11/04/2024
Apresentado por Chandy Teixeira, coordenador de Games e eSports da Prefeitura do Rio, o programa traz conversas com especialistas da indústria criativa.
Notícias
26/03/2024
Estudantes entrevistaram delegadas do W20, secretária carioca e presidente do Comitê Rio G20 em cobertura de imprensa mirim relacionada à agenda do G20.
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20/03/2024
A MultiRio informa que o Processo Seletivo de Contratação para Cargos em Comissão 2024, Editais 001 a 005/2024, está temporariamente suspenso.
Notícias
17/04/2024
Seis professores do GEO Fernando de Azevedo (10ª CRE), em Santa Cruz, desenvolvem conjuntamente um projeto de jornalismo estudantil durante o tempo da eletiva da Agência dos Alunos da Rede (Andar).
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11/04/2024
Apresentado por Chandy Teixeira, coordenador de Games e eSports da Prefeitura do Rio, o programa traz conversas com especialistas da indústria criativa.
Notícias
10/04/2024
O Fórum acontece entre 15 e 18 de abril no Riocentro. Vem conhecer as ideias que estarão em pauta. Preparamos um infográfico contendo informações importantes sobre o ecossistema de startups no Brasil e o Startup 20. O material pode ser útil para trabalhar com os seus alunos na sala de aula.
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10/04/2024
Neste programa de estreia, vamos contar a história da indústria que revolucionou o mercado de entretenimento. Embora os jogos eletrônicos possam sugerir modernidade, seu surgimento remonta à década de 1950. Acompanhando as transformações tecnológicas do audiovisual, eles chegaram à hiperpopularidade com os celulares e hoje são discutidos como uma nova forma de esporte.
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Fazia quase um quarto de século que a Revolta dos Búzios (ou Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana) ocorrera transformando a história política da Bahia para sempre. Além dos partidos Brasileiro e Português, que surgiram após o retorno de D. João VI para Portugal, os senhores de engenho temiam o surgimento de um partido negro. Com a Revolução do Haiti (1791-1804), onde os escravos negros se rebelaram e proclamaram a independência, consideravam que algum “espírito mal intencionado” poderia transformar Salvador numa anarquia.
Na Ilha de Itaparica (palavra tupi que significa “cerca de pedra”), 280 escravos recusaram a indicação de um novo feitor. Por não serem atendidos, o mataram a sangue frio, o que elevou suspeitas sobre haver uma organização política por detrás do ocorrido. Como punição, as tropas portuguesas mataram 32 negros.
Moradora da Vila de Itaparica, Maria Felipa de Oliveira era escrava liberta, descentente de sudaneses, marisqueira, capoeirista acostumada a andar de chinelos, saia rodada, bata, torso e turbante, vestimentas estampadas com adinkras, símbolos que representam aforismos africanos, e imagens como a sankofa, a ave africana que olha para trás para aprender com o passado antes de enfrentar o futuro. "Maria Felipa olhou pra trás, para sua ancestralidade, e aprendeu com ela as estratégias de guerra, e na luta pela independência do Brasil na Bahia, ela vem, portanto, com este significado em suas roupas, porque elas são mulheres guerreiras", explica a pesquisadora e mestre em Educação da Universidade Federal da Bahia, Eny Kleide Vasconcelos Faria.
As lutas pela independência da Bahia que incendiavam Salvador deixaram um rastro de mortes, dentre elas a da mártir Joana Angélica de Jesus. As notícias assustadoras da convulsão geral chegavam à Itaparica. A guerra já era realidade para Maria Felipa, voluntária na campanha pela Independência e capaz de reunir gente de diversas etnias, africanas e indígenas, pescadores e até portugueses simpáticos à emancipação. Liderava ainda mulheres vigilantes conhecidas como “vedetas”, que espionavam a movimentação das caravelas portuguesas ao redor da ilha, armavam trincheiras, passavam informações, cuidavam de feridos e ajudavam com mantimentos até Salvador.
Meses após a aclamação de D. Pedro como imperador, a capital baiana continuava sendo território de disputa entre Brasil e Portugal. A ilha de Itaparica transformou-se num ponto central dos ataques portugueses que resistiam à independência da colônia. Certa vez, Maria Felipa reuniu 40 mulheres das “vedetas” numa embarcação enfeitada com flores, aproximando-se de barcos lusitanos que planejavam invadir a praia. De forma a seduzi-los, elas ofereceram-lhes bebidas, conquistaram sua confiança e deram-lhes uma surra de folhas de cansanção, causando-lhes urticárias e queimaduras. Também atearam fogo nas embarcações com tochas de palhas de coco, pólvora e chumbo. A batalha vencida foi decisiva para impedir que os portugueses tomassem a Baía de Todos os Santos e, consequentemente, Salvador.
Pelos serviços prestados contra os portugueses, Maria Felipa de Oliveira virou símbolo da independência da Bahia - e do Brasil, falecendo 50 anos após o fim do domínio português. Tornou-se uma personagem lendária nos escritos de Xavier Marques, no romance Sargento Pedro, de 1921; presente nas páginas de A ilha de Itaparica, de 1942, livro do historiador Ubaldo Osório, avô do escritor João Ubaldo Ribeiro, que a mencionou como Maria da Fé no romance Viva o povo brasileiro, de 1984.
Sua biografia segue sendo construída em novas pesquisas, como da professora Eny Kleyde Vasconcelos Farias e de Álvaro Pinto Dantas de Carvalho Júnior. Em 2004, foi fundada na capital baiana a Casa Maria Felipa, que resgata a memória desta heroína negra. E em 2018, a escola de samba campeã do carnaval carioca, Acadêmicos do Salgueiro, homenageou seu nome, junto aos de Rainha de Sabá, a deusa Ísis, Teresa do Quariterê, e Luiza Mahin, em versos do samba-enredo “Senhoras do Ventre do Mundo”.
Fontes:
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
FARIAS, Eny Kleide Vasconcelos. Maria Felipa de Oliveira, Heroína da Independência da Bahia. Salvador: Quarteto, 2010.
Agenda GERER "O Bicentenário e as independências: intelectualidades, vozes e movimentos". 2º Bimestre, 2022.