Apague a luz, olhe para o céu noturno: que incrível a quantidade de estrelas espalhadas por ele, não? O número de estrelas existentes é gigantesco, e elas se organizam em numerosos sistemas de estrelas e sistemas planetários. No meio desse espaço infinito, encontra-se a Via Láctea, galáxia que você pode não conhecer de nome, mas da qual já é íntimo, afinal, vive dentro dela!
A Via Láctea é um aglomerado de mais de 100 bilhões de estrelas e muitas nebulosas (nuvens de poeira e gás). Ela recebe esse nome porque, vista da Terra, é uma faixa branca parecida com um caminho leitoso. Porém, na verdade, seu formato é o de um espiral.
Dentro da Via Láctea, está localizado o Sistema Solar, que se organiza em torno de uma estrela que nasceu há cerca de cinco bilhões de anos, o Sol. Ele não é o único sistema planetário da Via Láctea, mas é o mais importante para nós: afinal, é a nossa casa! Que tal conhecê-lo melhor?
Agito espacial – A primeira coisa que precisamos saber é: não falta movimento no Sistema Solar. Cada corpo celeste se movimenta em torno de um corpo maior, gerando uma tremenda agitação. Cada satélite gira ao redor de seu planeta, que, por sua vez, gira em torno do Sol. Mas não vá pensando que nossa maior estrela fica paradona no espaço: o próprio Sol gira ao redor do centro da Via Láctea, levando de carona todo o Sistema Solar. E não precisa ficar tonto: isso tudo acontece bem “devagarzinho”. O Sistema Solar demora 220 milhões de anos para dar a volta ao redor da galáxia!
Quando se movimentam ao redor do Sol, os planetas “desenham” no céu órbitas parecidas com círculos, mas um pouco achatadas – por isso, são chamadas elípticas. Nesse caminho, chamado movimento de translação, ora os planetas ficam mais próximos do Sol, ora mais distantes. Isso significa que a quantidade de luz e calor recebida varia ao longo do caminho, gerando o fenômeno que conhecemos como estações do ano.
O tempo que a Terra demora para percorrer toda a órbita ao redor do Sol é de aproximadamente 365 dias – o ano terrestre –, período dividido em quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. Outros planetas também têm estações do ano, mas com características diferentes das estações terrestres.
Para se ter uma idéia, enquanto, na Terra, o verão dura cerca de 90 dias, em Marte ele dura 150 e, em Urano, demora mais de 20 anos! Outro exemplo: como na Terra, também há diferenças de temperatura entre o inverno e o verão de Mercúrio. Porém, lá elas são muito mais radicais: durante o verão, o calor chega aos 400 graus centígrados. Durante o inverno, a 200 graus abaixo de zero. Haja frio!
Além de girar em torno do Sol, os planetas também giram em torno de si mesmos, num movimento conhecido como rotação. Desse modo, a parte do planeta que está voltada para o Sol (e recebendo sua luz) vai mudando aos poucos, gerando os dias e as noites.
Embarque nessa viagem – Se os planetas e outros corpos celestes, como vimos, se movimentam o tempo inteiro, não tem por que nós ficarmos parados! Então, que tal embarcar numa viagem pelo Sistema Solar, conhecendo cada um dos planetas que o compõem? Apertem os cintos e lá vamos nós!
Nosso ponto de partida, o Sol – A estrela que está no centro do Sistema Solar é enorme – quase um milhão de vezes maior do que a Terra – e emite uma quantidade gigantesca de luz e calor, sem a qual a vida não seria possível em nosso planeta. Os antigos gregos consideravam o Sol (ou Hélios, como eles o chamavam) uma divindade, representada pela figura de um jovem com a cabeça cercada de raios e que percorria o céu em um carro de fogo puxado por quatro cavalos.
Mercúrio – Nossa primeira parada é um planeta quente e árido, que não possui água nem atmosfera. Sua superfície é coberta de crateras e poeira – mais ou menos como a Lua. Entre os planetas, Mercúrio é o que apresenta o ano mais curto: como ele está mais próximo do Sol e se movimenta mais rapidamente em torno dele, seu ano dura apenas 88 dias terrestres. Para os antigos gregos, Mercúrio era Hermes, o mais veloz dos deuses – com asas nos pés e tudo! O movimento de rotação, porém – giro em torno de si mesmo, que a Terra faz em cerca de 24 horas –, é mais lento nesse planeta, demorando cerca de dois meses.
