Segundo Felipe Sombra, professor e pesquisador da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos maiores problemas na atualidade está relacionado ao plástico, que, depois do lixo orgânico, é o que aparece em maior percentual no lixo doméstico. “No passado, eram usados sacos de papel. Porém, nas décadas de 1980 e 1990, as sacolas plásticas surgiram para ‘facilitar a vida’, e demos passos para trás. Hoje, vemos que o plástico é um grande vilão do meio ambiente.”
Para mudar isso, neste mês entra em vigor a Lei N.º 8006/18, que proíbe a distribuição ou mesmo a venda de sacolas plásticas por estabelecimentos comerciais no estado do Rio de Janeiro, e obriga sua substituição por bolsas reutilizáveis ou biodegradáveis, fornecidas gratuitamente ou a preço de custo. Para facilitar a separação do lixo pelo consumidor, as sacolas deverão vir em duas cores: verde, para resíduos recicláveis, e cinza, para outros rejeitos. Micro e pequenas empresas podem fazer a substituição até dezembro.
Nas residências, as sacolas plásticas costumam ser usadas em lixeiras de banheiros e da cozinha, por exemplo. Felipe Sombra orienta sobre como esse uso pode ser mais consciente. “O ideal é que a sacola seja biodegradável. No entanto, reusar as sacolas já é contribuir para uma redução de danos ao meio ambiente. Ou seja, toda vez que a sacola estiver cheia, deve-se transferir os resíduos para uma lixeira principal, de maior capacidade, e, assim, seguir utilizando a mesma sacola nas lixeiras menores”, sugere.
Segundo Sombra, como as sacolas plásticas são distribuídas gratuitamente por estabelecimentos comerciais, a população usa indiscriminadamente. “Acontece que a capacidade dessas sacolas é pequena, elas rasgam à toa, enquanto os sacos apropriados para lixeiras, vendidos no mercado em rolos, são mais resistentes, seguem uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”.