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Revoltas do Período Regencial: recursos audiovisuais e outros materiais
14 Agosto 2017 | Por Fernanda Fernandes
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O agravamento da situação econômica e o anseio das camadas popular e média por uma maior participação política geraram revoltas em vários pontos do país durante o Período Regencial, segundo Jeanne Abi-Ramia, professora de História e consultora do site História do Brasil, produzido pela MultiRio. Entre esses movimentos, destacam-se a Sabinada (1837-1838) e a Revolta dos Malês (1835), ambas na Bahia; a Cabanagem (1835-1840), no Grão-Pará; a Balaiada (1838-1841), no Maranhão; e a Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul.

Confira, abaixo, sugestões de materiais que podem inspirar e apoiar o trabalho do professor em sala de aula, e também estimular os alunos a se debruçarem sobre o conteúdo, previsto nas Orientações Curriculares do 8º ano.

I) Site

História do Brasil, da MultiRio
Repaginado no ano de 2016, o site é dividido em três módulos: Rio de Janeiro – História da Cidade, América Portuguesa e Brasil Monárquico. A navegação por temas torna-se mais fácil pelo mapa do site. Além de servir como fonte de pesquisa de texto, a plataforma dispõe de ricas galerias de imagens, que podem ser ampliadas e exibidas em sala de aula pelo professor. As principais revoltas ocorridas no Período Regencial estão contempladas: a dos Malês, a Cabanagem, a Balaiada, a Sabinada e a Farroupilha

A interface do site História do Brasil, produzido pela MultiRio

 

II) Vídeos

Série 500 Anos – O Brasil Império na TV, da TV Escola
Retrata a História do país utilizando o teatro de bonecos. O episódio Rebeliões no Império, com 17 minutos de duração, mostra como se deram as revoluções dos primeiros anos do Império e quais foram as consequências sofridas no Brasil das decisões tomadas do outro lado do Atlântico, em Portugal. São mencionadas a Cabanagem e a Guerra dos Farrapos. Para ter acesso, basta cadastrar-se gratuitamente e fazer o login no site.

Série A Revolta dos Cabanos, da TV Escola
Dirigida por Renato Barbieri, com pesquisa histórica e roteiro de Victor Leonardi, a minissérie pode ser vista em dois episódios – Os três governos cabanos e Fogo em relva ressequida – ou na versão completa, com 52 minutos. Nela, especialistas de Belém e de Manaus revelam quem são os personagens da Cabanagem, o que causou o movimento, como foi o governo feito pelos cabanos e qual a repercussão do conflito. Para ter acesso, basta cadastrar-se gratuitamente e fazer o login no site

Na série produzida pela MultiRio, um jovem viaja pelo tempo e chega a importantes momentos da História do Brasil

Série O Mochileiro do Futuro, da MultiRio
Em episódios de aproximadamente 15 minutos, a produção destaca importantes manifestações populares que ocorreram durante a transição do Império para a República e que entraram para a História do Brasil. A trama é conduzida por um jovem mochileiro, que encontra um par de óculos capazes de transportá-lo ao passado. Essa viagem virtual o leva à Revolta dos Malês e à Balaiada, além de movimentos de outros períodos da História.
Para entrar ainda mais na história, a MultiRio disponibiliza o molde dos Óculos Google Cardboard customizados para a série. Com eles, é possível assistir aos episódios com a simulação da técnica 3D (terceira dimensão). O documento com as orientações pode ser acessado aqui.
Professores da Rede Municipal têm a possibilidade de fazer o download dos vídeos, assim como de outras produções da MultiRio. Para isso, basta cadastrar-se e fazer o login no Portal. 

Série Construtores do Brasil, da TV Câmara
Traz a biografia de personalidades que tiveram papel predominante na formação política, histórica e geográfica do país. Um dos episódios, de aproximadamente dez minutos, passeia pela Guerra dos Farrapos ao narrar a trajetória de Bento Gonçalves, um dos líderes da rebelião. Anita Garibaldi, engajada nesse mesmo conflito, também é tema de um dos programas. É possível fazer o download dos episódios gratuitamente, pelo site.

