ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Instagram
Ícone do Tik Tok
Facebook
Whatsapp

Alerta vermelho para reservatórios tombados
12 Maio 2015 | Por Sandra Machado
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp

fonte valdosneDezenas de reservatórios que ajudam a contar a história da captação da água oferecida à população carioca, de propriedade da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), são tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). No entanto, alguns deles se encontram desativados ou subaproveitados, necessitando de reformas. Sua localização privilegiada – no alto de morros e platôs , somada ao seu valor enquanto marcos da engenharia desenvolvida no Rio de Janeiro -, dão a essas construções um caráter distintivo, que faz com que mereçam ser reinseridas no acervo afetivo da cidade.

Roberto Anderson Magalhães é arquiteto do Inepac, doutor em Urbanismo, professor da PUC-Rio e da Universidade Santa Úrsula. Em entrevista exclusiva, ele traça um panorama do que seria preciso fazer para melhorar a situação dos reservatórios cariocas.

MultiRio – Por que os reservatórios são tão desprestigiados?

Roberto Anderson – Alguns desses reservatórios coincidiam com mananciais de água. Outros eram apenas caixas de passagem. Infelizmente, nesse percurso, os mananciais locais foram sendo deixados de lado, seja por produzirem pouca água, seja por exigirem tratamentos mais sofisticados. Mas, a meu ver, é um equívoco esse abandono, principalmente em época de carência de água. Já existem sistemas de filtragem locais (membranas), que poderiam trazer vários desses equipamentos de volta ao uso. Cada vez fomos buscar essa água mais longe e agora já chegamos ao Rio Paraíba do Sul!

niteroiM – Qual o valor arquitetônico deste patrimônio?

RA – Como são antigos, muitos foram construídos com esmero, com tipologias arquitetônicas que refletem o apuro e o gosto de cada momento. Apesar de tombados, estão se deteriorando. A Cedae, responsável pela maioria deles, salvo o de Niterói, ainda não colocou a restauração nas suas prioridades. Lutamos para que isto seja feito.

M – Que reservatórios necessitam de socorro mais imediato?

RA – Para o Reservatório da Quinta, a Cedae tem planos, ainda em fase inicial, de refazer a cobertura, já que hoje a água potável é armazenada a céu aberto. O Inepac tem alertado que não basta refazer a cobertura, é preciso restaurar o bem. O do Morro do Inglês está desativado. A localização é excepcional. A antiga casa do operador poderia ter algum uso. O da Viúva fica num ponto com uma bela vista. Seria uma linda atração turística. Estava monteiro barros2invadido, não sei se permanece. Há também o Monteiro de Barros, que fica num terreno que outrora era aberto ao público e servia como parque. O de Paquetá, num ponto alto da ilha, está em situação lastimável, muito fragilizado, podendo desaparecer. Além desses, há o de Rio D'Ouro, em Nova Iguaçu, excepcional em beleza, e que está sem controle de entrada. Há pessoas que entram para tomar banho e acabam promovendo destruição do patrimônio.

M – Existe alguma iniciativa oficial para apresentar à população carioca a riqueza deste patrimônio?

RA – O reservatório da Carioca engloba a Mãe d'Água, primeira caixa de passagem da captação de água na história do Rio de Janeiro, criada na época da colônia. Está abandonado. O Inepac já propôs, diversas vezes, que fosse transformado em Centro da Memória ou Museu das Águas, para contar essa bela história. Recentemente, o secretário de Estado de Meio Ambiente se interessou pela questão e foi lá visitar. Mas não houve desdobramentos, até onde eu saiba. Enfim, há uma série de equívocos no tratamento desse patrimônio e a cobertura jornalística é importante para não cair no completo abandono.

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
MAIS DA SÉRIE
texto
Conheça a história dos personagens que viraram patrimônio da cidade

Conheça a história dos personagens que viraram patrimônio da cidade

29/03/2016

Na cidade do Rio, 1.265 monumentos homenageiam cantores, políticos, escritores e poetas. 

Patrimônio Material do Rio

texto
Os tuítes azuis do patrimônio

Os tuítes azuis do patrimônio

09/07/2015

Em entrevista ao Portal, Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), fala sobre as novas sinalizações que formam os dez Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca.

Patrimônio Material do Rio

texto
Patrimônio que você nem imagina

Patrimônio que você nem imagina

08/06/2015

Não só os prédios fazem parte dos bens tombados na cidade. Elementos inusitados, como o calçamento e a pintura mural do Profeta Gentileza, se incluem na preservação cultural.

Patrimônio Material do Rio

texto
Árvores integram patrimônio do Rio

Árvores integram patrimônio do Rio

13/04/2015

Elas estão por toda parte, muitas há gerações, e podem ser escolhidas para tombamento tanto por seu valor botânico quanto pela relevância como marco paisagístico de uma época.

Patrimônio Material do Rio

texto
O rico patrimônio cultural do centro do Rio

O rico patrimônio cultural do centro do Rio

13/01/2015

A partir de 1984, com a implantação do Corredor Cultural, se estruturou uma política municipal completa de proteção aos ambientes antigos. Até então, o tombamento se dava apenas para monumentos isolados, mas nunca sobre áreas compostas por diversos prédios, seu entorno e, sobretudo, que levasse em conta a afetividade ligada à memória local.

Patrimônio Material do Rio

texto
Corredor Cultural preserva memória do Rio

Corredor Cultural preserva memória do Rio

06/01/2015

Nos anos 1980, o Corredor Cultural inaugurava as políticas públicas voltadas à preservação do ambiente construído. Além de proteger o centro histórico, também originou o modelo da Apac – Área de Proteção do Ambiente Cultural. 

Patrimônio Material do Rio

texto
Uma visita ao Real Gabinete Português de Leitura

Uma visita ao Real Gabinete Português de Leitura

04/11/2014

A instituição digitalizou parte de seu acervo e oferece uma programação especial para professores e alunos.

Patrimônio Material do Rio