10/05/2023
A MULTIRIO – Empresa Municipal de Multimeios Ltda. torna pública a abertura das inscrições para Processo Seletivo Simplificado destinado ao cadastramento para Contratação para Cargo em Comissão.
Notícias
17/04/2023
Com o objetivo de apoiar os professores no trabalho com propostas de atividades nos GET, o conjunto está disponível a partir desta segunda-feira (17).
Notícias
31/03/2023
A série traz, em sua segunda temporada, experiências práticas relacionadas aos assuntos que foram tema da primeira fase da produção.
Notícias
31/05/2023
No primeiro episódio da série Boas Práticas da Rede, conheça a revista digital Os Carioquinhas, fruto de um projeto desenvolvido na E.M. Isaías Alves (6ª CRE), em Guadalupe. Idealizada pela diretora Gisele Alves, pela professora de sala de leitura Jaqueline Borges e pela coordenadora pedagógica Ivone Taranto, a revista tem o objetivo de estimular a escrita espontânea e trabalha com os alunos a temas ligados à midiaeducação e à comunicação midiática. Do 1º ao 6º ano, todos os alunos são convidados a participar. De periodicidade bimestral, a revista traz sessões divertidas com jogos e charadas, recadinhos do coração, receitas culinárias enviadas pelos pais e responsáveis e aborda temas como mulheres artistas, como Tarsila do Amaral e Conceição Evaristo.
Boas Práticas da Rede
30/05/2023
Boas Práticas da Rede e MultiRio Live - Boas Práticas da Rede mostram várias boas experiências realizadas em escolas da Rede Municipal do Rio.
Notícias
29/05/2023
Vamos falar sobre cyberbullying? Conheça o trabalho realizado pelos alunos do 6° ano do Colégio Pedro II, unidade Engenho Novo, em campanha contra o (cyber)bullying e o preconceito. Além de pesquisas e discussões, o projeto envolveu jogos educativos e reflexões sobre conceitos e valores como empatia e confiança. Para a divulgação, os estudantes aprenderam a fazer QRcodes que foram espalhados pelo colégio com a finalidade de estimular a reflexão e promover o respeito no universo da Internet e fora dela. O projeto foi desenvolvido nas aulas de Informática Educativa da professora Regina Rocha e intitulado “Cidadania Digital”.
Digitalmente – segunda temporada
25/05/2023
Nesta sexta-feira (26), primeiro dia da FLIC Mangueira, a MultiRio está presente na quadra da escola que vai receber estudantes da Rede Municipal do Rio de Janeiro.
Notícias
Fazia quase um quarto de século que a Revolta dos Búzios (ou Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana) ocorrera transformando a história política da Bahia para sempre. Além dos partidos Brasileiro e Português, que surgiram após o retorno de D. João VI para Portugal, os senhores de engenho temiam o surgimento de um partido negro. Com a Revolução do Haiti (1791-1804), onde os escravos negros se rebelaram e proclamaram a independência, consideravam que algum “espírito mal intencionado” poderia transformar Salvador numa anarquia.
Na Ilha de Itaparica (palavra tupi que significa “cerca de pedra”), 280 escravos recusaram a indicação de um novo feitor. Por não serem atendidos, o mataram a sangue frio, o que elevou suspeitas sobre haver uma organização política por detrás do ocorrido. Como punição, as tropas portuguesas mataram 32 negros.
Moradora da Vila de Itaparica, Maria Felipa de Oliveira era escrava liberta, descentente de sudaneses, marisqueira, capoeirista acostumada a andar de chinelos, saia rodada, bata, torso e turbante, vestimentas estampadas com adinkras, símbolos que representam aforismos africanos, e imagens como a sankofa, a ave africana que olha para trás para aprender com o passado antes de enfrentar o futuro. "Maria Felipa olhou pra trás, para sua ancestralidade, e aprendeu com ela as estratégias de guerra, e na luta pela independência do Brasil na Bahia, ela vem, portanto, com este significado em suas roupas, porque elas são mulheres guerreiras", explica a pesquisadora e mestre em Educação da Universidade Federal da Bahia, Eny Kleide Vasconcelos Faria.
As lutas pela independência da Bahia que incendiavam Salvador deixaram um rastro de mortes, dentre elas a da mártir Joana Angélica de Jesus. As notícias assustadoras da convulsão geral chegavam à Itaparica. A guerra já era realidade para Maria Felipa, voluntária na campanha pela Independência e capaz de reunir gente de diversas etnias, africanas e indígenas, pescadores e até portugueses simpáticos à emancipação. Liderava ainda mulheres vigilantes conhecidas como “vedetas”, que espionavam a movimentação das caravelas portuguesas ao redor da ilha, armavam trincheiras, passavam informações, cuidavam de feridos e ajudavam com mantimentos até Salvador.
Meses após a aclamação de D. Pedro como imperador, a capital baiana continuava sendo território de disputa entre Brasil e Portugal. A ilha de Itaparica transformou-se num ponto central dos ataques portugueses que resistiam à independência da colônia. Certa vez, Maria Felipa reuniu 40 mulheres das “vedetas” numa embarcação enfeitada com flores, aproximando-se de barcos lusitanos que planejavam invadir a praia. De forma a seduzi-los, elas ofereceram-lhes bebidas, conquistaram sua confiança e deram-lhes uma surra de folhas de cansanção, causando-lhes urticárias e queimaduras. Também atearam fogo nas embarcações com tochas de palhas de coco, pólvora e chumbo. A batalha vencida foi decisiva para impedir que os portugueses tomassem a Baía de Todos os Santos e, consequentemente, Salvador.
Pelos serviços prestados contra os portugueses, Maria Felipa de Oliveira virou símbolo da independência da Bahia - e do Brasil, falecendo 50 anos após o fim do domínio português. Tornou-se uma personagem lendária nos escritos de Xavier Marques, no romance Sargento Pedro, de 1921; presente nas páginas de A ilha de Itaparica, de 1942, livro do historiador Ubaldo Osório, avô do escritor João Ubaldo Ribeiro, que a mencionou como Maria da Fé no romance Viva o povo brasileiro, de 1984.
Sua biografia segue sendo construída em novas pesquisas, como da professora Eny Kleyde Vasconcelos Farias e de Álvaro Pinto Dantas de Carvalho Júnior. Em 2004, foi fundada na capital baiana a Casa Maria Felipa, que resgata a memória desta heroína negra. E em 2018, a escola de samba campeã do carnaval carioca, Acadêmicos do Salgueiro, homenageou seu nome, junto aos de Rainha de Sabá, a deusa Ísis, Teresa do Quariterê, e Luiza Mahin, em versos do samba-enredo “Senhoras do Ventre do Mundo”.
Fontes:
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
FARIAS, Eny Kleide Vasconcelos. Maria Felipa de Oliveira, Heroína da Independência da Bahia. Salvador: Quarteto, 2010.
Agenda GERER "O Bicentenário e as independências: intelectualidades, vozes e movimentos". 2º Bimestre, 2022.