Vênus – O segundo planeta do Sistema Solar é pra lá de curioso. Imagine que, lá, o dia dura mais do que o ano! Parece maluquice, mas não é: Vênus gira mais rápido em torno do Sol do que ao redor de si mesmo. Seu dia dura 243 dias terrestres, enquanto o ano equivale a apenas 224 dias da Terra. Além disso, este planeta é “do contra”: seu movimento de rotação é no sentido contrário ao dos outros planetas! Outra curiosidade é que Vênus é o planeta mais brilhante, podendo ser visto da Terra a olho nu em algumas épocas do ano.
Terra – Esse vocês todos já conhecem! A 150 milhões de quilômetros do Sol, o planeta azul – chamado assim porque tem a maior parte da sua superfície coberta de água – possui uma atmosfera muito especial, que o protege das temperaturas muito altas, das radiações solares e até da queda de meteoritos. Ao redor da Terra, gira a Lua, nosso único satélite natural. A Lua também gira em torno de si mesma, ao mesmo tempo em que circunda a Terra: por isso, sempre vemos a mesma face do satélite virada para nós.
Marte – Ainda da Terra já podemos avistar nossa próxima parada, Marte, um pontinho avermelhado no céu. Ao nos aproximarmos de sua superfície, descobrimos o porquê: ela é coberta de óxido de ferro, que nada mais é do que ferrugem. Aí está o segredo de sua bela cor! Outra curiosidade é que Marte possui dois satélites, Fobos e Deimos, e que, embora as temperaturas da superfície variem bastante (vão dos 123 graus negativos aos 25 graus positivos), pode ser que haja alguma forma de vida por lá. Uma pista disso é que há leitos secos de rios, indicando que já existiu água em estado líquido nesse planeta. A trajetória de Marte em torno do céu demora quase duas vezes mais que a da Terra, mas os dias marcianos são bem parecidos com os nossos, com duração de 24 horas e 37 minutos.
Cinturão de Asteroides – Opa! No caminho de Marte a Júpiter, nossa nave espacial encontra vários pequenos corpos que, assim como os planetas, circulam ao redor do Sol. Mas eles só são pequenos se comparados aos planetas mesmo, porque o maior deles, Ceres, tem aproximadamente um quilômetro de diâmetro! Por isso, acabou recebendo o título de “planeta anão”. Os cientistas acreditam que esses asteróides surgiram a partir da matéria de um planeta que não chegou a se formar ou de um planeta que se desintegrou, dando origem a vários pequenos corpos.
Júpiter – Chegamos ao maior planeta do Sistema Solar! Dentro dele, caberiam todos os outros planetas. Esse gigante tem, além do seu tamanho colossal, outras características curiosas: não possui uma superfície sólida, é formado de nuvens. No seu núcleo, a temperatura pode chegar a 30 mil graus! Além disso, Júpiter possui dezenas de luas e demora quase 11 anos terrestres para percorrer sua órbita em torno do Sol. Seus dias, porém, são curtos: duram menos de dez horas.
Saturno – O segundo maior planeta é famoso por seus anéis de poeira e pedaços de rocha cobertos de gelo. Mas são só essas joias cósmicas que o tornam especial: Saturno tem cerca de trinta satélites – dos quais o mais importante chama-se Titã – e sua superfície é formada de camadas de hidrogênio metálico, hidrogênio líquido e hélio. É tão pouco denso que poderia flutuar sobre a água! Mas imagina só o tamanho do oceano necessário para esse planeta nadar.
Urano – Se pudéssemos chamar um planeta de preguiçoso, talvez fosse Urano. É que ele fica praticamente “deitado” em relação ao plano de sua órbita. Este planeta também possui vários anéis e mais de vinte luas. Seu movimento de rotação dura cerca de 17 horas, mas a translação ao redor do Sol equivale a 84 anos terrestres!
Netuno – Bem parecido com Urano em termos de tamanho e estrutura, mas com a aparência um pouco mais azulada, Netuno está 30 vezes mais distante do Sol do que a Terra e é quatro vezes maior do que ela. Ele foi o primeiro planeta que os astrônomos descobriram por meio de cálculos, antes mesmo que pudesse ser observado. Seu nome homenageia o deus romano do mar e sua volta ao redor do Sol é tão demorada que equivale a 141 anos terrestres.
