ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Escolas bilíngues na Rede Pública Municipal
18 Julho 2018 | Por Larissa Altoé
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
E.M. Didia Machado Fortes, bilíngue para Francês

Desde 2013, o município do Rio oferece o aprendizado de uma segunda língua em algumas unidades escolares. Não tão somente como uma língua estrangeira, mas com a intensidade necessária para que as crianças adquiram familiaridade com o universo cultural proposto.

Até 2017, eram nove escolas bilíngues para o Inglês e uma para o Espanhol. Diante dos benefícios de se aprender uma segunda língua ainda na primeira infância, a Secretaria Municipal de Educação decidiu ampliar o projeto em número de escolas atendidas, na quantidade de anos de estudo a serem cobertos e no número de línguas disponíveis. Atualmente, são 25 escolas bilíngues no município, sendo 9 para o Inglês, 12 para o Espanhol, 3 para o alemão e 1 para o Francês. A meta para 2019 é que esse número dobre, chegando a 50.

“Os relatos dos profissionais que participam do projeto falam da diminuição da evasão escolar e do aumento do interesse dos alunos e responsáveis, assim como da maior autoestima pela possibilidade de adquirir um aprendizado diferenciado”, explica Clara Costa, assessora de planejamento da SME.

O total de alunos beneficiados no projeto das escolas bilíngues é de 7.605. Todas as unidades envolvidas funcionam das 7h30 às 14h30. Para implementar a ampliação do projeto, abriu-se consulta on-line no Portal Rioeduca para saber quais escolas teriam interesse em aderir e para quais idiomas. Houve 150 respostas positivas, a maioria preferindo Espanhol. Na sequência, vieram o Francês e o Alemão.

Paralelamente a esse movimento, a divisão de Recursos Humanos da SME levantou quais professores de Língua Portuguesa tinham habilitação para uma segunda língua, qual era ela e se queriam se engajar no projeto. O último fator dessa combinação foi distribuir de forma equilibrada as oportunidades por todas as regiões da cidade.

Francês

A única escola bilíngue municipal a oferecer Francês é a Professora Didia Machado Fortes (7ª CRE), na Barra da Tijuca. A implantação desse trabalho nasceu em grande medida do projeto de vida da professora Tatiana de Albuquerque, que se doutorou pela UFRJ com uma pesquisa sobre a aquisição de uma segunda língua por falantes brasileiros. “Abandonei todas as escolas particulares onde dava aulas de Francês para me dedicar 40 horas ao projeto do bilinguismo na Rede Pública. Não se trata de ensinar uma língua estrangeira, mas uma segunda língua, alfabetizando as crianças simultaneamente à língua portuguesa. Estou impressionada como já aprenderam tanto em apenas quatro meses! Uma menina de 5 anos cantou todo o hino da França na apresentação que fizemos para o consulado na Fait de La Musique, uma data comemorativa francesa que, em português, se chama Festa da Música”, conta Tatiana.

Rita Loureiro, professora especializada em Educação Infantil, é parceira de Tatiana no desafio. Elas são responsáveis por quatro turmas, sendo uma de Educação Infantil, com 10 tempos de 50 minutos semanais de Francês, e 3 turmas de 1º ano, com 8 tempos. O Consulado da França apoia o projeto e possibilitou a ida das duas professoras à Besançon, na França, para fazer um curso sobre o ensino do Francês em escola primária, com Helene Vanthier, autora dos livros a serem adotados no projeto.

A diretora Jussara Lacava disse que o “novo” motiva a todos, apesar de dar mais trabalho. Não é a primeira vez que a diretora se engaja em uma proposta que vai além do currículo básico. As crianças sob sua responsabilidade têm respondido bem ao que lhes é proposto – provenientes de comunidades como Gardênia, Cidade de Deus, Tijuquinha, Rio das Pedras, entre outras, obtiveram nota 8,4 no Ide Rio (prova municipal aplicada ao 3º ano) e 7,9 no Ideb (prova de âmbito federal para o 5º ano).


