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Boas Práticas
Educação de Jovens e Adultos (EJA Rio)
Arte e natureza
Informações
Sequência Didática
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
Creja - Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens E Adultos - CREJA
Rua da Conceição 74/76-a - Centro
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
José Roberto Pereira Peres
Sou graduado em Artes Visuais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e em Normal Superior (Licenciatura Plena para o Magistério nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, com ênfase curricular em Educação de Jovens e Adultos) pelo Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj/Faetec). Sou professor de Artes Visuais na rede de ensino da Prefeitura do Rio e atuo no Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja).
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
Professor I - Artes Plásticas.
COMPONENTE CURRICULAR
/
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Maio/2022 até Julho/2022
Problematização
Diante de tantos desastres naturais, é urgente uma reflexão sobre a importância da preservação da natureza. O que acontecerá se os seres humanos continuarem a explorar, de forma predatória, recursos naturais que são finitos? É necessário chamar a atenção da sociedade para uma mudança no nosso modo de estar no mundo. É preciso construir uma consciência ecológica compreendendo que todos nós somos natureza!
Texto base

    PIMENTEL, Lucia Gouvêa. Fruir, contextualizar e experimentar como possível estratégia básica para investigação e possibilidade de diversidade no ensino de Arte: o contemporâneo de vinte anos. In: BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira (orgs.). A abordagem triangular das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010.

Este texto fala da necessidade de pensarmos as aulas de Arte como forma de desenvolver o senso crítico dos estudantes em consonância com o pensamento artístico. Não basta apenas propor atividades artísticas baseadas em técnicas, processos e modalidades. É fundamental contextualizá-las para motivar a curiosidade e a necessidade de investigação dos estudantes.

Com base nesta leitura, desenvolvi minha prática docente pautada na abordagem triangular que “favorece a ampliação de fronteiras culturais e interdisciplinares para o estudo da arte, pela compreensão histórica, social e cultural da arte nas sociedades e pela elaboração da experimentação artística” (p. 212).

Desenvolvimento

Num primeiro momento, discutimos questões ambientais contemporâneas. Falamos do nosso modelo de sociedade baseado no consumo exagerado e falamos também da falta de consciência das pessoas sobre a necessidade de preservar o meio ambiente.

Pedi ainda que os estudantes pesquisassem na web matérias sobre os principais desastres ambientais ocorridos nos últimos anos no mundo e trouxessem os resultados dessa pesquisa na aula seguinte para discussão em sala de aula.

De posse dos resultados das pesquisas, num segundo momento, introduzi o conceito de land art (arte da terra) e exibi trabalhos de artistas dedicados a essa estética que buscavam na natureza a reflexão sobre o fazer artístico.

Nesse processo, os estudantes constataram que os artistas da land art utilizavam materiais retirados da natureza como folhas, madeira, galhos, areia, rocha etc. Pedi então que pensassem em maneiras de elaborar um trabalho artístico que chamasse a atenção da sociedade para a preservação do meio ambiente.

Num terceiro momento, apresentei a eles artistas engajados na luta pela preservação do meio ambiente, como Frans Krajcberg, Eduardo Srur e Roberta Carvalho. Depois dessa etapa, os estudantes tiveram como tarefa realizar uma pesquisa de material no entorno do local onde moram ou trabalham. O objeto da pesquisa foi recolher materiais provenientes da natureza (folhas, madeira, galhos, areia) e trazê-los para a nossa produção artística na aula seguinte.

Com a posse desses materiais, pudemos iniciar nosso processo criativo com a produção de mandalas confeccionadas com elementos naturais para representar a necessidade de reconexão dos seres humanos com a natureza. Foi assim que misturamos cartolina, tesoura e cola branca a areia, folhas, sementes, galhos e flores.

A produção das mandalas teve como música de fundo uma canção interpretada pela cantora Kaê Guajajara para que a reconexão com a mãe natureza fosse guiada pela ancestralidade indígena. O resultado dessa empreitada foi a exposição intitulada Mandalas da Reconexão.

Produto Final
Como resultado do projeto, realizamos a exposição Mandalas da Reconexão nas instalações do Creja.
Objetivos das Orientações Curriculares da EJA

  • Compreender a presença da arte no dia a dia.

Sensibilização/Contextualização para o tema

Convidei os estudantes da EJA II/Bloco 1 a uma reflexão sobre a presença da arte em seus cotidianos e sobre as diferentes maneiras de se produzir e consumir arte, integrando o universo poético do artista à beleza dos elementos da natureza. Apresentei o conceito de land art (arte da terra), que remete à produção artística com a utilização de recursos provenientes da própria natureza para a produção de um objeto de arte.

Os estudantes também apreciaram obras produzidas por artistas engajados na luta pela preservação do meio ambiente como as do artista plástico Frans Krajcberg. Krajcberg explora os elementos da natureza em seu trabalho com destaque para o ativismo ecológico, que associa arte e defesa do meio ambiente.

Os estudantes ficaram muito empolgados com o trabalho. Nos momentos de discussão, a participação foi intensa: todos tinham algo para comentar e, no momento da pesquisa de material, a maioria dos estudantes conseguiu recolher matérias-primas provenientes da natureza.

Foi possível perceber nas rodas de conversa e pelo resultado da produção artística que os educandos desenvolveram um pensamento crítico, reflexivo e artístico.

Registros
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Arte e Natureza
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