A prática de um esporte paralímpico dentro do ambiente regular de ensino, torna a experiência ainda mais abrangente. A prática se torna efetivamente para todos.
A bocha é uma atividade de fácil compreensão e conduz ao desenvolvimento de diversas habilidades motoras e sociais. Durante o jogo é ofertado aos participantes possibilidades diversas e novas conexões neurais são criadas, além de promover uma disruptura com os padrões já abordados dentro das atividades escolares.
A prática do paradesporto dentro de uma escola regular permite que todos os alunos experimentem uma nova sensação de pertencimento. Todos aprendem e jogam juntos, respeitando suas habilidades individuais.
O esporte exige muita concentração, controle dos músculos e alta precisão, o que só fortalece a valorização daqueles para quem o esporte originalmente foi criado, as pessoas com deficiência física, e que agora se expande no ambiente escolar.
Os alunos tiveram acesso às normas e regras do jogo oficial. Primeiramente tiveram contato com o material, tocar, lançar e iniciar o processo de desenvolvimento das habilidades que o jogo requer. Usaram o esquema de lance ao alvo, com um alvo pintado num tecido. Foram divididos em grupos de 6 componentes para que cada um tivesse a oportunidade de experimentar. Ao longo dessa etapa desenvolveram coordenação óculo manual, noção de espaço, habilidades sociais, estratégias.
As etapas obedeceram ao amadurecimento de cada uma delas, até o jogo oficial, com suas regras, estratégias e arbitragem.
Durante o processo, a turma construiu um kit bocha alternativo durante uma oficina, para que os alunos levassem uma vez por semana para casa, onde apresentaram o esporte às suas famílias, retornando com ele para a escola às segundas feiras. Todo o processo foi registrado em fotos e vídeos e disponibilizado nas redes sociais, de modo que outros profissionais o possam replicar.
Período de execução: Durante o ano letivo de 2024, culminando em um torneio interclasses em setembro, onde times foram previamente selecionados conforme jogos internos nas turmas assistidas usando o material alternativo e o kit oficial.
Materiais/ Recursos:
• Kit bocha
• Bexigas de aniversário (azul, vermelha e branca)
• Areia de obra
• Sacos plásticos pequenos
• Balança de precisão
• Alvo pintado no pano
• Fita adesiva
• Tecido de tnt
A oficina de construção do kit bocha teve a participação de uma turma de 3º ano do fundamental 1, em torno de 20 crianças entre 8 e 9 anos de idade. Colocamos mesas embaixo da sombra de uma árvore e distribuímos os materiais. Uns enchiam os saquinhos com areia, outros pesavam na balança até obter 280 gramas. Eu cortava a ponta das bexigas enquanto as crianças davam nó nos saquinhos. Depois eu envolvia esses saquinhos com as bexigas e as crianças selavam com fita adesiva. Fizemos diversos kits alternativos durante dois dias e as crianças assim puderam levar para casa e ensinar seus familiares e amigos.
O prática apresentada está intrinsecamente pareada ao Projeto Politico Pedagógico da nossa escola onde a comunidade escolar no tratamento dos temas “sustentabilidade”, “cidadania”, “equidade”, “relações étnicas-raciais” e “diversidade” com a devida relevância que são transformados em objetos de planejamento e potencial de aprendizagem e numa perspectiva inclusiva, onde a educação deve ser para todos, destacando a capacidade de todos em aprender de diferentes maneiras a partir de contextos distintos.
Alves, Rubem. Desfiz 75 anos. Papirus Editora, 2012.
Mantoan, Maria Teresa Eglér. "Uma escola de todos, para todos e com todos: o mote da inclusão." Educação 49 (2003): 127135.
Ruppel, Cristiane, Ana Flávia Hansel e Lucimare Ribeiro.
“Vygotsky e a defectologia: contribuições para a formação de
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Perspectivas em Educação Especial 8.1 (2021):