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Vista de Olinda, cidade onde a revolta foi deflagrada 20 dias após a nomeação de um conservador para a presidência da província de Pernambuco. Gravura de Johann Moritz Rugendas, 1835. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Pelas ruas pernambucanas o clima era quase revolucionário, e nesse contexto, em 17 de outubro de 1848, o mineiro Herculano Ferreira Pena foi nomeado, pelo gabinete conservador do Marquês de Olinda, para governar a província, o que acirrou mais ainda os ânimos.

Em 7 de novembro a cidade de Olinda pegou em armas e, como um rastilho, o movimento rapidamente espalhou-se por todo Pernambuco. Surgira como uma explosão dos ânimos e das vontades. Amaro Quintas observa que, na história dos movimentos pernambucanos, ocorria "não um movimento de cima para baixo, mas, ao inverso, de baixo para cima". Acrescenta, adiante, que o que empolgara e impulsionara a Praieira foram os líderes populares e não os líderes da cúpula partidária.

As reivindicações do movimento foram divulgadas no "Manifesto ao Mundo" de 1º de janeiro de 1849, assinado pelos chefes militares praieiros:

"Protestamos só largar as armas quando virmos instalada uma Assembleia Constituinte. Esta assembleia deve realizar os seguintes princípios:

1º) O voto livre e universal do povo brasileiro.
2º) A plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa.
3º) O trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro.
4º) O comércio a retalho só para cidadãos brasileiros.
5º) A inteira e efetiva independência dos poderes constituídos.
6º) A extinção do Poder Moderador e do direito de agraciar.
7º) O elemento federal na nova organização".

Sucediam-se os combates. Os revoltosos, sob o comando militar do capitão Pedro Ivo da Silveira e do general-chefe Félix Peixoto de Brito e Melo – que combatera na Bahia contra as tropas de Madeira de Melo, por ocasião da Guerra da Independência –, tentaram conquistar o Recife.