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O projeto E Agora? Um Rolé Digital reúne narrativas digitais interativas que tratam de temas relacionados à proteção de dados pessoais, privacidade, cyberbullying, fraude digital e golpes.  A iniciativa é uma parceria da Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT) com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a MultiRio.
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XII Semana de Alfabetização e I Semana de Anos Iniciais
A XII Semana de Alfabetização e a I Semana de Anos Iniciais da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro é uma ação promovida pela Gerência de Alfabetização e Anos Iniciais, da Coordenadoria de Ensino Fundamental, em parceria com o Instituto Helena Antipoff, com a Escola de Formação Paulo Freire, com a Gerência de Educação de Jovens e Adultos e com a MultiRio.
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O FPVE tem como objetivo principal promover ampla discussão na Rede Municipal de Ensino do Rio a respeito das relações entre estudantes e entre profissionais e estudantes.
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Cartografias de Boas Práticas da Rede
Em um mapa digital interativo da cidade do Rio, a plataforma Cartografias de Boas Práticas da Rede destaca experiências exitosas das escolas públicas cariocas e busca promover uma rede de compartilhamento e trocas entre as unidades escolares, incentivando que boas práticas sejam conhecidas e apropriadas por outros educadores. 
Jornada de Planejamento, Formação Pedagógica e Centro de Estudos 2024
Nos dias 1º e 2 de fevereiro, acontece Jornada de Planejamento, Formação Pedagógica e Centro de Estudos 2024 em todas as unidades escolares da Rede Municipal de Ensino do Rio.
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Projeto Desenvolvimento da Cultura Digital na Rede
O Projeto Desenvolvimento da Cultura Digital na Rede reúne um conjunto de ações que buscam promover o desenvolvimento das competências nesse campo entre estudantes e professores das escolas cariocas.  
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Acesse e faça o download dos personagens do Material Rioeduca em versão paper toy para imprimir, recortar e montar. 
Meias Aventuras
Respeitável público, a MultiRio apresenta o Meias Aventuras, um projeto multiplataforma, divertido e super interativo para estimular ainda mais a criatividade das crianças.  
A Escola na Cultura Digital
Formação promovida pela MultiRio em parceria com a Escola de Formação Paulo Freire da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro através da plataforma EaD (Ensino a Distância) da EPF. 
História do Brasil
Com os módulos Rio de Janeiro – História da Cidade, América Portuguesa e Brasil Monárquico, o site História do Brasil conta com um rico conteúdo curricular. Oferece também uma coleção de imagens históricas, com reproduções de telas, representações cartográficas e fotos de documentos. Além disso, ao longo dos textos, palavras e termos destacados trazem links com informações e explicações complementares.                                      
Andar - Agência de Notícias dos Alunos da Rede
Projeto de trocas e de colaboração em torno da produção estudantil de notícias, reconhecendo e desenvolvendo iniciativas existentes na Rede Municipal e estimulando novas práticas.
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Com diferentes seções voltadas a diversas faixas etárias, o MultiClube oferece conteúdos para crianças e jovens. Para cada uma das faixas – que estão divididas em 3 a 5, 6 a 8, 9 a 11 e 12 a 15 anos –, há materiais selecionados de acordo com as características de cada grupo.  
Impressões Digitais
Impressões Digitais - Autoavaliação da Cultura Digital na Rede - é um instrumento que busca fazer um retrato do tema na Rede Municipal para apoiar a política pública educacional, subsidiando o planejamento, o acompanhamento e a análise das ações a serem realizadas neste campo.
Que Medo!
Por meio de desenhos animados, aborda diferentes faces do medo infantil, contribuindo para seu entendimento e desmistificação.

Maria Felipa de Oliveira, guerreira negra e heroína da Independência
12 Agosto 2022 | Por Pedro Soares
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Representação de Maria Felipa, mulher negra com turbante. Ilustração de Filomena Modesto Orge.
Representação de Maria Felipa de Oliveira. Ilustração de Filomena Modesto Orge. Arquivo público do Estado da Bahia. Criative Commons.

 

 Fazia quase um quarto de século que a Revolta dos Búzios (ou Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana) ocorrera transformando a história política da Bahia para sempre. Além dos partidos Brasileiro e Portuguêsque surgiram após o retorno de D. João VI para Portugal, os senhores de engenho temiam o surgimento de um partido negro. Com a Revolução do Haiti (1791-1804), onde os escravos negros se rebelaram e proclamaram a independência, consideravam que algum “espírito mal intencionado” poderia transformar Salvador numa anarquia.

