Iniciativas como a #CompartilheUmaAula e a #ProfessoresSMERJ são exemplos de como docentes da Rede Pública Municipal de Ensino do Rio de Janeiro vêm se apropriando do uso de hashtags para agrupar conteúdos educativos e aproximar professores, alunos e a comunidade escolar como um todo.
Criada no Twitter, em 2007, essa função é, também, usada no Instagram, no Facebook, no YouTube, entre outras plataformas. A hashtag é um composto formado por um termo ou expressão precedida do sinal cerquilha – conhecido popularmente como “jogo da velha" –, usado para identificar assuntos e associar uma informação a um tópico ou a uma discussão.
Cada hashtag criada é transformada em um hiperlink que direciona o usuário para uma página de publicações relacionadas ao mesmo tema.
O termo vem da junção de hash (como é chamado o símbolo “#”, em inglês) e tag (palavra-chave) e foi adicionado ao dicionário de língua inglesa Oxford em 2014.
Como usar hashtags em diferentes mídias sociais
Apesar de, em geral, a finalidade ser a mesma, cada mídia social tem suas particularidades e especificidades quanto ao uso de hashtags. Uma orientação, no entanto, é comum a todas elas: espaços, sinais de pontuação (como, por exemplo, “.”, “-”, “+”, “_”) e caracteres especiais (“%”, “$” etc.) não devem ser utilizados, pois fazem com que a hashtag não funcione corretamente. Já acentos e numerais são permitidos.
Confira algumas informações sobre o uso específico das hashtags em determinadas mídias sociais, destacadas nas páginas oficiais dessas plataformas.
Twitter
Por ter uma limitação de caracteres por publicação (são permitidos, no máximo, 280 toques), a recomendação é que se use, no máximo, duas hashtags, que podem ser incluídas em qualquer parte do tuíte. Se o conteúdo for publicado por meio de uma conta pública, qualquer pessoa que fizer uma busca pela hashtag utilizada poderá encontrar o tuíte em questão.
Nessa mídia, as hashtags que se tornam muito populares são, frequentemente, listadas nos chamados “assuntos do momento” (trending topics, em inglês), em esfera local (cidade, estado, país) ou mundial.
YouTube
O YouTube começou a implementar hashtags para facilitar a pesquisa por conteúdos, possibilitando ao usuário a busca por assuntos, e não somente pelo perfil ou pelo título de um vídeo.
As hashtags podem ser usadas no título ou na descrição do vídeo a ser publicado. Se estiverem apenas na descrição, as três primeiras serão exibidas acima do título.
A orientação do YouTube é que não se exagere no número de hashtags. Se o vídeo tiver mais de 15, todas elas serão ignoradas. O excesso e o uso de hashtags enganosas ou não relacionadas ao conteúdo podem levar à remoção do vídeo.
Instagram
Nesta plataforma é possível usar até 30 marcações em uma publicação. Um número maior do que esse faz com que o texto não seja publicado.
Outra recomendação é que as hashtags sejam usadas apenas em publicações próprias. E, para que elas apareçam publicamente nas páginas de hashtags, é preciso que o perfil do usuário não seja privado.
Cuidados no uso de hashtags e sugestões pedagógicas
É importante que os usuários estejam atentos ao escolher uma hashtag, evitando usar o conteúdo todo em uma mesma hashtag - o que pode restringir muito a pesquisa - e, também, usar uma hashtag para cada palavra - o que fará com que a publicação apareça em diversos grupos de pesquisa, mas não necessariamente no que se planejava inicialmente.
Especialista em Marketing Digital e diretora da NMAdigital, Beatriz Rego destaca que utilizar hashtags pode ser um bom caminho na área da Educação, mas é preciso atentar-se ao fato de que não existe uma curadoria nas plataformas.
“Em uma busca rápida por #historiadobrasil, por exemplo, o primeiro conteúdo exibido não é interessante. Ocasionalmente, essa ferramenta pode ser usada por influenciadores digitais apenas para alcançar mais visualizações e conquistar novos seguidores. O concurso por popularidade acaba ofuscando o uso correto das hashtags. Nesse cenário, uma sugestão seria o professor criar uma hashtag própria para o acompanhamento de seu conteúdo, ainda que corra o risco de outras pessoas utilizarem-na”, orienta Beatriz.
Ela reforça que, independentemente da mídia escolhida, o mais importante é o conteúdo – e que ele apresente o que se propõe.
“Evitem criar novas hashtags se não puderem acompanhá-las e não utilizem uma hashtag sem checar o conteúdo associado a ela. Fazendo uma curadoria prévia, pode ser interessante produzir conteúdos e seguir, preferencialmente, as hashtags mais específicas possíveis”, sugere aos professores.
Simone Monteiro, assessora de Articulação Pedagógica da MultiRio, destaca que algumas iniciativas interessantes nesse sentido têm sido compartilhadas em sites e blogs na internet e podem inspirar novas ações dos professores. Um bom exemplo, segundo ela, é sugerir aos alunos uma discussão sobre os possíveis usos que eles fazem das hashtags, pedindo que os estudantes identifiquem, por meio de pesquisas em diferentes mídias sociais, uma hashtag que esteja em alta no momento e, então, escolham três posts relacionados a elas, para um debate em sala de aula.
“Assim, o professor tem a chance de conversar com a turma sobre a qualidade e a relevância e pertinência dos conteúdos identificados”, explica.
Outra sugestão é que os docentes criem hashtags específicas para atividades ou projetos realizados com sua turma, de forma a agrupar todo o conteúdo e facilitar o acesso de todos. “Se o mesmo projeto for feito com outras turmas, é possível criar, ainda, uma hashtag que agrupe todas elas ou que contenha o ano de realização do projeto.”