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Design thinking no contexto da Educação
01 Julho 2014 | Por Sandra Machado
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dt2Há pelo menos 20 anos a ciência já sabe que, quando um designer cria, ele desenvolve atividades cognitivas que podem ser rastreadas. O processo organizado de idealizar, selecionar e executar soluções caso a caso leva, consequentemente, a um grau mais alto de inovação. Ao se comunicarem visualmente, designers lançam mão de signos, símbolos e metáforas que precisam ser elaborados e reelaborados o tempo todo, tanto por eles quanto por nós. O conceito de design thinking (DT) foi impulsionado por uma empresa norte-americana do Vale do Silício, a IDEO, que lançou um material chamado Design Thinking para Educadores. Depois de conhecer a proposta, a diretora do Instituto Educadigital decidiu implementar uma versão em português do livro-base e do caderno de atividades, que pode ser baixada da internet.

“Em 2013, realizamos uma formação no Gente (Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais – E.M. André Urani / 2ª CRE) com alguns professores, que licenciaram seus blogs com uma licença Creative Commons”, explica Priscila Gonsales, ao fazer referência ao Projeto REA (de Recursos Educacionais Abertos), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. A aplicação serve para orientar situações em sala de aula, para intercâmbio de expertise entre professores e até mesmo para lidar com a comunidade escolar como um todo. As soluções criativas surgem espontaneamente da troca de ideias que visa a um benefício comum. O DT pode estar relacionado ao uso de tecnologias digitais no ambiente educacional, mas não necessariamente, já que o conteúdo é adaptável a diferentes formatos. O que mais importa é o modus operandi.

Diego Pinheiro Teixeira, mestre em Língua Portuguesa e professor do Gente, aprovou a experiência com o Instituto Educadigital. “Foi muito importante porque aprendemos a lidar com a questão da licença do uso de textos verbais e não verbais disponíveis na rede. Por estarmos em constante contato com as tecnologias educacionais, esse conhecimento fez diferença no nosso projeto.” Segundo Diego, a principal mudança foi o fato de os professores passarem a incluir mais imagens licenciadas nos seus blogs. “É possível que os alunos, com base nos seus interesses individuais, criem seus blogs, os quais podem funcionar como uma rede de aprendizagem colaborativa.”

Com a palavra, um designer

Gustavo Cadar, formado em Design Gráfico (UFRJ), em Filosofia (Uerj) e mestre em Filosofia Contemporânea (Uerj), é brasileiro e trabalha no Canadá. Ele descreve como se desenrola o processo de trabalho deste profissional. “O designer pensa o seu trabalho primeiramente como comunicação. Há uma ideia, mensagem ou função que ele precisa traduzir para uma linguagem visual de fácil (ou imediata) compreensão. Como fazer isso é o problema sobre o qual ele se debruça. Mas, além disso, há a perspectiva criativa e a estética, que pode ser usada para conferir um aspecto original ao seu design. Acredito que o que há de mais particular no pensamento do designer é o equilíbrio, quase que obrigatório, entre razão e criatividade, que também pode ser visto como função x estética ou matemática x arte. O desafio é principalmente um problema prático, mas a solução, muitas vezes, chama mais atenção pelas reações emocionais que provoca.”

Cadar tem bastante clareza no que diz respeito ao caráter de novidade, tão frequentemente associado à sua área de atuação. “A inovação acontece quando o design altera a maneira como as pessoas lidam com determinado produto. É claro que não é fácil mudar comportamentos e, por isso, muitos pensam que o design inovador é aquele que percebe, antecipadamente, uma tendência de mudança comportamental e surge para facilitar ou se aproveitar dessa mudança iminente.” Segundo ele, esses princípios são aplicáveis também à sala de aula. “Se você pensar no design como uma ponte entre mudanças de comportamento e ferramentas que adaptam o mundo para essas mudanças, o paralelo com o trabalho do professor fica evidente. De certa maneira, o professor também precisa detectar, rapidamente, mudanças na sociedade e adaptar sua aula (e, consequentemente, seus alunos) para essa nova ordem.”

A sofisticação tecnológica da atualidade, cada vez mais disseminada, faz com que o design thinking seja a interface perfeita na comunicação entre seres humanos e máquinas, justamente por organizar e facilitar os fluxos informacionais. Sendo assim, o momento parece indicado para o aprimoramento de um determinado tipo de aptidões ligadas ao DT. Cadar finaliza:“O design tem, em sua essência e em sua história, esse papel de intermediação. Quanto mais complexas se tornam as tecnologias, mais necessário se torna o design para torná-las acessíveis e inteligíveis a não especialistas”.

 
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