Plutão – Chegamos à nossa estação final. Descoberto em 1930 e considerado por muitos anos o nono planeta do Sistema Solar, Plutão mudou de status em 2006: seu tamanho menor que a Lua fez com que os astrônomos o reclassificassem como “planeta anão”. Em sua superfície, o frio é de lascar: a temperatura fica entre 210 e 235 graus abaixo de zero, brrrrr....
Agora que você já conhece melhor o espaço e nosso Sistema Solar, que tal voltar à Terra e descobrir o que os cientistas estão fazendo por lá para explorar tudo isso?
Curiosidade antiga – Olhar para o céu sempre foi motivo de curiosidade para os homens, e a astronomia é considerada a mais antiga das ciências. Desde a Antiguidade, o céu vem sendo utilizado pelos homens como forma de orientação espacial e contagem do tempo. Os registros astronômicos mais antigos datam de 3 mil a.C.! Afinal, quer coisa melhor do que um mapa e um calendário escritos nas estrelas?
O tempo passou e a importância das estrelas para a humanidade só cresceu. Nas últimas décadas, muitos cientistas no mundo têm se dedicado ao estudo da astronomia e à exploração espacial.
Em 1958, por exemplo, o homem conseguiu lançar seu primeiro satélite ao espaço. Embora mais parecesse uma bola de basquete prateada com quatro antenas, o Sputnik (nome que quer dizer “satélite” em russo) foi um avanço muito importante para o mundo. Sua missão era medir a violência do impacto de meteoroides (pequenos corpos celestes em constante movimento no espaço) e enviar sinais de rádio.
O Sputnik foi só o pontapé inicial de uma missão que estava apenas começando: a exploração do espaço. Apenas um mês depois, um novo foguete enviou o primeiro ser vivo ao espaço: a cadelinha Laika. A ideia era monitorar dados biológicos do animal, como respiração e batimentos cardíacos, para descobrir como seria se um homem fosse enviado num foguete semelhante. O sonho se concretizou em 1961: o russo Yuri Gagarin foi o primeiro homem a ir ao espaço!
Pouco depois, em 1969, o homem chegou à Lua pela primeira vez. Pergunte aos seus avós: eles devem ter assistido o feito pela televisão!
O primeiro astronauta a descer em solo lunar foi Neil Armstrong. Na ocasião, ele disse uma frase que ficou famosa: “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”.
Presente e futuro – Quarenta anos depois da aventura de Armstrong, a ciência já avançou muito na exploração espacial e também nas aplicações dela. Ainda estamos longe de viajar ao espaço de férias ou morar na Lua – como sugeriam alguns filmes de ficção científica –, mas já fizemos descobertas importantes e desenvolvemos novas tecnologias que dão frutos no nosso dia a dia.
Por exemplo, hoje há milhares satélites no espaço, para as mais variadas funções: monitorar o clima e ajudar na previsão do tempo; observar o movimento dos astros; possibilitar transmissões de televisão... Em um satélite bem maior, chamado Estação Espacial Internacional, vários astronautas já realizaram pesquisas em pleno espaço – até o brasileiro Marcos Pontes, passou uns dias por lá em 2006.
Além dos satélites, outros equipamentos foram enviados ao espaço. Em 1990, a Nasa (agência espacial americana) enviou ao espaço o telescópio Hubble, com a missão de fazer fotografias para explorar o Sistema Solar, medir a idade e o tamanho do universo e desvendar outros mistérios das galáxias, estrelas e planetas.
Mais recentemente, os cientistas continuam se dedicando ao estudo do espaço, em grandes projetos de pesquisa que desvendam planetas fora do sistema solar, procuram evidências de vida fora da terra, tentam compreender melhor os buracos negros... Plantas, batatas, fungos, ovos de sapo, moscas de frutas, hamsters, gatos, cachorros, macacos e até mesmo ratos têm viajado ao espaço em várias missões espaciais para realização de testes biológicos.
Esses são só alguns exemplos, e a imaginação dos cientistas não para de pensar em novas pesquisas possíveis!
Fontes para consulta
Astronomia e Astrofísica - http://astro.if.ufrgs.br
O Sistema Solar – http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/aprendendo-basico/sistema-solar/
Fundação Planetário - http://www.planetariodorio.com.br/
Planetário Professor José Baptista Pererira - http://www.planetario.ufrgs.br/index.html
Pequeno Cientista - http://www.on.br/pequeno_cientista
Canal Kids - http://www.canalkids.com.br/cultura/ciencias/astronomia/planetas.htm
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