Começar a prática com a apresentação do título do livro "Rê Tinta e o pé de jamelão", de Estevão Ribeiro. Perguntar se a turma sabe o significado da palavra "retinta" e explicar, se possível, com imagens. Mostrar a variedade de tonalidades de peles que nós temos e como todas elas são bonitas, pedir que observem isso na sala de aula. Iniciar então a leitura do livro. Ao final da leitura, perguntar o que sentiram em relação aos vizinhos que se deixaram levar pela opinião de um só homem e destruíram a árvore da avó da Rê Tinta. Perguntar se eles também já passaram por isso, de se deixar levar pela opinião de outro, sem conhecer os fatos. Depois, passar para a criação das árvores de jamelão. Pode ser uma árvore por turma ou várias por turma. Cada aluno desenhará dentro do jamelão uma figura ou escreverá palavras de paz, contra as imagens e palavras de ódio das pessoas do livro. Queremos só árvores de paz. Se a turma estiver aprendendo a escrever, podemos fazer uma escrita coletiva, se já souberem, podem ser convidados a escrever suas palavras no quadro e os outros copiam em seus jamelões, ou nas folhas das árvores. Conforme a árvore for sendo construída, o diálogo sobre o que aconteceu no livro, vai continuando e todo o trabalho em grupo da turma, também os ajudará a se respeitarem. A ideia é, assim como no livro, todo o bairro ficou cheio de árvores de jamelão, a escola fique cheia de árvores, uma de cada turma.
As crianças ficam com a atenção presa na história e reagem de forma enérgica às injustiças apresentadas na narrativa, elas se envolvem e criam empatia com a personagem principal. Entendem o que aconteceu, mas as de turma mais nova (1º ano) demoram ou não conseguem relacionar a derrubada da árvore com o racismo. No trabalho prático, de construção da árvore, as turmas gostam muito de trabalhar em grupo e se respeitam, ajudam uns aos outros e gostam de participar de todas as etapas, desde o recorte dos jamelões, das folhas, a colagem de tudo. Durante o processo, na turma de 3º ano, alguns alunos soltaram frases racistas, enquanto outros que sofriam racismo também foram agressivos por se manterem na defensiva, mas conseguimos debater isso abertamente e ainda estamos debatendo e conseguindo criar ambientes de mais respeito como um todo nas turmas.