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Aula-passeio: instrumento pedagógico mais do que aprovado pelos alunos
06 Junho 2014 | Por Sandra Machado
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aulapasshome2Aprender não tem que ser exclusividade da sala de aula. Uma visita organizada a um museu ou centro cultural, em turma, com o acompanhamento do professor, costuma motivar as crianças e ajudá-las a visualizar o ponto exato em que a teoria do conteúdo curricular e a magia da vida e da natureza se encontram. Essa estratégia, que foi desenvolvida, inicialmente, por um educador francês, a partir da observação que ele fazia dos próprios alunos em atividades ao ar livre, tem quase um século de existência.

Célestin Freinet nasceu em 1896 e foi pastor de rebanhos antes de cursar o magistério. Lutou na Primeira Guerra Mundial e chegou a ser preso em um campo de concentração durante a Segunda. No período entre guerras, iniciou alguns experimentos usados até hoje, como a aula-passeio – também conhecida como estudo de campo –, o jornal de classe e o livro da vida. Embora não tenha estruturado nenhuma teoria pedagógica fechada, quando morreu, aos 70 anos, em 1966, deixou uma contribuição muito significativa para a modernização da Educação.

Como pano de fundo de sua proposta educacional, Freinet privilegiava o estímulo para que as crianças fizessem experiências de forma autônoma, a partir da curiosidade natural de sua faixa etária. Quanto ao papel do professor, o mais importante seria o de balizar, de um lado, o histórico pessoal do aluno e, de outro, a informação que lhe chega, porque é a partir da relação entre os dois vetores que cada um constrói seu espaço na sociedade. Sob o aspecto da constituição da pessoa, com o passar dos anos, as aulas-passeio ainda têm a vantagem de se transformar nas nossas melhores memórias do tempo de escola.

Organização como ponto de partida

Uma boa aula-passeio demanda um roteiro prévio – quanto mais detalhado, melhor. Nele, é preciso que o professor tenha bem claros os objetivos da visitação, bem como a forma de avaliação a ser pedida à turma a partir da atividade. Uma saída em grupo desperta no aluno a sensação de pertencimento, o que por si só já é altamente positivo, além de criar oportunidade para outras expressões igualmente benéficas. O professor também pode aproveitar o contato extramuros para ensinar regras básicas de trânsito e locomoção urbana.

aulapass4Para Freinet, o acréscimo na movimentação física é acompanhado de mais ebulição mental, que, combinada com as novidades com as quais o aluno se depara, estimula o pensamento crítico e o raciocínio. As iniciativas tanto podem partir do professor, isoladamente, quanto ser implementadas coletivamente. Como é o caso do Projeto Escola e Museu: Espaço Interativo de Educação e Arte em Novos Saberes – ou, simplesmente, Projeto Escola Museu –, realizado há dois anos pela Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro.

A Secretaria Municipal de Educação firmou uma parceria com sete importantes agentes de cultura do Rio: Museu de Arte do Rio, Centro Cultural Municipal de Artes Hélio Oiticica, Museu Nacional da UFRJ, Museu Casa do Pontal, Instituto Moreira Salles, Centro Cultural Banco do Brasil e Casa Daros. A metodologia inclui encontros de formação preparatórios para os professores. No retorno à unidade escolar, os alunos são incentivados a produzir trabalhos que reflitam a experiência vivida.

O seminário Conexões Escola-Museu, previsto para acontecer em novembro de 2014, vai reunir toda a produção realizada na cidade. Ao longo do ano, também haverá um concurso de redações para os alunos participantes, nas quais deve estar presente o relato de suas impressões a partir da vivência na aula-passeio.

Projeto Escola Museu expande seu alcance

Em 2013, foram incluídos 25 Ginásios Experimentais Cariocas de todas as CREs, num total de 50 professores e mil alunos participantes. Já em 2014, o público-alvo são os professores e alunos das 68 unidades escolares do Projeto Fênix – exclusivo para o 8º ano e destinado a melhorar a gestão, a excelência acadêmica e a mediação de conflitos. A previsão é de atender 58 professores e uma média de 1.760 alunos, com visitas interativas no período entre abril e junho deste ano.

Como o GEC Rivadávia Correa (1ª CRE) se destacou na primeira edição, a professora de Artes Janete Bloise, que gerou um acervo em fotografias e vídeos com sua turma no ano passado, foi convidada a participar de um dos dois encontros de formação para os professores, na atual edição. Ela, que já desenvolvia na escola o projeto Viajando pelos Museus do Rio como uma disciplina eletiva, garante que, agora, a aula-passeio ficou bem mais fácil.

“Levei a turma 1.702 aos sete museus, com tudo organizado pela SME, inclusive o agendamento, o ônibus e o lanche. Utilizamos a câmera fotográfica da escola, mas os meninos também fotografaram muito com os seus celulares. No final, editamos o material em conjunto. É o tipo de atividade que une bastante a turma.”

 
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