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— Ranavalona I, rainha do Reino de Imerina
02 Setembro 2021 | Por Fernanda Fernandes
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Ranavalona I , em fotografia de obra exposta no Palácio de Andafiavaratra, em Madagascar (Foto: Philippe-Auguste Ramanankirahina/ Domínio Público)

Ranavalona foi rainha do Reino de Imerina da ilha de Madagascar, entre 1828 e 1861. Foi a chefe militar do reinado mais longo da história de sua dinastia.

Seu reinado pode ser considerado um marco importante na luta contra a invasão política e cultural europeia.

Membro de uma família comum de ascendência indonésia, ela se chamava Ramavo, até ter seu nome modificado quando chegou ao poder.

Foi uma das esposas do fundador do reino de Imerina, Andrianampoinimerina. Após a morte do marido e, depois, do sucessor do trono, Radama, ela tramou uma conspiração e tomou o poder.

Quando assumiu o trono, expulsou missionários cristãos de Madagascar, desfez acordos comerciais firmados com a Inglaterra e com a França, e até entrou em guerra marítima contra os franceses.

Ranavalona empenhou-se em proteger a independência de Madagascar e preservar instituições, tradições e costumes locais, sem que houvesse interferência estrangeira.

Por outro lado, o número de escravos cresceu bastante em seu reino, por conta das ações militares. Muitos eram mulheres e crianças, que trabalhavam em campos de arroz e cuidavam de crianças da região.

Contada pelo ponto de vista dos colonizadores, a história de Ranavalona costuma ser narrada por meio de estereótipos racistas e sexistas. Ela é vista como ditadora e tirana, além de louca e cruel. Ainda que, naquela época, esses mesmos colonizadores cometessem atrocidades no continente africano, em um imperialismo disfarçado de “missão civilizatória”.

No discurso feito por Ranavalona em sua cerimônia de coroação, em 1829, a própria monarca parecia ciente desse tipo de julgamento e destacava a força feminina:

“Nunca diga: ‘ela é só uma mulher fraca e ignorante, como ela pode governar tão vasto império?’. Eu governarei aqui, para a boa sorte de meu povo e para a glória do meu nome! Não adorarei deuses além daqueles dos meus ancestrais. O oceano será o limite do meu reino, e eu não cederei sequer a espessura de um fio de cabelo dele.”

A rainha faleceu enquanto dormia, no palácio de Manjakamiadana Rova, em Madagascar, em 1861.

A História da África – conteúdo previsto na Lei N.º 11.645/2008 – é repleta de mulheres que tiveram grande importância e, até hoje, são símbolos de resistência e consideradas heroínas nacionais nas regiões onde viveram.

Diversas histórias são fruto da tradição oral e muitas informações não são unanimidade entre pesquisadores e historiadores. Além disso, há distorções na história contada por colonizadores europeus, especialmente no que se refere a mulheres que tiveram papel de destaque na resistência ao avanço do imperialismo.

Fontes:

Projeto Biografias de mulheres africanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Site Rainhas Trágicas, do historiador Renato Drummond Tapioca Neto.
Site Ensinar História, de Joelza Ester Domingues.

 
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