessoas pretas com notoriedade social e movimentar o grêmio para o tema. Além disso, observamos mudanças na comunicação pelos murais, nas diversas ações pedagógicas e no acolhimento dos alunos que relataram sofrer racismo.

Referências Bibliográficas

CARAPELLO, Raquel. O Racismo camuflado pelo Bullyng. Revista Educação, v.15, n.1, p. 171-178, 2020

MARTINS, Edna; MELLO, Marina Pereira de Almeida; RIBEIRO, Fábia Barbosa. Desafios das comissões de heteroidentificação na Universidade Federal de São Paulo. Revista Contemporânea de Educação, v. 16, n. 37, p. 9-27, 2021

UNICEF. Primeira Infância Antirracista. Caderno 2: Primeiras Infâncias negras e a Educação Infantil, 2022

CANAL GNT. Mude minha ideia - Quebrando o Tabu. O Brasil é um país racista? YouTube, 02 de julho de 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tGONRo5L5Q4

Registros
IMAGENS
Mural "Tire seu racismo do caminho que eu vou passar com a minha cor!"
Mural "Baobá - árvore de origem africana que representa a luta dos negros no Brasil, além de simbolizar a resistência e a força desse povo"
Roda de conversa com os professores
Oficina com os alunos do turno da tarde
Oficina com os alunos do turno da manhã
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