ACESSIBILIDADE:
Acessibilidade: Aumentar Fonte Acessibilidade: Retornar Fonte ao Tamanho Original Acessibilidade: Diminuir Fonte
Ícone do YouTube Ícone do Facebook Ícone do Instagram Ícone do Twitter Ícone do Tik Tok
Ícone Sanduíche para Navegação
Logotipo do Projeto Cartografias de Boas Práticas da Rede Navegue pelo mapa e conheça as diferentes ações escritas e promovidas por profissionais de toda a nossa Rede.
Boas Práticas
Educação das Relações Étnico-Raciais
A África que há em nós
Informações
Relato
Resultados Observados
TEMÁTICA SELECIONADA
  • Práticas de educação das relações étnico-raciais
UNIDADE DE ENSINO
EDI Ludmila Máximo Moreira Cardoso - 9ª CRE
Rua Pedro Leão Veloso S/N - Campo Grande
AUTOR(ES)
Danielle Milioli Ferreira

Iniciei o curso de licenciatura em Pedagogia em 2006, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o concluí em 2010, com a apresentação de uma monografia sobre o impacto da Lei Nº 10.639/03 na Educação Básica, cujos sujeitos da pesquisa eram jovens de terreiros do município de Nova Iguaçu (RJ), aos quais foi dirigida a seguinte pergunta deflagradora: “Que conteúdos poderiam estar sendo transmitidos nas escolas?” Foi um momento importante para eu desconstruir mitos e pensamentos estereotipados sobre a religião de matriz africana.

Depois, cursei a pós-graduação lato sensu Diversidade Étnica e Educação Superior Brasileira, até 2012 – mesmo ano de meu ingresso como professora de Educação Infantil no Município do Rio de Janeiro –, quando direcionei à Educação Infantil o que prescreve a Lei Nº 11.645/08.

Hoje sou mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEduc) da UFRRJ, debruçada sobre um tema dedicado à professora articuladora (PA), sem esquecer a importância das leis que embasam a Educação Básica em relação às questões étnico-raciais negra e indígena.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
PEI/ Professora Articuladora
OBJETIVOS

O tema A África Que Há em Nós permeou nosso 2º bimestre e é parte do projeto político-pedagógico anual O EDI Ludmila no Mundo das Brincadeiras. A partir dele, estamos viajando pelos continentes.

A ênfase no continente africano não se dá apenas por estarmos trabalhando mais um continente, mas pelo acolhimento que damos ao que prescreve a Lei Nº 10.639/03, que fixa a obrigatoriedade de incluir nos currículos escolares da Educação Básica as culturas africana e afro-brasileira. Isso nos permite realizar experiências efetivas para o enfrentamento e a eliminação do racismo e da discriminação nos contextos educacional e social.

São objetivos desta iniciativa:

• experenciar a cultura e as brincadeiras do continente africano;

• aplicar o que prescreve a Lei Nº 10.639/03, ampliando o conhecimento da cultura e da história africana e da cultura e da história afro-brasileira;

• valorizar as identidades das crianças; e

• trabalhar o preconceito.

ANOS DE ESCOLARIDADE
Berçário , Maternal I , Maternal II , Pré I e Educação Infantil
HABILIDADES
Educação Infantil - Educação Infantil - Brincar com sons e ritmos produzidos por diferentes materiais.
Educação Infantil - Educação Infantil - Descobrir-se como sujeito único a partir da exploração de seu corpo.
Educação Infantil - Educação Infantil - Reproduzir sons e ritmos com diferentes materiais ao participar de jogos cantados, festejos, musicais e brincadeiras coletivas.
Educação Infantil - Educação Infantil - Vivenciar variadas brincadeiras e brinquedos de diferentes lugares do nosso país e do mundo.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Fevereiro/2019 até atualmente
PÁGINA(S) DA PRÁTICA/PROJETO NA INTERNET

O EDI Ludmila Máximo Moreira Cardoso (9ª CRE), em Campo Grande, trabalha com uma metodologia de projetos que vai além de datas específicas para integrar o cotidiano, como preveem o projeto político pedagógico e o projeto pedagógico anual da unidade escolar.

O preconceito existe e é bem real e institucionalizado. Para a educadora Eliane Cavalleiro, a escola é um lugar de existência do racismo, do preconceito e da discriminação que acarreta na criança negra “autorrejeição, desenvolvimento de baixa autoestima com ausência de reconhecimento de capacidade pessoal; rejeição ao seu outro igual racialmente; timidez, pouca ou nenhuma participação em sala de aula; ausência de reconhecimento positivo de seu pertencimento racial; dificuldades no processo de aprendizagem; recusa em ir à escola e, consequentemente, evasão escolar”.

A autora ainda traz que, para a criança branca, o racismo acontece ao contrário: ela cristaliza um sentimento irreal de superioridade, reforçando um círculo vicioso. Por isso, o tema na Educação Infantil é importante, tanto para a valorização da criança preta, quanto para a criança branca pensar sobre os preconceitos existentes.

O trabalho foi realizado com os professores e agentes de Educação Infantil, com ações de formação que discutiam equívocos sobre a África, principalmente no que diz respeito às generalizações que se fazem sobre suas diversas etnias. A África é um continente com 54 países com diferentes culturas, línguas e modos de vida diferenciados. Portanto, quando falamos de um instrumento ou de uma brincadeira, é bom que o professor saiba de qual país está falando para evitar generalizações.

As crianças experenciaram questões da identidade a partir de livros que enfatizam a valorização da autoestima e de práticas pedagógicas favoráveis à autoimagem que incluem a valorização do cabelo crespo e de personalidades pretas, além de desenhos e leitura de histórias com personagens pretos.

Utilizamos também lápis de cor em diferentes tons de pele, enfatizando os preceitos prescritos pela Lei Nº 10.639/03 a partir da identidade das brincadeiras africanas, ou da cultura e dos biomas naturais de um determinado país ou região da África.

Observamos que, a partir da generalização de alguns temas por alguns professores, tivemos que intervir na prática com orientações sobre o continente africano. A equipe de direção da unidade escolar oferece cursos e lives online sobre o tema.

Quanto às crianças, tivemos que intervir com temas de representação positiva do cabelo crespo, pois elas já trazem consigo o preconceito imposto a seus cabelos. Pouco foi observado sobre a questão da cor da pele, mas já houve momentos de crianças que não queriam tocar ou brincar com o amiguinho por ser preto.

A orientação aos professores em casos assim é parar o que está fazendo e intervir na hora e de forma positiva. Quando não souber o que fazer, ele deve chamar a direção para a uma discussão conjunta do episódio ocorrido.

Notamos também que uma ou duas famílias abordaram os professores, pois não queriam que os filhos estudassem coisas de África por serem evangélicos. Orientamos esses pais a procurar a direção da escola para uma conversa sobre a Lei 10.639/03 e sobre o tema do racismo para enfrentar o preconceito.

Registros
IMAGENS
PDFs
Envie sua mensagem
E aí, professor(a)?

Gostou dessa ação, tem alguma sugestão ou quer tirar alguma dúvida com este(a) professor(a)? Mande uma mensagem para ele(a) aqui. As Cartografias também consistem neste espaço de trocas e compartilhamentos do que se produz na Rede Municipal de Educação carioca.