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Viagem no tempo
1685
Fac-símile do livro de Miguel Dias Pimenta. Crédito: sumidoiro.wordpress.com.

O mosquito atravessa o Atlântico 1685

O Aedes chegou às Américas por meio dos navios que traziam negros escravizados da África. No Brasil, o primeiro indício de sua presença ocorreu no final de 1685, quando um surto de febre amarela no Recife matou cerca de 600 pessoas, conforme descrito em um dos primeiros livros de medicina brasileiros, Notícias do Que É o Achaque do Bicho, publicado em 1708 pelo médico português Miguel Dias Pimenta.

1686
Salvador e sua catedral (ao fundo). Crédito: joquerollo/ Flickr.

Ajuda divina 1686

O mosquito se espalhou rapidamente pelo território brasileiro e, com ele, a febre amarela. Menos de um ano depois do surto em Recife, uma epidemia da doença atingiu a cidade de Salvador, então capital da colônia. Desesperada, a população recorreu a São Francisco Xavier. Uma grande procissão correu as ruas da cidade e o recuo da doença foi atribuído a um milagre. Por isso, em 3 de março de 1687 o santo foi aclamado padroeiro da cidade.

1846
Crédito: Muhammad Mahdi Karim/ Wikimedia Commons.

Os primeiros sinais da dengue 1846

Originário da Ásia, o vírus da dengue teve a presença clinicamente confirmada no Brasil apenas no século XX. Mas relatos sugerem que uma epidemia que se espalhou por São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, em 1846, foi a primeira ocorrência da doença no país. Na época, a enfermidade recebeu nomes variados, como polca e urucubaca.

1849
Vírus da febre amarela. Crédito: Erskine Palmer/ CDC.

O retorno da febre amarela 1849

A doença voltou a se manifestar com força total no país em dezembro de 1849, após a chegada de um navio francês a Recife. De uma tacada, a doença gerou 2.800 vítimas na cidade. Dez dias mais tarde, já havia se espalhado para o Rio de Janeiro. Ao longo da segunda metade do século XIX, dada a ausência de saneamento adequado, o Aedes aegypti se espalhou pelo território nacional.

1955
Larva de Aedes aegypti. Crédito: Econt/ Wikimedia Commons.

Primeira erradicação 1955

Uma ação concentrada do Ministério da Saúde, ao longo de dois anos, eliminou o último foco do mosquito no país em 1955. A situação durou até 1967, quando o Aedes foi detectado em Belém do Pará.

Segunda erradicacao
Funcionários da Sucam, responsáveis pela aplicação de inseticida, nos anos 1970. Crédito: Portal do Servidor Público do Brasil.

Segunda erradicação 1973

Presente em um território restrito do país, uma nova erradicação foi possível em 1973. Mas, devido ao crescimento urbano desenfreado e a falhas na vigilância epidemiológica, apenas três anos depois o inseto voltou a se estabelecer por aqui. Desde então, espalhou-se por quase todo o Brasil.

1980
Crédito: James Gathany/ CDC.

Dengue Década de 1980

A vacina contra a febre amarela fez com que a principal doença transmitida pelo Aedes passasse a ser a dengue. O primeiro surto foi registrado em 1981, em Roraima. A partir de 1986, o vírus chegou a vários estados: Alagoas, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

1990
Crédito: James Gathany/ CDC.

Dengue hemorrágica 1990

O primeiro surto, no Brasil, do tipo 2 da doença, conhecido como dengue hemorrágica, ocorreu no Rio de Janeiro. Atualmente, há quatro variações do vírus em circulação no país.

personagens campanha
Campanha Aqui Mosquito Não Se Cria. Crédito: MultiRio.

Zika e chikungunya Década de 2010

O combate ao Aedes aegypti se tornou ainda mais urgente após a entrada, no Brasil, dos vírus da zika e da chikungunya, também transmitidos pelo mosquito.

 

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