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Rio sem lixo
02 Junho 2015 | Por Sandra Machado
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seropedicaHá 40 anos, a limpeza do Rio está a cargo da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), hoje com 15 mil garis. Todos os dias, eles recolhem cerca de 10 mil toneladas de lixo na cidade. Além de implantar o Programa Lixo Zero e realizar a coleta seletiva de materiais potencialmente recicláveis (papel, plástico, vidro, metais e orgânicos), o Rio de Janeiro foi o município pioneiro a atender a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país e encerrar a triste era dos aterros, que sustentaram gerações de catadores, atualmente organizados em cooperativas. Em abril de 2011, foi inaugurada em Seropédica a Central de Tratamento de Resíduos de Santa Rosa (CTR-Rio), primeira instituição brasileira a ser agraciada com as Reduções Certificadas de Emissões, também chamadas de créditos de carbono, da Organização das Nações Unidas (ONU).

A CTR-Rio recebeu, gradativamente, os resíduos sólidos urbanos que eram direcionados para o Aterro de Gramacho, desativado em junho de 2012, e de Gericinó, fechado em abril de 2014. O projeto dispõe das mais modernas técnicas de engenharia sanitária e ambiental, como a tripla camada de impermeabilização do solo (duas mantas de polietileno de alta densidade e uma camada de argila), além de uma rede de sensores ligados a um software que indica qualquer risco de contaminação do lençol freático. O complexo, que ocupa uma área de mais de 2 milhões de metros quadrados, também dispõe de uma unidade para tratamento do chorume – subproduto líquido da decomposição do lixo, que é transformado em água de reuso.

De acordo com a Coordenadoria de Comunicação Empresarial, a Comlurb não recicla lixo, embora realize a coleta diária de 70 toneladas de material reciclável de origem domiciliar, em 90 bairros, com caminhões específicos para esse serviço. O volume é direcionado para 18 núcleos de cooperativas de catadores cadastrados junto à empresa. Entre as atribuições da companhia estão, ainda, a limpeza dos logradouros públicos, das areias das praias, do mobiliário urbano, dos túneis e viadutos, de hospitais e escolas municipais.

Pela legislação vigente, aparelhos eletroeletrônicos fora de uso não podem ser jogados no lixo comum e devem ser doados a organizações que os reaproveitem ou entregues a uma das diversas redes coletoras existentes na cidade, inclusive universidades, bancos e hipermercados, além de operadoras de telefonia e até mesmo os fabricantes.

Lixo eletrônico é um capítulo à parte

lixeiras para coleta seletiva 4Entre os países emergentes, o Brasil ocupa o lugar de maior gerador de lixo tecnológico, conforme pesquisa realizada pela ONU, e descarta mais de meio quilo de equipamentos por habitante todos os anos. Lamentavelmente, por falta de uma cultura mais disseminada sobre o assunto a respeito dos riscos para a saúde e o meio ambiente, apenas 15% deste tipo de lixo – pilhas, baterias, celulares, computadores, câmeras digitais, aparelhos de TV, geladeiras e secadores de cabelo, por exemplo – é reciclado.

Um bom encaminhamento destes materiais está na Fábrica Verde, iniciativa da Superintendência de Território e Cidadania que contou com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. As doações servem para os cursos de capacitação de jovens e adultos de baixa renda, como manutenção e montagem de computadores, estimulando a geração de emprego e de renda. O projeto tem unidades no Complexo do Alemão, na Rocinha e na Tijuca, com pontos de coleta espalhados em várias partes da cidade.
Já o Comitê para Democratização da Informática (CDI), que começou no bairro de Botafogo e em duas décadas já chegou a 15 países, mantém uma parceria cidadã com a Recicladora Urbana, uma empresa especializada em gestão sustentável de resíduos eletroeletrônicos e totalmente adequada à PNRS, e que também apoia a Fábrica Verde.

No site eCycle, os cariocas podem encontrar postos de reciclagem e de doação mais próximos, numa rede que cobre toda a cidade. A busca vai de aparelhos de barbear descartáveis até óculos e medicamentos, além de toda espécie de eletroeletrônicos. Tem também o E-lixo-RJ, que tanto dispõe de pontos de coleta como também retira material eletroeletrônico em residências ou empresas.

Produção de biogás

Em novembro de 2013, entrou em funcionamento a Usina de Purificação de Biogás de Gramacho. O biogás purificado tem substituído o gás natural nas operações da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, uma das maiores no país. Ele é gerado a partir da decomposição da matéria orgânica, coletado em 318 poços implantados no extinto Aterro de Gramacho, e encaminhado por meio do único gasoduto do mundo que liga um aterro de lixo a uma refinaria de petróleo.

O material acumulado na área por quase 35 anos é capaz de gerar 70 milhões de metros cúbicos de biogás por dia, que seria suficiente para atender à metade de toda a demanda (residencial e comercial) do Estado do Rio de Janeiro. Além de servir como combustível, se disperso no ambiente, o biogás – composto basicamente de metano (65%) e de gás carbônico (30%) – é altamente prejudicial porque contribui para o agravamento do efeito estufa numa taxa 20 vezes pior do que o CO2. A quantidade consumida pela Reduc evita que chegue à atmosfera o corresponde à emissão de 263.000 automóveis circulando durante um ano.

Fontes: Entrevista com a Coordenadoria de Comunicação Empresarial da Comlurb, Revista Info Online, Site Condomínios Verdes, Site do Comitê para a Democratização da Informática, Site Cidade Olímpica, Coluna Sustentável (André Trigueiro).

 

 
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