Na Ilha de Itaparica (palavra tupi que significa “cerca de pedra”), 280 escravos recusaram a indicação de um novo feitor. Por não serem atendidos, o mataram a sangue frio, o que elevou suspeitas sobre haver uma organização política por detrás do ocorrido. Como punição, as tropas portuguesas mataram 32 negros.

Representação de Maria Felipa, mulher negra com turbante. Ilustração de Filomena Modesto Orge.
Porto e Baía de Salvador. Pintura de Maria Callcott. Biblioteca Nacional Digital. Digital Domínio Público

 Moradora da Vila de Itaparica, Maria Felipa de Oliveira era escrava liberta, descentente de sudaneses, marisqueira, capoeirista acostumada a andar de chinelos, saia rodada, bata, torso e turbante, vestimentas estampadas com adinkras, símbolos que representam aforismos africanos, e imagens como a sankofa, a ave africana que olha para trás para aprender com o passado antes de enfrentar o futuro. "Maria Felipa olhou pra trás, para sua ancestralidade, e aprendeu com ela as estratégias de guerra, e na luta pela independência do Brasil na Bahia, ela vem, portanto, com este significado em suas roupas, porque elas são mulheres guerreiras", explica a pesquisadora e mestre em Educação da Universidade Federal da Bahia, Eny Kleide Vasconcelos Faria.

 As lutas pela independência da Bahia que incendiavam Salvador deixaram um rastro de mortes, dentre elas a da mártir Joana Angélica de Jesus. As notícias assustadoras da convulsão geral chegavam à Itaparica. A guerra já era realidade para Maria Felipa, voluntária na campanha pela Independência e capaz de reunir gente de diversas etnias, africanas e indígenas, pescadores e até portugueses simpáticos à emancipação. Liderava ainda mulheres vigilantes conhecidas como “vedetas”, que espionavam a movimentação das caravelas portuguesas ao redor da ilha, armavam trincheiras, passavam informações, cuidavam de feridos e ajudavam com mantimentos até Salvador.

Meses após a aclamação de D. Pedro como imperador, a capital baiana continuava sendo território de disputa entre Brasil e Portugal. A ilha de Itaparica transformou-se num ponto central dos ataques portugueses que resistiam à independência da colônia. Certa vez, Maria Felipa reuniu 40 mulheres das “vedetas” numa embarcação enfeitada com flores, aproximando-se de barcos lusitanos que planejavam invadir a praia. De forma a seduzi-los, elas ofereceram-lhes bebidas, conquistaram sua confiança e deram-lhes uma surra de folhas de cansanção, causando-lhes urticárias e queimaduras. Também atearam fogo nas embarcações com tochas de palhas de coco, pólvora e chumbo. A batalha vencida foi decisiva para impedir que os portugueses tomassem a Baía de Todos os Santos e, consequentemente, Salvador.

Pelos serviços prestados contra os portugueses, Maria Felipa de Oliveira virou símbolo da independência da Bahia - e do Brasil, falecendo 50 anos após o fim do domínio português. Tornou-se uma personagem lendária nos escritos de Xavier Marques, no romance Sargento Pedro, de 1921; presente nas páginas de A ilha de Itaparica, de 1942, livro do historiador Ubaldo Osório, avô do escritor João Ubaldo Ribeiro, que a mencionou como Maria da Fé no romance Viva o povo brasileiro, de 1984. 

Representação de Maria Felipa, mulher negra vestida de branco com turbante. Divulgação: Casa Maria Felipa
Representação de Maria Felipa. Foto reprodução: Divulgação/Casa Maria Felipa (Uso amparado pela lei 9610/98, Artigo 46, Inciso VIII) 

  Sua biografia segue sendo construída em novas pesquisas, como da professora Eny Kleyde Vasconcelos Farias e de Álvaro Pinto Dantas de Carvalho Júnior. Em 2004, foi fundada na capital baiana a Casa Maria Felipa, que resgata a memória desta heroína negra. E em 2018, a escola de samba campeã do carnaval carioca, Acadêmicos do Salgueiro, homenageou seu nome, junto aos de Rainha de Sabá, a deusa Ísis, Teresa do Quariterê, e Luiza Mahin, em versos do samba-enredo “Senhoras do Ventre do Mundo”.

Fontes:

REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

FARIAS, Eny Kleide Vasconcelos. Maria Felipa de Oliveira, Heroína da Independência da Bahia. Salvador: Quarteto, 2010.

Agenda GERER "O Bicentenário e as independências: intelectualidades, vozes e movimentos". 2º Bimestre, 2022.

 
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