Numa proposta antirracista, buscamos:
Ao assistirmos ao curta de animação, busquei evidenciar às crianças que a nossa ancestralidade africana está viva em nossos cotidianos e em nossa cultura. Durante a exibição, percebi que as crianças ficaram impactadas com a forma pela qual a história é contada na animação e se sentiram representadas ao constatar que nela há uma garota negra como protagonista.
O samba que serve de fundo musical ao epílogo do curta não apenas divertiu as crianças como as fez sambar também. Na roda de conversa em que as reuni em seguida, discutimos impressões sobre o filme e elas manifestaram suas opiniões. O mais inusitado dessa troca foi o desejo das crianças de assistir novamente ao curta para poder ouvir a música outra vez.
A exibição foi uma oportunidade para provocarmos reflexões sobre a escravidão, falar da importância da contação de histórias para a constituição de nossa memória e falar sobre o samba. Mais tarde, as crianças reproduziram no quadro palavras-chave com os termos mais importantes segundo elas no filme e criamos uma nuvem de palavras.
Foi intensa a participação e o engajamento dos alunos das turmas 1403 e 1405 no debate que se seguiu à exibição da animação Senhor do trem. A sequência de imagens reproduzindo pontos da cidade como o bairro de Oswaldo Cruz, a região conhecida como Pequena África, o Instituto Pretos Novos, a estação da Central do Brasil, a Pedra do Sal e a Escola de Samba Portela aguçou a curiosidade da criançada
Também problematizamos a herança afro-brasileira transmitida pelo samba e pelos ancestrais personificados pela Velha Guarda da Portela, homenageada no filme, pela trajetória da personagem Dandara e por Paulo da Portela.
A ideia também foi reproduzir, através de uma nuvem de palavras, os pontos mais interessantes explicitados pelas próprias crianças, ajudando-as a interpretar a animação, além de contribuir para melhorar seu vocabulário e sua expressão.