Série O Pará Que Faz História, do Governo do Pará
O episódio Cabanagem, segundo da série produzida e publicada na página do Facebook do Governo do Pará, leva a um passeio pelas cidades de Cametá, Barcarena e Belém, intimamente ligadas ao movimento. O vídeo traz depoimentos de historiadores, além de informações e belas paisagens dessas cidades nos dias de hoje. 

III) Filmes

Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva
O filme conta a saga de uma mulher e seus dois filhos, que percorrem o estado do Rio Grande do Sul durante a Revolução Farroupilha. Para manter a família viva e unida, Anahy começa a negociar pertences de soldados mortos no conflito. Nessa jornada, passa por episódios lendários e históricos da Guerra dos Farrapos. Classificação indicativa: programa não recomendado para menores de 16 anos.

O Cônego – Senderos da Cabanagem, de Paulo Miranda
Ficção inspirada em fatos históricos, a trama tem por base a experiência vivida pelo cônego paraense Batista Campos. A história ambienta-se em um período anterior à Revolução Cabana, que teve seu desfecho em 7 de janeiro de 1835, com a tomada de Belém. 

Filme Uma História de Amor e Fúria (Foto: Divulgação)

Uma História de Amor e Fúria, de Luis Bolognese
Com traço e linguagem de HQ, a animação retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Como pano de fundo do romance, o longa destaca episódios da História do Brasil desde a colonização, passando pela Balaiada, até o futuro, no ano de 2096, quando é prevista uma guerra pela água.

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos. 

IV) Livros (quadrinhos, cordel e arte)

Revolta dos Malês, de Mauricio Pestana
Em formato de história em quadrinhos, é um dos três títulos da Coleção Herói Brasileiro – ao lado de Revolta da Chibata e Revolta dos Búzios –, de autoria do escritor e cartunista, que trata de lutas e realizações dos africanos e de seus descendentes na História do Brasil.

A Guerra da Balaiada, de Magno José Cruz
Com texto em literatura de cordel, a obra narra a epopeia dos guerreiros balaios na versão dos oprimidos. O livro integra a Coleção Negro Cosme, publicada pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão, e pode ser acessado aqui

Fogo no pasto, de Guido Mondin (Foto: Reprodução)

Um Olhar Farroupilha – Guido Mondin Arte e História
Livro-catálogo da mostra de mesmo nome, que documenta as impressões do pintor gaúcho Guido Mondin sobre a Revolução Farroupilha. São16 obras, telas a óleo, retratando a saga dos farrapos. Publicado por meio de uma parceria entre a Assembleia Legislativa e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul.

V) Músicas

Malê a Insurreição
Encontro do Grupo Cultural Malê Debalê, bloco afro-baiano, com o rapper Emicida, em um tradicional ensaio na sede do Malê, em Salvador. A apresentação é fruto do projeto Que Bloco É Esse?, que valoriza e resgata a história do carnaval e da cultura baiana.

Piração na Bahia contra a escravidão e a opressão
Malês, ícones da insurreição
Conspiração na Bahia contra a escravidão e a opressão
Malês, ícones da insurreição

E o poder da África está aqui
E a força da África está entre nós
E a comunidade negra clama nossa voz
Reparação já não estamos sós
E a comunidade negra clama nossa voz
Reparação já não estamos sós
Levante a cabeça e acorda negro

Levanta a cabeça e acorda negro
Malê Debalê convoca
Levanta a cabeça e acorda negro
Malê Debalê convoca
Pra outra revolução

Revolta dos Malês
De Rafael Pondé, cantor e compositor baiano.

Perto do Abaeté tem um nego mandingueiro
Descendente do Malês, povo nobre e guerreiro
Faz dali o seu terreiro
Na roda de capoeira ou orando ao Deus Allah
Veste branco às sextas-feiras
Usa xale e patuá
(seu avô era um Alufá)
Esse nego um dia fez revolta
A Revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
O canto de apear o boi
(foi o Malê que trouxe)
E se você vestir um abadá
(foi o Malê que trouxe)
O misticismo e a superstição
(foi o Malê que trouxe)
A moda de viola do sertão
(foi o Malê que trouxe)
Tapas, Haussás, baribas
Negos e mandingas
A Revolta dos Malês foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês

Epopeia Farroupilha
De Elton Saldanha, cantor e compositor de música regional gaúcha.

