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Projeto eleva conceito dos alunos de insuficiente para muito bom
21 Junho 2017 | Por Larissa Altoé
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A escola está situada no final da Avenida Brasil, distante de bens culturais

A E.M. Gandhi (10ª CRE), em Paciência, está localizada no final da Avenida Brasil, em uma área quase rural, distante de bens culturais. “A situação era caótica antes da implantação do projeto Formando para a Vida. A maioria dos estudantes não aprendia nem 50% do que precisava saber. Hoje, a maior parte das 21 turmas entre o 7º e o 9º ano tem mais de 80% de aproveitamento”, conta Alan Marcelo Oliveira da Silva, diretor da unidade. A ideia de atividades extraclasse que estimulassem a autoestima dos adolescentes partiu do professor de História, João Mário Brito Júnior, e logo contou com o apoio de toda a comunidade escolar.

Uma dessas atividades é o Pré-Técnico, ou seja, aulas no contraturno escolar para estudantes interessados em conseguir uma vaga nas escolas técnicas de Ensino Médio. Como Júlia Clara de Oliveira Carvalho que, em 2016, passou em 2º lugar no Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ e em 4º no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – Cefet. Todos os três professores envolvidos no Pré-Técnico são voluntários: Juliana Lares, de Língua Portuguesa; Wallace Borret, de Matemática, e Walter Sansão, de Redação. Atualmente, o curso preparatório têm 19 estudantes interessados em repetir o feito da colega. Leonara Moura, 14 anos, faz parte dessa turma e diz que seu objetivo é conseguir o que os pais não tiveram por trabalhar desde cedo - capacitação.

Há também atividades artísticas ligadas ao teatro, à música e ao audiovisual. Cristiane Souza de Oliveira, professora de Artes, conta que tudo começou com a oficina de turbante, que se desdobrou em diferentes formas de expressão da ascendência afro-brasileira. As turmas aderiram com entusiasmo e, hoje, são os próprios alunos que propõem novos formatos. Recentemente, o núcleo de arte da escola teatralizou o poema Me Gritaram: Negra!, da peruana Victoria Santa Cruz.

Outra iniciativa na área teatral é liderada por Ângela Aparecida de Oliveira, professora de Educação Física e também regente do Aceleração. Ela conseguiu motivar os alunos em defasagem ano / série a avançar na aquisição da leitura e da escrita por meio da pesquisa e encenação da vida de personagens inspiradores, como Nelson Mandella e Malala Yousafzai.

No Formando para a Vida, o trabalho é, muitas vezes, voluntário, e por isso há professores que atuam também em áreas diferentes daquelas para as quais foram contratados pelo município, em prol de uma formação mais holística para os estudantes. Esse é o caso de João Mário Brito Júnior, professor de História, que montou o coral.

 Jurema Pimentel é merendeira readaptada, ou seja, não pode mais exercer a função original por problemas de saúde, e trabalha em outras áreas, compatíveis com suas possibilidades. Além de ajudar nas tarefas administrativas, ensina violino. Ela ressalta que é uma oportunidade de apresentar um instrumento clássico para as crianças da periferia.

Angela Aparecida de Oliveira e Mozart Dante de Souza Júnior são professores de Educação Física e trouxeram dois esportes pouco conhecidos para as turmas: o floorball e o badminton. Apenas mais três escolas da Rede têm aulas de floorball, graças a uma parceria com a associação brasileira da modalidade, que cedeu o equipamento caro e importado. O esporte mistura hockey com futsal e usa tacos em quadras de piso liso.

Floorball

Outro recurso utilizado na E.M. Gandhi são as excursões pedagógicas. Os alunos já foram ao AquaRio, ao Museu Histórico Nacional, entre outros passeios educacionais, e fizeram a trilha que leva ao Pão de Açúcar, onde tiveram aulas de Geografia e Ciências.

Simone Cunha, diretora adjunta, afirma que antes do Formando para a Vida havia um círculo vicioso na escola: os alunos fracassavam em suas notas e se julgavam incapazes. Agora, segundo ela, há um processo virtuoso, no qual os adolescentes criam, ganham autoconfiança, e, consequentemente, têm um melhor aproveitamento em sala de aula. 

A escola possui também alguns alunos que ainda precisam ser alfabetizados, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática. Para esses, Alan garante que haverá aulas específicas na Sala de Leitura. “Procuramos um diálogo mais aberto com os estudantes para que eles possam conquistar uma vida melhor, para que se tornem cidadãos.”

 
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