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Direitos fundamentais nos muros das cidades
06 Novembro 2015 | Por Larissa Altoé
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painelazulejosCrianças e adolescentes de escolas municipais do Rio de Janeiro participam de um projeto mundial que chama a atenção para os direitos fundamentais da pessoa humana.

Sua idealizadora, Françoise Schein, artista e arquiteta belga, professora titular da Escola de Belas Artes de Caen, na França, começou esse trabalho com uma instalação na estação de metrô Concorde, em Paris. Lá, aplicou o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos azulejos que cobrem o teto e as paredes da estação, por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa, em 1991.

A partir daí, Françoise fez obras semelhantes na Bélgica, Alemanha, Suécia, em Portugal, Israel e na Palestina, e criou a Inscrire. A organização não governamental dedica-se a promover trabalhos artísticos que destaquem os direitos humanos e a diversidade cultural, provocando discussão e reflexão sobre esses temas em comunidades locais, em diversos países.

A ligação de Françoise com o Brasil começou quando fez o painel da estação de metrô Parque, em Lisboa, e “se apaixonou por Portugal, sua língua e cultura”. A artista conta, em entrevista ao Portal MultiRio, que “o caminho mais curto para abraçar todo esse encantamento por toda a vida foi a adoção de uma criança no Brasil. E meu coração estava certo. Eu amo o Brasil, adoro minha filha, o Rio e, agora, São Paulo também... Amo todo o Brasil!”. Françoise Schein adotou Lohane, uma menina brasileira que, atualmente, vive com ela em Paris.FrancoiseScheinetPhilippe

A versão carioca do projeto mundial idealizado pela artista belga chama-se Inscrever os Direitos Humanos em Mil e Uma Escolas do Rio de Janeiro. Seis escolas municipais já inauguraram seus painéis: três da 6ª CRE – Monte Castelo, Charles Anderson Weaver e General Osório, em Coelho Neto; outras duas da 1ª CRE – GEC Vicente Licínio Cardoso, na Saúde, e a E.M. Marechal Mascarenhas de Moraes, no Caju; e uma na 8ª CRE - E.M. Rainha Fabíola, em Senador Camará.

Em 2015, serão mais duas: a E.M. Pernambuco e o Ciep Vinicius de Moraes, 3ª CRE, em Maria da Graça e no Jacarezinho, respectivamente.

Etapas

O processo é o mesmo em todas as escolas. Inicialmente, as diretoras se reúnem nas Coordenadorias Regionais de Educação com Philippe Nothomb, diretor da Inscrire para o Rio de Janeiro, e Moema Quintanilha, artista e pedagoga associada ao projeto, para conhecerem a proposta. Em um segundo encontro, Philippe e Moema conversam com os professores responsáveis pelas turmas. A apresentação do projeto para os estudantes fica a cargo do desembargador Siro Darlan, que distribui uma cartilha com 30 direitos fundamentais, entre os quais educação, moradia, liberdade, ser respeitado, se expressar.

direitosfundamentaiscajuDepois dessa preparação, os estudantes empenham-se em simbolizar, por meio de desenhos, o que compreenderam sobre direitos humanos. A partir daí, transferem o desenho em papel para azulejos, que são levados à UFRJ, onde são queimados para fixar a tinta. Posteriormente, os azulejos são colocados nos muros das escolas, formando painéis permanentes.

azulejos

Mariângela Souza, diretora da E.M. Pernambuco, disse que os alunos gostaram de saber, por exemplo, que têm direito à certidão de nascimento e a serem levados para a escola pelos seus responsáveis. Já a professora do 5º ano, Ysley Alves, ressaltou a importância de falar que os direitos também implicam deveres, como respeitar o outro e fazer as lições de casa.

Vera Lúcia Teixeira, diretora do Ciep Vinicius de Moraes, conta que a escola terá um painel extra, feito pelas professoras e pela equipe da Inscrire, que mostrará o rosto do patrono e frases de sua autoria.
Além das unidades públicas municipais, o trabalho também está presente em escolas privadas e diversas favelas cariocas.

 
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