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O jornalista Evaristo da Veiga, de ideias liberais clássicas e redator do Aurora Fluminense. Gravura de Sébastien Auguste Sisson, século XIX. Domínio público, Biblioteca Brasiliana – USP

Os liberais moderados defendiam a conservação da monarquia centralizada, embora entendessem que o Poder Legislativo deveria ter um peso maior na vida política do Império por representar a vontade da "maioria". Esta, entretanto, não abrangia a totalidade da população, pois, segundo a Constituição Outorgada de 1824, poucos poderiam participar da sociedade política imperial.

O jornalista Evaristo da Veiga, um dos principais representantes dos moderados, era redator do jornal Aurora Fluminense. Entre as posições que defendia estavam, por exemplo: "Liberdade e ordem legal, eis os mais preciosos dos nossos bens" e "nada de excessos. A linha está traçada – é a Constituição", ou ainda, mais categoricamente, "queremos a Constituição, não queremos a Revolução".

João Clemente Vieira Souto, responsável pela publicação Astrea, também compunha o grupo dos moderados, ligado particularmente aos produtores do interior (Zona da Mata e Sul de Minas). Estes últimos disputavam com os comerciantes portugueses o abastecimento da cidade do Rio de Janeiro.

Outra figura importante era o deputado Bernardo Pereira de Vasconcelos, bacharel em Direito por Coimbra, que orientava o jornal O Universal, de Ouro Preto. Em um de seus discursos na Assembleia, comentara sobre o comparecimento dos ministros do Poder Executivo aos debates referentes às suas pastas, promovidos no Poder Legislativo: "Ah! Venham eles quanto antes, venham depor perante a representação nacional, venham mostrar ao público suas virtudes ou seus vícios, sua ciência ou sua ignorância: saiam de seus palácios, asilo da sua imbecilidade".

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Patrocinado pela sociedade secreta maçônica Os Carpinteiros de São José (ou Jardineira), o Abelha Pernambucana, redigido por Borges da Fonseca, era uma das vozes dos liberais exaltados. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Os liberais exaltados divulgavam suas ideias e propostas nos jornais Gazeta ParaibanaAbelha Pernambucana, dirigidos por Antônio Borges da Fonseca, que, no Rio de Janeiro, também fundou O Repúblico. Já o Tribuno do Povo, de Francisco das Chagas Oliveira França, e o Malagueta, de Luís Augusto May, defendiam a federação, que, em sua opinião, daria maior autonomia às províncias do Império. Alguns chegavam até a defender a possibilidade da instauração de uma república.