ACESSIBILIDADE:
Acessibilidade: Aumentar Fonte Acessibilidade: Retornar Fonte ao Tamanho Original Acessibilidade: Diminuir Fonte
Ícone do YouTube Ícone do Instagram Ícone do Tik Tok Ícone do Facebook WhatsApp
Ícone Sanduíche para Navegação
Logotipo do Projeto Cartografias de Boas Práticas da Rede Navegue pelo mapa e conheça as diferentes ações escritas e promovidas por profissionais de toda a nossa Rede.
Boas Práticas
Anos Iniciais
Dança e relações étnico-raciais
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
CIEP Gregório Bezerra - 4ª CRE
Rua Plínio de Oliveira S/nº - Penha Circular
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
Luana Torquato Siqueira

Meu nome é Luana. Sou professora de Educação Física na rede municipal do Rio de Janeiro desde 2017; mestranda em Educação Física pelo Programa de Mestrado Profissional em Educação Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ProEF/UFRRJ); especialista em Inclusão em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e psicomotricista educacional pelo Centro Universitário IBMR, no Rio de Janeiro. Sou apaixonada por manifestações artísticas, em especial, as danças da cultura popular.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
PEF - Educação Física
ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
5º ano
OBJETIVOS
Ensinar o conteúdo dança, assumindo uma perspectiva comprometida com a educação antirracista.
HABILIDADES
5º ano - Educação Física - Constituir coreografias com apoio docente, participando de atividades rítmicas e expressivas, pela vivência livre de movimentos. Inferir origem, características e movimentos coreográficos das danças folclóricas de diferentes regiões do Brasil. Identificar características, vestimentas e significados de danças típicas de sua região, a partir de entrevistas com familiares e amigos em sua comunidade
5º ano - Educação Física - Diferenciar ritmos e das mais variadas danças, a partir de diferentes passos, conduções e deslocamentos coreográficos. Praticar atividades rítmicas e expressivas, pela vivência de movimentos. Identificar a origem histórica, características e movimentos coreográficos de danças folclóricas de diferentes regiões das Américas
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Maio/2022 até Junho/2022

Nossa atividade foi desenvolvida entre maio e junho de 2022 em uma turma de 26 alunos de 5º ano do Ciep Gregório Bezerra (4ª CRE), Penha Circular. Minha proposta de ensino de dança inspirou-se na coreografia protagonizada pelo grupo folclórico Ciranda de Tarituba, de Paraty (RJ). Meu objetivo foi estabelecer uma relação com outras danças, de modo a garantir aos sujeitos escolares a oportunidade do acesso a uma cultura diferente da que vivenciam, ampliando, assim, suas percepções de mundo.

A atividade se iniciou com a produção de um desenho feito pelas crianças a partir da seguinte provocação: “Qual a primeira lembrança que te vem à cabeça quando falamos a palavra dança?” Depois desse primeiro levantamento de informações, assistimos a vídeos sobre três ritmos musicais: o kuduro, o samba de roda e o passinho do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Na sequência, além de discutirmos as características comuns aos conteúdos dos três vídeos e as diferenças entre eles, perguntei aos alunos quem já conhecia todas aquelas danças. Sobre os elementos em comum, as respostas apontaram “a roda”, “as pessoas pretas”, “a periferia”, “os gestos” e “a exibição”. Também tivemos comentários como “são muito habilidosos”, “parece o beco lá da rua”, “lugar pobre”, entre outros.

Munanga (2005) fala sobre aproveitar esses momentos para que as crianças possam ter orgulho e assumir com dignidade suas características, mostrando que diversidade não é um fator de superioridade/inferioridade entre grupos humanos, mas um elemento de enriquecimento da humanidade em geral.

Outros pontos como as origens e questões históricas de cada dança, o que influenciou o surgimento de cada uma delas, a motivação, os locais em que elas acontecem, o preconceito e a discriminação que sofrem seus dançarinos foram abordados em nossas discussões:, entre outros aspectos.

Em seguida, fizemos a leitura do livro De passinho em passinho – um livro para dançar e sonhar, de Otávio Júnior (2020). Como amplificação do livro, recebemos o grupo Passinho Carioca, também do bairro da Penha Circular, para uma oficina com a turma sobre esse estilo de dança urbana, criado e desenvolvido por jovens das favelas cariocas.

Foi um encontro rico e que ajudou a ampliar as discussões que eu já havia iniciado com a turma sobre a discriminação e o preconceito que a prática de danças consideradas periféricas sofre na sociedade.

Depois dessas experimentações, propus que ampliássemos ainda mais o nosso acervo cultural conhecendo uma nova dança, que carrega consigo influências indígenas e africanas: a Ciranda de Tarituba.

Os alunos, então, conheceram a história do local, a origem da dança e suas influências. Assistimos a vídeos da Ciranda de Tarituba e refletimos que, mesmo tendo a diferença de ser uma dança de pares, pudemos perceber características comuns como a formação em roda, a intenção de ser um encontro festivo, um baile popular, e que compartilha o cotidiano da comunidade, trazendo a afirmação do seu valor e o orgulho de sua cultura.

Foi também uma oportunidade de debater as questões de gênero que surgiram. Seguimos com a construção de uma coreografia, discutindo os pares, os figurinos e conciliando discussões sociais e culturais e prática corporal.

A escolha do tema se mostrou bastante significativa para os alunos, que puderam construir um processo que partiu das “memórias dançantes” de cada um e foi se ampliando para outras discussões tão relevantes no processo formativo deles.

Compreendo que o ensino da dança, além de uma exigência legal/curricular, pode e deve proporcionar experiências educativas que envolvam a Erer (Educação das Relações Étnico-Raciais) na trilha do combate ao racismo.

Percebi que valorizar os conhecimentos e identidades desses alunos por meio das danças nas aulas de EF (Educação Física), favorece a compreensão cultural da sociedade e que o trabalho desenvolvido nas aulas foi capaz de reverberar e mobilizar os atores como um todo, provocando mudanças e transformações positivas no cotidiano escolar e comunitário.

Registros
IMAGENS
Envie sua mensagem
E aí, professor(a)?

Gostou dessa ação, tem alguma sugestão ou quer tirar alguma dúvida com este(a) professor(a)? Mande uma mensagem para ele(a) aqui. As Cartografias também consistem neste espaço de trocas e compartilhamentos do que se produz na Rede Municipal de Educação carioca.