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Fontes renováveis e não renováveis de energia
01 Janeiro 2010 | Por MultiRio
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Para quem vive na cidade grande, a poluição e a fumaça já fazem parte do dia a dia, especialmente as que saem do cano de descarga dos automóveis. Mas quem quer viver em um ambiente poluído? Ninguém, claro! Não faz bem à nossa saúde, nem aos demais seres vivos, à natureza.

Pensando no futuro do planeta, na vida com mais qualidade, os cientistas vêm desenvolvendo biocombustíveis. O que é isso? São combustíveis de origem biológica – principalmente de origem vegetal, como a partir da soja, do milho e da cana-de-açúcar – para substituir o petróleo e o gás natural, atualmente muito utilizados e responsáveis em grande parte por agressões ao meio ambiente.

Que tal aprender um pouco mais sobre isso?

Fontes de energia renováveis e não renováveis – Para começar a entender por que os biocombustíveis são importantes, é preciso entender um pouco das fontes de energia utilizadas no mundo.

Algumas fontes são chamadas renováveis, ou seja, podem ser usadas sempre, porque não vão se esgotar – por exemplo, a energia gerada pela água em usinas hidrelétricas ou a energia solar e eólica (gerada pelo vento). Além da vantagem de não se esgotarem, essas fontes de energia também são geralmente consideradas formas de energia limpa, porque não agridem o meio ambiente. Na verdade, algumas fontes renováveis também geram poluição, mas essa agressão à natureza é considerada muito pequena se comparada às fontes não renováveis.

Ah, sim! Você quer saber o que são fontes não renováveis? Como o próprio nome diz, são fontes de energia que vão se esgotar com o tempo, pois não se renovam com facilidade. Um exemplo são os combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão. Não é possível repor o que gastamos de cada um desses combustíveis, pois foram necessários milhões de anos para que eles se formassem. Suas reservas são, então, limitadas e, com o uso, um dia se acabarão.

Esses combustíveis têm também outras desvantagens: são altamente prejudiciais ao meio ambiente e ficam concentrados em algumas regiões do mundo – ou seja, nem todos os países têm acesso fácil a eles. Por isso, cada vez a ciência tem se ocupado em buscar outras fontes de energia, mais democráticas e menos poluentes.

Biocombustíveis – Um exemplo do que os pesquisadores têm criado são os biocombustíveis, os tais gerados a partir de componentes biológicos, principalmente de plantas. Além de substituir, pelo menos em parte, o uso de fontes de energia não renováveis, esses biocombustíveis, quando colocados em motores de carros ou caminhões, emitem menos poluição do que os combustíveis fósseis.

A energia solar também é uma opção aos combustíveis fósseis, mas é bem mais fácil e viável tecnologicamente fazer carros movidos a biocombustíveis do que a energia solar. No Brasil, usamos principalmente dois tipos de biocombustíveis líquidos: o etanol (álcool extraído da cana-de-açúcar) e o biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais).

Biodiesel – O biodiesel é um combustível produzido a partir de gorduras animais ou óleos vegetais extraídos de plantas oleaginosas como soja, dendê, girassol, babaçu, amendoim, mamona e pinhão-manso. Mas não adianta colocar pasta de amendoim no tanque do carro! Antes de ser usado nos motores, o óleo extraído das plantas passa por um processo químico nas indústrias, podendo ser misturado também com óleos extraídos de outros vegetais. O produto final é bem diferente daquele que foi retirado das plantas.

Atualmente, o Brasil já é um dos maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo. Em 2008, 1,2 bilhões de litros desse combustível foram produzidos no país, para serem usados em caminhões, tratores, camionetas e automóveis. Esse combustível é considerado tão importante em nosso país que, em janeiro de 2009, a nossa capacidade de produzi-lo mais do que triplicou: 3,7 bilhões de litros.

Produzir biodiesel é importante por vários motivos. Um deles é a preservação do meio ambiente, porque o material necessário – óleo vegetal – é extraído de plantações, evitando a necessidade de derrubar árvores ou investir fortunas na perfuração de poços em busca de petróleo. Além disso, ele polui menos o ar do que o combustível tradicional.

Outra vantagem importante é econômica: produzindo o biodiesel aqui, o Brasil não precisa comprar tanto petróleo de outros países, economizando um bom dinheiro. Em 2008, o uso do biodiesel economizou quase dois bilhões de reais (que teriam sido gastos com a importação de diesel de petróleo).

