Mais conhecida como "Carol Ponciano", sou uma mulher negra, filha de uma nordestina, moradora da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro que decidiu ser professora aos seis anos de idade. Formada em Pedagogia (UNIRIO) e também em Letras-português/literaturas (UFRRJ).
Fui professora e coordenadora voluntária durante 10 anos (2008 a 2018) num pré-vestibular comunitário do município no qual resido. Local que me ensinou a ter uma visão global sobre educação.
Antes de atuar em sala de aula também trabalhei na Educação a distância auxiliando jovens/adultos.
Professora dos anos iniciais da Rede Municipal do Rio de Janeiro desde 2018, atualmente como regente de um 4° ano.
Criadora de conteúdo no Instagram: @carolponciano.prof
Através das redes sociais compartilho parte do meu cotidiano de forma real e, muitas vezes, bem humorada. Além de expor minhas práticas pedagógicas no intuito de ajudar outros colegas de profissão.
*PROPORCIONAR A CRIANÇA A CONSTRUÇÃO E O FORTALECIMENTO DE SUA AUTONOMIA A PARTIR DOS CARGOS VIGENTES NA SALA DE AULA;
*ESTIMULAR, NO DIA-A-DIA, ATITUDES DE SOLIDARIEDADE, COOPERAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR;
*GARANTIR A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DE CRIANÇAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM AMBIENTE ESCOLAR MAIS HARMÔNICO;
*EVIDENCIAR RESPEITO MÚTUO COMO CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O CONVÍVIO SOCIAL;
*ENSINAR PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS COMO RESPEITO AO OUTRO E EXIGÊNCIA DE IGUAL RESPEITO PARA SI;
*DESENVOLVER SENSO DE JUSTIÇA PARA COM TODAS AS PESSOAS E RESPEITO AOS SEUS LEGÍTIMOS DIREITOS;
*DESENVOLVER O CONTROLE E RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES;
*TRABALHAR A DISPOSIÇÃO PARA OUVIR IDEIAS, OPINIÕES E ARGUMENTOS ALHEIOS E REVER PONTOS DE VISTA QUANDO NECESSÁRIO.
As funções que serão aqui dispostas foram criadas de acordo com as necessidades e demandas que minha turma e minha realidade apresentavam. Logo, podem ser adaptadas se necessário.
Este projeto foi desenvolvido para auxiliar gestores e professores (da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental) que visam uma prática pedagógica que ajude a construir e fortalecer a autonomia de nossas crianças diante de situações de conflito ou questões do cotidiano. A estratégia apresentada aqui é adotada por mim, professora regente, desde de 2018, com uma turma de 4º ano e, posteriormente, com a mesma turma, já no 5º ano (2019). Em 2020 a proposta foi apresentada a uma turma de 1º ano, no entanto o projeto precisou ser interrompido pela pandemia do covid-19, diante do ensino remoto. Assim, foi retomado com as aulas presenciais em 2021 (2º ano), no ano seguinte com a mesma turma no 3º ano. E agora com uma nova turma no 4º ano.
É importante destacar que não trata-se de uma receita de bolo! Essa estratégia não é uma garantia que dará certo, muito menos que nunca mais acontecerá problemas na turma. Contudo, a diferença está em como esses problemas e demandas serão resolvidos com a participação efetiva das crianças e sem sobrecarregar a professora.
Depois de conhecer Paulo Freire e tanto ler seus livros na época da minha primeira faculdade de Pedagogia, uma palavra não saiu mais da minha cabeça: AUTONOMIA. Apesar de já conhecê-la eu só consegui entender o real sentido dela quando comecei a trabalhar no chão da escola pública. Ali parece que a necessidade de construção da autonomia dos educandos gritava pra mim.
Entrei no município em março de 2018. Nunca havia trabalhado com crianças. Peguei uma turma diversa… no mais amplo sentido da palavra. Meus alunos vieram para me tirar do eixo. UM VERDADEIRO CAOS. Indisciplina, individualismo, agressividade, falta de regras, falta de apoio familiar, problemas na aprendizagem, desrespeito. Sem contar o cotidiano difícil da própria comunidade (violência, tiroteios e afins).
Precisei desenvolver várias estratégias na tentativa de mudar o perfil da minha turma. E uma delas foi o uso de funções vinculadas a crachás na sala de aula.
A ideia surgiu quando percebi que mesmo com tantos problemas qualquer ajuda que eu pedisse aos alunos, por menor que fosse, eles sempre estavam disponíveis a fazer. Desde pegar uma caneta, apagar o quadro, dar um recado e tantas outras coisas.
Foi necessário me reinventar nesse aspecto e criar funções que possibilitassem o reconhecimento das crianças para que elas se sentissem parte do processo de mudança.
Sendo assim absolutamente tudo lá na sala é dividido para que as crianças participem. Desde a solução de conflitos até a liberação para sair de sala.
Ao todo trabalhamos em sala com 11 funções/crachás. São eles: Mediador(a) de conflitos, Secretário(a) da professora, Assistente de Higiene, Auxiliar de distanciamento, Auxiliar de organização, Fiscal do empréstimo, Atendente da porta, Agente de Leitura, Agente de Matemática, Conselheiro das emoções, Ajudante/Tutor(a).
(EM ANEXO encaminharei imagens com a descrição de cada para melhor compreensão).
Vemos as implicações não só no comportamento da turma como também na aprendizagem e nas atitudes que melhoram o convívio social no âmbito escolar.
Ter uma função em sala de aula é sinal de reconhecimento e cada função é distribuída de acordo com o comportamento daquela criança. Toda criança gosta de ser reconhecida por aquilo que faz de bom e muitas vezes só enxergamos o que fazem de ruim. Foi quando passei a valorizar as boas atitudes dos meus alunos e aproveitar o que eles faziam de melhor que comecei a ver resultados.
Por estar associada ao comportamento, no geral, as crianças buscam não se envolver em confusões para consequentemente não perder o crachá. Além disso, se ajudam mutuamente ainda que estejam sem crachá pois aprenderam que gerir a turma de forma harmônica e organizada é uma tarefa que cabe a todos.
O aluno está passível a perder a função se seu comportamento não estiver de acordo ou caso ele falte durante a semana. Desse modo é escolhida uma outra criança para ocupá-la.