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Teatro como arma de combate ao 'bullying'
16 Setembro 2013 | Por Sandra Machado
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LOGO-DE-MAR amaDesde 2004, uma companhia de teatro carioca vem apresentando um espetáculo diferente, especialmente nas escolas espalhadas de norte a sul do país. Com duração de 55 minutos, a série de esquetes Bullying encena agressões físicas, verbais e psicológicas. “Em duas delas, são os alunos que resolvem sozinhos as questões”, explica Mar’ Junior, que escreveu o texto sinalizando possíveis soluções para os conflitos. Diretor da Cia. Atores de Mar’, o ator profissional, escritor e roteirista criou, há nove anos, o projeto EU DIGO NÃO AO BULLYING. Além da peça, o projeto inclui um livro autobiográfico chamado Bullying. EU sofri. EU pratiquei. EU hoje conscientizo., com relatos pessoais que não entram em cena. O blog do projeto disponibiliza, ainda, links para as leis antibullying de dezenas de cidades brasileiras, além de um clipping completo e atualizado com publicações sobre o tema.

Como o envolvimento de Mar’ Junior com o assunto vem de longa data, e se renova sempre, ele costuma ser convidado para dar consultoria sobre bullying. “A gente escuta muitos relatos, recebe telefonemas, mas também se apresenta em toda parte do Brasil, e os casos mais ou menos se repetem”, comenta o diretor. Sua opinião sobre o fenômeno do bullying, que para ele existe no mundo todo numa magnitude bem maior do que é noticiado, é clara:

– As pessoas não têm mais tempo de cuidar da família. Antes, enquanto a mulher educava os filhos, o homem era quem saía de casa para buscar os recursos. Mas depois que a mulher cresceu no mercado de trabalho, a essência da educação foi perdida. Isso não tem mais volta.

teatro300Por isso mesmo, os professores necessitariam, no seu entender, de uma preparação específica para lidar com o problema quando surge em sala de aula. Outra sugestão é disponibilizar um serviço telefônico gratuito, nos moldes do Disque Denúncia, que ofereça apoio às vítimas, uma vez que o bullying não ocorre apenas na escola, mas também dentro de casa, onde ser chamado de burro, por exemplo, pode gerar dificuldade de aprendizado. O mais comum, no entanto, quando a criança sofre algum tipo de agressão dos colegas dentro do ambiente escolar, é que os pais, com medo da exposição, simplesmente transfiram o filho para estudar em outro lugar. Em longo prazo, a conscientização da sociedade sobre as consequências do bullying e o investimento nos alunos de hoje como multiplicadores atuantes é o que pode virar este jogo.

Em cada escola, na semana de apresentação da peça Bullying, é sugerida uma mobilização, com cartazes feitos pelas crianças, exibição de filmes sobre o tema e um concurso de redações. O primeiro colocado ganha um kit com boné, camiseta e um exemplar do livro, enquanto a escola recebe também um livro e um CD, com as músicas do espetáculo. No início de 2013, o Sesc Copacabana assumiu a realização do projeto para dez apresentações mensais em escolas municipais da Zona Sul do Rio de Janeiro. Nos planos de Mar’ Junior para 2014 está, também, a realização de três filmes temáticos com 40 minutos de duração. Atualmente, parte da renda obtida com as sessões teatrais mantém uma escola gratuita de teatro para 22 alunos, que é uma extensão da Cia. Atores de Mar’. Se a demanda pela peça continuar crescendo neste ritmo, em breve vai ser necessário formar um elenco reserva.

 
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