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Associativismo local estreita laços judaicos no Rio
26 Maio 2014 | Por Sandra Machado
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grande temploO ano da criação do Estado de Israel (1948) foi também o da fundação da Confederação das Entidades Representativas da Coletividade Israelita do Brasil, atual Confederação Israelita do Brasil (Conib), sediada em São Paulo. No município do Rio de Janeiro, vínculos ainda mais duradouros traduzem a singularidade da cultura judaica e a forma como ela tem sido incorporada ao ambiente da cidade. Como a primeira sinagoga carioca, que precedeu em muito tempo a imigração maciça. Não existe consenso sobre o ano de fundação da União Shel Guemilut Hassadim; enquanto historiadores afirmam que foi em 1866, a entidade aponta o ano de 1840. A transferência da Praça Onze para Botafogo, onde está até hoje, aconteceu em 1949.

Mas a primeira grande sinagoga do Rio surgiria apenas em 1932. O Grande Templo, na Rua Tenente Possolo, é referência arquitetônica na região central. Sua construção resultou de uma coleta, realizada em doses homeopáticas, entre a primeira leva de prestamistas instalados no Rio. Um concurso, feito em 1928, teve como vencedor o arquiteto Mario Vodrel, um italiano de origem não judaica, que se inspirou nas sinagogas de Florença e de Trieste para reproduzir aqui o estilo mediterrâneo.

O forte sentimento religioso entre os judeus se manifesta, historicamente, em realizações colaborativas. “Essa solidariedade é parte do conceito de justiça social. A comunidade judaica sempre ampliou a ajuda financeira ao restante da sociedade onde vive, participando, principalmente, de doações a entidades beneficentes. Naqueles primeiros anos de imigração, a pequena comunidade já doava em espécie para a ajuda em situações de calamidade pública”, lembra o jornalista José Roitberg.

Segundo o pesquisador, em 1913, quando havia na cidade entre 3 mil e 4 mil judeus, surgiu a Sociedade Beneficente Achi Hezer, na Rua Visconde de Itaúna, 113, na qual havia até uma biblioteca e um grupo de teatro amador. “Foi a primeira grande entidade local de amparo aos imigrantes. Achi Ezer, em hebraico, significa ‘ajuda ao meu irmão’. Há várias instituições judaicas com esse nome, ainda hoje, em diversos países.”

Atualmente, inúmeras escolas judaicas colaboram para a preservação das tradições de uma cultura que é ancestral. Movimentos juvenis, clubes e associações culturais – como o Centro Cultural Brasil-Israel, o Centro de História e Cultura Judaica e o Museu Judaico – promovem eventos e festas que mantêm a comunidade ativa e com fortes vínculos identitários.

 
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