Por último – mas igualmente valiosa – vem a vantagem social do biodiesel. É que as indústrias que fabricam esse combustível compram plantas oleaginosas dos agricultores brasileiros. Milhares de pessoas já conseguiram empregos no campo graças a isso.

Alguns especialistas, porém, têm uma visão mais pessimista. Eles acreditam que, embora a plantação de oleaginosas em pequenas propriedades gere empregos e renda para os agricultores, isso pode comprometer a produção dessas plantas na quantidade necessária para abastecer o país no que diz respeito à alimentação.

Etanol (álcool) – Desde a década de 1970, o governo brasileiro incentiva o uso do álcool fabricado a partir da cana-de-açúcar como combustível. Um dos motivos para isso é o preço do álcool, mais barato do que o da gasolina (combustível à base de petróleo).

Existem duas formas de usar o álcool nos carros: misturado à gasolina ou puro, em motores adaptados. Na década de 1980, nove de cada dez automóveis vendidos no país eram movidos a álcool. Porém, na década seguinte, por conta da queda no preço do petróleo, a situação mudou: apenas um de cada cem carros vendidos tinham motores a álcool.

Hoje, com carros mais modernos que podem funcionar tanto a álcool quanto a gasolina, o consumo de etanol cresceu novamente. Além disso, toda gasolina vendida no Brasil contém pelo menos um quarto de álcool. O resultado? Em 2009, o consumo de etanol ultrapassou o da gasolina!

O etanol pode ser produzido a partir de vários vegetais, mas, no Brasil, só se usa a cana-de-açúcar, que oferece mais vantagens energéticas e econômicas. Ponto também para o meio ambiente: o cultivo da cana apresenta várias vantagens ecológicas. Por exemplo, causa pouca erosão no solo, recicla os resíduos gerados, não polui a água.

Além disso, seu uso como combustível garante a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico. Só no Brasil, de 1970 a 2005, o uso de etanol significou não emitir 644 milhões de toneladas de gás carbônico!

Por essas e outras, as plantações de cana representam hoje a maior área de produção orgânica do país.

O ambiente agradece – Os especialistas têm observado que a produção de biocombustíveis tem tido um retorno social e ao meio ambiente bastante positivo. Uma característica boa, por exemplo, é que o plantio dos materiais necessários ajuda a recuperar áreas que já haviam sido desflorestadas. Além disso, é possível fazer um rodízio de plantações em terras voltadas à produção de alimentos e empregar muita gente.
 
O combustível do futuro - Por serem tão promissores em relação à economia e à preservação do meio ambiente, os biocombustíveis chamam a atenção de muitos pesquisadores, que vêm testando diferentes matérias primas para fabricá-los. Além dos óleos vegetais, gorduras animais e cana-de-açúcar, há pesquisas com outros materiais.

Um exemplo é o etanol celulósico, obtido a partir de componentes das plantas que geralmente são jogados fora, pois não servem à alimentação humana nem animal e nem à fabricação de móveis ou papel. É o caso da casca dos eucaliptos, que atualmente é descartada, mas contém bastante celulose e poderia ser usada para produzir etanol celulósico.

Estudos já mostraram que esse biocombustível apresenta muitas vantagens não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana, já que o etanol celulósico produz menor quantidade de matéria fina particulada – um componente da poluição especialmente perigoso para a nossa saúde.

Achou uma boa idéia? Pois espere para conhecer a próxima!

Segundo pesquisadores, até lixo pode ser usado como fonte de energia. Todo esse material, que temos em grande quantidade e que pode nos causar um problemão em relação a onde colocá-lo, pode virar uma alternativa viável para produzir, por exemplo, energia elétrica. Transformar lixo requer tecnologia, e já existem técnicas disponíveis – como aproveitar o gás produzido nos depósitos de lixo. Mas outras ainda estão chegando por aí, como fazer um combustível sólido a partir do aproveitamento de restos alimentares. Esse sistema, porém, só poderá ser implantado com a ajuda de todos, por exemplo, fazendo a coleta seletiva do lixo em casa.

Por fim, é importante destacar que esse é um objetivo conjunto de todos os países – afinal, dividimos e queremos preservar o mesmo planeta! Por isso, várias parcerias têm sido estabelecidas ao redor do mundo para possibilitar e ampliar a produção de biocombustíveis.

Fontes para consulta:

Agência Fapesp

Mudanças Climáticas/Andi

Planeta Sustentável   

Petrobras

Site O Eco

 

 
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