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Boas Práticas
Educação das Relações Étnico-Raciais
Giro na Rede - música popular e diversidade
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
EM Joaquim Nabuco - 2ª CRE
Rua Dona Mariana 148 - Botafogo

Anos Finais

AUTOR

HENRIQUE ALMEIDA MARTINS DE SOUZA

Formado em Licenciatura em Música pela Unirio (2008); mestre em Musicologia pela UFRJ (2016); Bacharel em Antropologia pela UFF (2023); Doutorando em Musicologia pela UFRJ (em andamento). Desde 2012 atua como professor de música do ensino básico pela SME-RJ com interesse em música popular.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor I

ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
7º ano
OBJETIVOS
Promover o desenvolvimento musical e crítico dos alunos com a valorização da diversidade, positivando as distintas identidades étnico-raciais das(os) estudantes que compõem a rede municipal (Rio de Janeiro, 2024, p. 2); equilibrar a oferta de experiências e formações não-hegemônicas dentro do ensino regular incorporando regimes de conhecimento e transmissão voltados à práticas musicais populares e de minorias; despertar o pensamento crítico assumida a premissa de que nossa sociedade "é formada por pessoas que pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história" (Brasil, 2004, p. 18); desenvolver a musicalidade e audição crítica dos alunos e alunas através do aprendizado pela experiência.
HABILIDADES
7º ano - Educação Musical - Diferenciar práticas musicais diversas , reconhecendo e analisando os usos e as funções da música em seus contextos de produção e circulação e estabelecendo relações com as diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Abril/2/20 até atualmente

"Giro na rede - música popular e diversidade" consiste em um projeto de música voltado à aquisição de competências musicais e formação de repertório e performances musicais que favoreçam a integração entre saberes tradicionais, música popular, cultura brasileira e educação étnico-racial.

A aquisição de competências musicais ocorre em três pilares: aulas de percussão (bateria de escola de samba); aulas com instrumentos harmônicos (violões, cavaquinhos, teclados, contrabaixo elétrico e guitarra) e aulas de canto. Desenvolvidas essas etapas, parte-se à prática de conjunto, onde elas são reunidas com vistas a apresentações na escola, em eventos da rede municipal como o Fecem ou algum promovido pela Gerer (do qual participaríamos com prazer), e apresentações em escolas do entorno, municipais ou não. Parte das canções abordam temática ligado à diversidade étnico-racial, oportunizando o contato com o tema em um contexto performático fortemente influenciado pela cultura afro-brasileira.

As aulas de percussão se baseiam nas práticas de escolas de samba, ocorrendo sobretudo através da imitação (escutar/ver o que deve ser tocado e tentar reproduzir o trecho); uso de prosódia musical (onomatopeias como "pacaracatá-tá-tá" para facilitar a memorização); e gestual ligado a determinadas convenções como o "giro" (convenção rítmica que separa seções de batucada), "abafo" (idem), e levadas.

Códigos ligados à transmissão oral de conhecimento como as bossas (convenções rítmicas de "pergunta e resposta" onde a primeira é performada por solista - geralmente repique - e a segunda pela bateria); levadas clássicas de música afro-brasileira (ijexá, samba, etc.) e outros padrões rítmicos adaptados para a bateria (como funk, por exemplo) são alguns dos principais conteúdos que mantém os alunos atentos, motivados e desenvolvem sua memória auditiva e musicalidade através da prática intensiva.

As aulas de harmonia também são de essencialmente práticas, inspiradas na metodologia da educadora Lucy Green, cuja proposta incorpora a formas de aprendizagem "informal" de músicos populares à educação musical escolar.

Finalmente, parte do repertório proposto consiste em articular a educação étnico-racial ao contexto musical trabalhado de modo a reforçar a valorização das culturas tradicionais populares e levar o tema a outras partes da rede por meio de apresentações musicais. Embora a música escolhida para o Fecem 2024 tenha sido "Emoriô" de João Donato (em função do seu falecimento no ano passado), atualmente estão sendo preparadas as canções "Identidade" (Jorge Aragão) e "Estranhou o quê" (Moacyr Luz).

O uso dos diversos instrumentos de percussão, a expressividade dos ritmos ligados à bateria e seu impacto sobre a paisagem sonora da escola parecem ter incidido de diferentes formas na rotina escolar. A primeira delas foi o interesse e participação massiva de todas as turmas atendidas por mim nas escolas interessadas, sobretudo nas "bossas" de bateria. Além disso, no atual contexto de forte polarização e crescimento de segmentos religiosos fundamentalistas - que não respondem pelo todo -, a oferta de uma prática afro-brasileira prazerosa e a construção de memória positiva relacionada a ela constituem uma contribuição significativa da música para a formação das(os) alunos. O contexto musical também favoreceu a discussão de temas étnico-raciais de forma natural e interessada. Os alunos articularam voluntariamente as letras de "Estranhou o quê" e "Identidade" ao conteúdo tratado em matérias como História e Língua Portuguesa, achando oportuno que o tema aparecesse em músicas "legais".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação/Secad. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica. 2004.

GREEN, Lucy. How Popular Musicians Learn. Londres: Ashgate Publshing, 2002.

RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Educação/Gerência de Educação de Relações Étnico-Raciais. Edital n. 1, 2024.

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