E.M. Professora Didia Machado Fortes. Professoras Tatiana Albuquerque e Rita Loureiro. Vídeo de Alberto Jacob Filho

Alemão

A Língua Alemã está disponível em três escolas: os Cieps Professor Darcy Ribeiro (9ª CRE, em Campo Grande) e Oswald de Andrade (6ª CRE, em Parque Anchieta) e a E.M. Epitácio Pessoa (2ª CRE, no Andaraí). A implantação do bilinguismo acontece em algumas turmas em um projeto piloto. O primeiro segmento (até o 5º ano) conta com cinco tempos de alemão e o segundo segmento (6º ao 9º ano), seis tempos.



Espanhol

A E.M. Holanda (11ª CRE), na Ilha do Governador, é pioneira no bilinguismo para o Espanhol, que começou em 2014. Hoje em dia, são 5 professores responsáveis por 16 turmas, da Educação Infantil ao 6º ano, todos eles – Rafael de Oliveira, Melissa Moreira, Leonardo Gonçalves, Cristiane Oliveira e Patrícia Fernandes – com proficiência testada pelo Instituto Cervantes, na forma oral e escrita.

A equipe de Espanhol da E.M. Holanda conta com o apoio e a orientação da UFF, mais precisamente das professoras Luciana Freitas e Dayala Vargas, que eram da Faculdade de Letras e agora trabalham na Faculdade de Educação da universidade. Graças a essa parceria, os profissionais elaboraram os próprios cadernos pedagógicos que utilizam. Além disso, a SME tem promovido formações regulares para os professores, tanto sobre orientações curriculares, como em encontros com docentes universitários que orientam sobre temas específicos – como trabalhar a oralidade ou a produção escrita em sala de aula, por exemplo.

A Educação Infantil tem 15 tempos de Espanhol por semana. O 1º ano do Ensino fundamental, oito tempos, e a partir do 2º ano, quatro tempos. “Não temos professores suficientes para dar os oito tempos ideais do 2º ao 6º ano”, explica a equipe.

Eles trabalham personagens importantes, seja da vida real ou da ficção, como Frida Khalo e D. Quixote. A Páscoa, a festa junina e outros eventos são comemorados em Língua Portuguesa e Espanhola simultaneamente.


E.M. Holanda. Professor Leonardo Gonçalves. Vídeo de Alberto Jacob Filho

Inglês

O Ciep Presidente Agostinho Neto (2ª CRE), no Humaitá, oferece o Inglês como uma segunda língua desde 2015. A Educação Infantil tem 15 tempos semanais e do 1º ao 6º ano, 10 tempos semanais. São seis professores de 40 horas. A diretora Márcia Meninato enfatiza que uma escola não se torna bilíngue de uma hora para outra, é um processo a ser construído. Nesse sentido, a equipe teve formação na Cultura Inglesa e conta com um material diferenciado disponibilizado pela SME. Desde o ano passado, algumas provas começaram a ser feitas em Inglês, caso de História e Geografia. Em 2018, será a vez de Ciências. Nesse caso, a avaliação é conjunta entre as professoras das matérias envolvidas.

As datas típicas de países de Língua Inglesa são comemoradas, como o Halloween, o St. Patrick’s Day e o Thanksgiving Day. Segundo Márcia, quanto mais idade tem a criança, maior é a timidez e o bloqueio. Ela lembra também que nos grandes eventos que acontecem na cidade, como a Jornada Mundial da Juventude e as Olimpíadas, a escola costuma receber visitas de estrangeiros, ocasião para os alunos colocarem em prática o que aprenderam.

Juliana Farias é uma das professoras de Inglês do Ciep Presidente Agostinho Neto. Ela trabalha com a turma da Educação Infantil, crianças entre 4 e 5 anos, durante 2 horas todos os dias, e costuma deixar músicas em Inglês para que Martha Damico, professora regente, use com os alunos durante as outras atividades.


Ciep Presidente Agostinho Neto. Professora Juliana Farias. Vídeo de Alberto Jacob Filho

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp