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Bocha e goalball são modalidades paralímpicas
27 Julho 2016 | Por Sandra Machado
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Equipe brasileira de bocha paralímpica em competição (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

O esporte chamado bocha foi inspirado no jogo de mesmo nome, que já existia na época do Império Romano e chegou ao Brasil com os imigrantes italianos. Só na década de 1970 foi adaptado e passou a ser praticado por pessoas com deficiência. Antes de se tornar modalidade oficial, teve uma antecessora, jogada na grama, com a qual o Brasil conquistou sua primeira medalha paralímpica, quando Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976.

A bocha paralímpica existe desde 1984, para homens e mulheres, e tem sido praticada em mais de 50 países, mesmo por pessoas que apresentam um grau severo de comprometimento motor, como os tetraplégicos, pacientes de distrofia muscular progressiva ou que sofreram acidente vascular cerebral. Os atletas são classificados na categoria CP1 (com deficiência mais severa) ou na CP2, e divididos em quatro classes. Algumas permitem ajuda externa e o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola, que é pouco maior do que a usada para jogar tênis e pode ser chutada, arremessada ou rolada com as mãos.

Na modalidade, são usadas uma bola branca, seis vermelhas e seis azuis. O objetivo dos competidores é lançar as bolas o mais perto possível da branca (Foto: Ben Stansall/AFP)

Jogo de precisão, no qual homens e mulheres podem competir juntos, a bocha é disputada em partidas individuais, em dupla ou por equipe de três atletas. Na modalidade paralímpica, são usadas uma bola branca, chamada de jack ou bolim, seis vermelhas e seis azuis. O objetivo dos competidores é lançar suas bolas o mais perto possível da branca.

Na primeira participação brasileira, nos Jogos Paralímpicos de Pequim (2008), os atletas Dirceu José Pinto e Eliseu dos Santos trouxeram duas medalhas de ouro e uma de bronze na volta para casa. Na edição seguinte, realizada em Londres, a dupla repetiu o feito, e Maciel Santos também conquistou o ouro. 

Goalball é modalidade desenvolvida para pessoas com problemas de visão

Criado no pós-guerra pelo alemão Hanz Lorenzer e pelo austríaco Sett Reindle para reabilitar veteranos com deficiência visual, apenas três décadas mais tarde foi apresentado nos Jogos Paralímpicos de Toronto (1976), e incorporado ao programa na edição seguinte, em Arnhem, na Holanda. Disputado inicialmente apenas entre homens, o goalball foi ampliado à participação feminina em 1984, nos Jogos realizados em Nova York, nos Estados Unidos, e simultaneamente em Stoke Mandeville, na Inglaterra.

Em 1995, a seleção brasileira masculina conquistou medalha de prata nos Jogos Parapan-Americanos de Buenos Aires. A seleção feminina já foi vice-campeã no Mundial da Federação Internacional de Esportes para Cegos, realizado em Quebec, em 2003. Diferente do que costuma ocorrer, as mulheres estrearam primeiro, em Atenas (2004), e os homens só em 2008, em Pequim. Na edição seguinte, em Londres, a equipe masculina ficou com a medalha de prata. Em 2014, o Brasil ganhou o Campeonato Mundial Masculino.

No goalball, todos os atletas jogam vendados para que haja igualdade de condições (Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro)

Embora recente, existem divergências sobre o início da atividade no Brasil. Há quem aponte Steven Dubner como a pessoa que teria apresentado o goalball aos membros do Clube de Apoio ao Deficiente Visual de São Paulo, em 1985. Mas há também quem indique Mário Sérgio Fontes como tendo sido enviado ao Campeonato Mundial na Holanda, em 1986. Entretanto, há um consenso em torno de um divisor de águas importante para o esporte no país: a realização do I Campeonato Brasileiro de Goalball, no ano seguinte.

Mais juízes que atletas

Em um espaço que tem as mesmas dimensões da quadra de vôlei – 9m de largura por 18m de comprimento –, três jogadores de cada time atacam e defendem alternadamente. A baliza ocupa toda a extensão da largura e tem 1,30m de altura. Todas as linhas são táteis, demarcadas com barbantes colocados sob uma fita adesiva, para facilitar a orientação dos jogadores. Assim como no futebol de 5, a bola – que pesa 1,25kg e mede 76cm de diâmetro – possui guizos que ajudam os atletas a localizá-la, utilizando a audição. Sendo assim, é indispensável que o público mantenha silêncio absoluto, a não ser para comemorar os gols.

Na versão oficial, 11 árbitros atuam juntos: dois principais, um em cada lado da quadra; quatro juízes de linha, um em cada quina; e cinco mesários com função de cronometragem. Cabe aos dois titulares comandar o jogo, inclusive fazendo a narração para que não apenas os jogadores entendam o que está acontecendo, mas também boa parte da torcida, que costuma ser formada por pessoas com deficiência visual. Mesmo que apenas brasileiros estejam em quadra, são usados sempre termos em inglês, a fim de preparar as equipes para eventos internacionais.

Cada equipe é composta por três jogadores em quadra mais três substitutos. Todos entram vendados, para que haja igualdade de condições entre aqueles atletas que enxergam um pouco e os que perderam totalmente a visão. Vence o grupo que marcar mais gols depois de 24 minutos de partida, divididos em dois tempos de 12, com três de intervalo. Mas quando uma equipe abre dez gols de vantagem, o jogo é automaticamente encerrado. 

Fontes:

Site Rio 2016, site Brasil 2016

 
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