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Mapa do século XVI registra a desembocadura de alguns rios na Baía de Guanabara (Crédito: André Thevet/Biblioteca do Itamaraty, Rio de Janeiro)

Os rios, no seu caminho da nascente à foz, desempenharam, desde muito cedo, um papel importante na conquista e na ocupação das terras da América portuguesa. Eram verdadeiras estradas que facilitavam o ir e vir de pessoas e de mercadorias, principalmente no entorno da Baía de Guanabara. Criaram uma espécie de corredor em direção aos portos litorâneos, e inúmeras povoações surgiram ao longo de suas margens.

Os que percorrem a cidade do Rio de Janeiro não possuem grande volume de água, se comparados a outros existentes no Brasil. Devido a essa característica, sempre existiram esforços para garantir o abastecimento. O escritor Vivaldo Coaracy (1882-1967) já registrara que “desde as suas origens foi sempre o Rio de Janeiro uma cidade com sede”.

Antes de o Rio ser o Rio, documentos informam que os cursos d’água atravessavam (livremente) as baixadas, no seu caminho para o mar, as lagoas ou outros rios. Atualmente, muitos deles se encontram ocultados, aterrados, drenados ou canalizados, tendo seu curso no subsolo das cidades. É o caso do Rio Carioca, por exemplo, que hoje corre embaixo de ruas e edifícios dos atuais bairros do Cosme Velho, de Laranjeiras e do Flamengo.