Restabelecer a função educativa e construtiva do espaço escolar;
Construir pertencimento visando preservação do espaço das salas de aulas;
Tornar os ambientes das salas identitários, com o registro de ideias e pensamentos formulados pelos alunos;
Ampliação de vocabulário;
Desenvolver a percepção da capacidade das sociedades de transformação dos espaços de convivência;
Incentivar a comunicação não violenta e o desejo pela presença na escola.
Ao chegar a EM Presidente João Goulart me deparei com salas sujas, inúmeras pichações, principalmente nos basculantes das janelas, onde se notavam desde xingamentos gratuitos, ofensas direcionadas, desenhos obscenos, siglas e símbolos de comandos criminosos da região. A proposta para o início da transformação foi a discussão da construção do espaço social, que carrega os anseios, projetos da sociedade que o habita e imprime no espaço suas tecnologias, esperanças e cultura, obviamente os alunos perceberam que "aqueles" escritos não significavam nada disso. No segundo momento foi apresentada a técnica do lettering e o planejamento do que cada um gostaria de registrar nas janelas, qual seria sua herança? Que marca positiva você gostaria de deixar no espaço de convivência? Foram estimulados a escrever algo que lhes oferecesse apoio nos momentos difíceis e de desânimo, um auxílio psicológico no momento das dificuldades. Reservamos as frases. O terceiro momento foi a preparação da "tela" para a arte. Pintamos as janelas com tinta preta lousa e finalmente colocamos nossas frases reservadas a público, através da técnica do lettering, utilizando canetas de giz líquido para dar a possibilidade de apagar e reescrever ao longo do percurso.
Cada sala com sua identidade, religiosidade, esperança, coragem, resistência... tantos valores no lugar de palavrões e agressões. É possível construir um espaço mais democrático, respeitoso, acolhedor e produtivo. O sentimento de pertencimento muda as relações, pacifica o discurso, fortalece os laços com a escola.