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Boas Práticas
Educação das Relações Étnico-Raciais
Favela: Cultura que nos cerca!
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
EM Azerbaijão - 7ª CRE
Rua Tenente Coronel Muniz de Aragão 1151 - Anil

Anos Iniciais

AUTOR

NAYARA CARDOSO MARIANO

Pedagoga formada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em psicopedagogia pela Faculdade São Judas Tadeu, e pós-graduanda em História da África e da Diáspora Atlântica pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), é professora Antirracista e apaixonada pela alfabetização. Atuante em uma escola com público-alvo de duas grandes favelas do Rio, Cidade de Deus e Gardênia Azul, começa a despertar seu olhar para as singularidades presentes no processo de alfabetização de crianças desses Territórios repletos de histórias, memórias, identidade, resistência e cultura! Em sua prática, visa alfaletrar para além do nosso sistema linguístico, possibilitando também um letramento racial – afrobetização! Acredita na Educação para as Relações Étnico Raciais como potente ferramenta emancipadora e libertadora para uma formação social mais equânime que valorize e respeite nossas raízes ancestrais e a população afro-brasileira e indígena.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor de Ensino Fundamental Anos Iniciais

ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
2º ano
OBJETIVOS

O projeto desenvolvido com a turma de 2º ano do Ensino Fundamental tem por objetivo central o conhecimento e valorização, através de pesquisas e experiências práticas, do Território ao qual a escola está localizada, bem como seu entorno, com destaque para as Favelas da Cidade de Deus e Gardênia, exaltando as contribuições culturais que emergiram das periferias do nosso país e do mundo, como o Graffiti, o samba e o charme.

Em contrapartida, e não menos importante, outros objetivos vão sendo desenvolvidos e alcançados. Não há como falar de favela e não trabalhar as contribuições e memórias afro-brasileiras presentes nela e na formação social brasileira. Foi possível também conhecer e valorizar o território dos estudantes para além de estigmas bem difundidos pela mídia, exaltando suas potencialidades em representatividade e produção artística-cultural; Além do resgate a memória e formação da identidade, subjetividade e pertencimento dos alunos a esses territórios e a cultura que os cerca.

HABILIDADES
2º ano - Anos Iniciais - Escrever espontaneamente ou por ditado palavras e frases de forma alfabética usando letras/grafemas que representam fonemas.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Abril/2/20 até atualmente

Em 2024, o GET Azerbaijão tinha como PPA o tema “De onde venho, para onde vou”, pautado na Educação Antirracista e valorização do território, memória, identidade e ancestralidade dos estudantes e familiares da comunidade escolar.

Já muito reflexiva e sensibilizada pelas falas diárias das crianças sobre seus territórios, mas sempre de forma negativa e pejorativa, percebi que já havia passado da hora de valorizar esses espaços destacando suas potências – que são muitas!

O projeto (Favela: Cultura que nos cerca) foi desenvolvido durante todo o ano escolar, caminhando lado a lado com a ERER e a entendendo como currículo. De forma geral, é possível dividi-lo em 3 grandes momentos: Mapeamento Afetivo do Território; Conhecendo a Cultura do Graffiti; E Ritmos das Periferias.

No primeiro momento muitas Rodas de Conversa com o tema FAVELA surgiram com o objetivo de ouvir as crianças e entender mais sobre sua relação com o Território em que vivem ou que convivem. Um trabalho de investigação, curadoria, pesquisa, para compreender múltiplas realidades e projetar as futuras intervenções pedagógicas. Nas Rodas de Conversa foram compartilhados assuntos referentes a origem das favelas do Rio (incluindo as deles), etimologia da palavra, características desses espaços, e pontos positivos e negativos dos seus territórios. Além da oralidade, a escrita de textos individuais e coletivos, também se fez presente em todas as etapas. Nesse primeiro momento ficam bem marcados 3 valores civilizatórios afro-brasileiros, como nos ensina Azoilda Loretto: a oralidade, a circularidade e o axé, através do fortalecimento e autoestima da energia vital.