Retumba um bater de cascos, por planícies e coxilhas
É o meu Rio Grande do Sul que amanheceu farroupilha
Na frente Bento Gonçalves com sua aura de bravos
Vem libertar esse povo que não quer mais ser escravo.

É Canabarro e Souza Neto
O Rio Grande é um coração, defendido com afeto
Esta horta varonil, de farrapos a pobreza
Vem lá do sul do Brasil, pra lutar contra a nobreza

Vamo de a cavalo indiada, chapéu tapeado bandeira na mão
Já está chegando a hora da gente defender esse rincão
Viva, viva, viva o meu Rio Grande, viva a Revolução.

Toca, toca, toca esse clarim
Toca pra se ouvir pelas coxilhas
Toca, toca, toca esse clarim
Amanheceu a epopeia farroupilha 

Capa do álbum de Salomão Habib e Valdecir Palhares (CD e DVD), lançado pela Violões da Amazônia (Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.)

Álbum 1835 Cabanagem – Canções de Amor, Guerra e Paz
O músico paraense Salomão Habib, em parceria com o compositor Valdecir Palhares, lançou, no início deste ano, um álbum inteiro dedicado à Revolução dos Cabanos. O material baseia-se numa extensa pesquisa de seis anos sobre o conflito e foi gravado no Salão Nobre da Associação Comercial do Pará, apoiadora do projeto.
Vídeos de três canções podem ser encontrados no YouTube, publicados com a autorização do músico, entre os quais Felipe Patroni na Prisão e Navios Negreiros

Felipe Patroni na Prisão

Felipe Patroni ao sonhar
Impôs-se um divisor
A escravidão foi atacar
Foi dos escravos um defensor
Falando quase aos berros
Felipe Patroni na ilusão
“Quebraram-se os ferros”
“Somos livres, acabou-se a escravidão”
Quem luta toma castelos
Patroni marcou reunião
Com Manoel Fernandes Vasconcelos
E seus irmãos João e Julião
Contar a verdade faz bem
Numa luta desigual
Os três foram presos em Belém
E Patroni foi preso em Portugal
Os irmãos portugueses traziam
No bolso uma correspondência
Onde Patroni defendia
Do Grão-Pará, a independência
Os portugueses não esperaram
Logo tomou sua decisão
Os sonhadores mandaram
Os adversários para a prisão

Navios Negreiros

Na exploração e na vaidade
Colonizadores em ação
Não tiveram humanidade
Realizaram a escravidão
Navios negreiros zarpavam
Escravos na África rendidos
Luso comércio da vergonha
No Grão-Pará eles eram vendidos
Os maus-tratos que sofriam
Sentimento e zombaria
Os escravos então fugiam
Vão fundar os seus quilombos
Cabanos queriam
Um mundo livre
Contra a injustiça
Lutavam mocambeiros
No Brasil e no Grão-Pará
Posso dizer como é
Perseguiram sem cessar
Quilombos como o de Maracaçumé

VI) Jogo

Jogo da Cabanagem
Totalmente gratuito, o jogo foi desenvolvido no LaRV – Laboratório de Realidade Virtual, da Universidade Federal do Pará, por alunos da Faculdade de Engenharia da Computação, sob a orientação do professor Manoel Ribeiro Filho, doutor em Engenharia Elétrica e Computação Aplicada da UFPA. Com caráter educativo, a temática é o movimento cabano.

VII) Jornal

Gazeta de Santarém – Especial Cabanagem
Caderno Especial publicado em 2009 pelo jornal Gazeta de Santarém, sobre a história da Cabanagem. Em 28 páginas, a edição organizada pelos jornalistas Manuel Dutra e Celivaldo Carneiro traz entrevistas, artigos e análises que contextualizam a revolta e seus reflexos na região. De modo distinto, o caderno revela a guerra a partir do interior da região, precisamente a partir da fortaleza cabana de Cuipiranga, no município de Santarém. Está disponível para acesso na internet, podendo também ser impresso.


Fontes:
http://lemad.fflch.usp.br/node/8371
http://diversitas.fflch.usp.br/node/3358
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
http://www.fcp.pa.gov.br/ 

 
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