Em 1823, José Bonifácio apresentou uma representação à Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a escravatura, na qual defendia a extinção gradual da escravidão e a emancipação também gradual dos escravos.
Em 32 artigos, a representação deixava claras as suas propostas sobre a escravidão: "O mal está feito, senhores, mas não o aumentemos cada vez mais; ainda é tempo de emendar a mão. Acabado o infame comércio de escravatura, já que somos forçados pela razão política a tolerar a existência dos atuais escravos, cumpre em primeiro lugar favorecer a sua gradual emancipação, e antes que consigamos ver o nosso país livre de todo deste cancro, o que levará tempo, desde já abrandemos o sofrimento dos escravos, favoreçamos, e aumentemos, todos os seus gozos domésticos e civis".
Defendia, ainda, que as relações senhor-escravo fossem mediadas pelo Estado, sendo os senhores vigiados para que tratassem os escravos como homens e não como brutos animais. Seria o poder público que julgaria e puniria os escravos infratores. Vários artigos regulamentavam as condições de trabalho dos escravos, restringiam a exploração de menores e de mulheres, delimitavam a jornada diária, além de determinar que os senhores fornecessem alimentação e vestuário adequados.
Segundo alguns historiadores, o afastamento de José Bonifácio do ministério deveu-se às suas ideias sobre a escravidão, que fizeram com que perdesse o apoio dos grandes proprietários de escravos e terras, que faziam parte do grupo aristocrata do Partido Brasileiro. Apesar de ter introduzido em sua fazenda em Santos vários imigrantes, visando demonstrar a viabilidade da substituição da mão de obra escrava, para a maioria dos grandes proprietários o projeto era impossível e inaceitável.