Foi usado, nesse primeiro momento, como sensibilização, o livro “Da minha janela” do autor Otávio Júnior (2019), que desencadeou produção de poemas com o tema “Da minha janela vejo...”, e a construção de seus Mapas Afetivos sobre o Território através de fotografias tiradas de suas janelas e a utilização do “Google Earth” no colaboratório da escola.

O segundo e o terceiro momentos são marcados pela experiência de vivências afetivas e sensoriais com os movimentos culturais que emergiram das periferias e com seus representantes do próprio Território escolar. No segundo momento tivemos a parceria do artista plástico Henrique Lopes, cria da comunidade, onde os alunos participaram de uma oficina de Graffiti e protagonizaram junto com suas famílias a confecção de um painel no muro da escola. No terceiro momento, a musicalidade, outro valor civilizatório afro-brasileiro, se tornou destaque. Embalados pelo livro “De passinho em passinho”, também do autor Otávio Júnior(2021), conhecemos sobre alguns ritmos nascidos nas periferias, entre eles o funk, jongo, samba e charme. Para a Feira Literária da escola, aberta à comunidade, os estudantes prepararam uma "batalha de passinhos" e participaram de uma aula de charme, também com um representante da nossa comunidade. Para exposição, a maquete de uma favela e trabalhos feitos durante todo ano letivo.

Foi perceptível o entusiasmo e prazer apresentados no decorrer do projeto pelas crianças por estudarem a partir de um assunto que parte deles e que fala muito sobre eles. Com o projeto, foi possível observar a criação de identidades positivas sobre seus espaços e sobre si, pois conhecer e se orgulhar de onde vem, é saber quem é e conseguir se projetar para o futuro, tendo como representatividade membros potentes da própria comunidade. A escolha do autor trabalhado, Otávio Júnior, também ajudou no leque de representatividades, ao conseguirem projetar nele tantas semelhanças, seja pelo território de onde vêm ou pela presença do negro como potência na sociedade. Conversar e conhecer a história das favelas, bem como dos movimentos culturais vindos dela, possibilitou enxergar estes espaços com respeito e compreender as contribuições e a quantidade de memórias afro-brasileiras presentes na formação da nossa sociedade, da nossa cultura e de quem somos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1996.

BRASIL. Lei10.639/03. Brasília: 2003.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: 2004.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução 3. Brasília: 2004.

BRASIL. Lei 11645/08. Brasília: 2008.

CAVALLEIRO, Eliane. Racismo e Antirracismo na Educação: Repensando nossa escola. 7ª Ed. Editora: Selo Negro, 2024.

GERER. Guia: Educação para as Relações Étnico-Raciais. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Educação, 2023.

JÚNIOR, Otávio. Da minha janela / Otávio Junior: Ilustrações de Vanina Starkoff. 1ª Ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2019.

JÚNIOR, Otávio. De passinho em passinho: um livro para dançar e sonhar / Otávio Junior: Ilustrações de Bruna Lubambo. 1ª Ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021.

TRINDADE, Azoilda Loretto da. Valores Civilizatórios Afro-brasileiros na Educação Infantil. Salto para o futuro. CEERT. Disponível em: https://educacaoinfantil.ceert.org.br/pdf/artigos/Valores_civilizat%C3%83%C2%B3rios_afrobrasileiros_na_educa%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o_infantil%20_Azoilda_Trindade.pdf

SILVA, Rodrigo Torquato da. Escola-Favela, Favela-Escola. 1ª Ed. Rio de Janeiro: DP et Alii, 2012.

Registros
IMAGENS
Oficina de Grafitagem.
Mural: Mapa afetivo do território a partir da vista da janela de cada um.
Móbile com poemas feitos pelos alunos da turma com o tema "Da minha janela vejo..."
Maquete feita pelos alunos da turma no decorrer do ano em parceria com a professora Eliane de artes e a professora articuladora Carla Faria do colaboratório.
Contação da história "De passinho em passinho" feita pelo aluno da turma para os familiares.
Participação das famílias junto aos alunos na confecção do painel no muro da escola. Tema: "Da minha janela, vejo a minha favela"
Aula de Charme com representante da comunidade escolar em parceria com o 3º ano, professora Fernanda Ramos.
Turma 1205 e o artista plástico Henrique Lopes.
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