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Nado sincronizado: de balé aquático aos Jogos Olímpicos
06 Janeiro 2016 | Por Carla Araújo
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Campeonato Sul-Americano Absoluto de Desportos Aquáticos, em Mar del Plata, na Argentina (Foto: Satiro Sodre/SSPress)

Ao mesclar elementos de natação, dança e ginástica, o nado sincronizado é um dos esportes olímpicos mais belos de se assistir e torcer. Dentro de uma piscina com três metros de profundidade, as atletas realizam, com precisão e graciosidade, uma sequência de movimentos e acrobacias acompanhadas de música enquanto são avaliadas por uma comissão julgadora.

Entre os desportos aquáticos – assim como natação, polo aquático e saltos ornamentais – o nado sincronizado é uma das modalidades mais novas dos Jogos Olímpicos. O esporte, disputado apenas por mulheres, entrou no programa olímpico em 1984, em Los Angeles. Na ocasião, a atleta norte-americana Tracie Ruiz ficou com a medalha de ouro na competição solo e também no dueto, ao lado da nadadora Candace Costie.

Origens

A modalidade ganhou força e evoluiu a partir das apresentações de dança e balés aquáticos do final do século XIX e início do XX. Curiosamente, foram homens que começaram a fazer acrobacias dentro d’água. Aos poucos, as mulheres ganharam espaço, por terem mais leveza nos movimentos.

O primeiro registro de balé subaquático é de 1907, em Nova York, quando a australiana Annette Kellerman se apresentou dentro de um tanque de vidro no New York Hippodrome. Por décadas, o esporte cresceu no Canadá, na Holanda, na Alemanha, na Bélgica e na França, com diferentes terminologias: natação artística, entretenimento náutico, balé aquático, natação fantasia e natação ornamental.

Mas só passou a ter caráter competitivo em 1930, sendo que em 1934, na Feira Mundial de Chicago, o termo nado sincronizado foi utilizado pela primeira vez. A partir dali, cresceu ainda mais e as atletas começaram a se aperfeiçoar técnica e fisicamente. Em 1952, a Federação Internacional de Natação (Fina, em francês) estabeleceu as primeiras regras e regulamentou as competições.

Durante as edições dos Jogos Olímpicos entre 1952 e 1968, o esporte participou como demonstração, e apenas nos Jogos de Los Angeles, em 1984, integrou o programa olímpico.

No Brasil

O dueto Luisa Borges e Maria Eduarda (Foto: Satiro Sodre/SSPress)

O início da prática no Brasil tem registro nos primeiros anos da década de 1940, quando a nadadora Maria Lenk organizou a primeira apresentação da modalidade no Rio de Janeiro, juntamente com as alunas da então Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD), da Universidade do Brasil – atual UFRJ. Após a demonstração, o nado sincronizado cresceu no país, porém, apenas nos anos 1980 os campeonatos nacionais tornaram-se regulares.

O Brasil esteve presente na primeira competição olímpica da modalidade nas apresentações solo e dueto, com as atletas Paula e Tessa Carvalho, dirigidas pela técnica Magali Cremona. Nos Jogos de Sydney, em 2000, o dueto das gêmeas Carolina e Isabela de Moraes levou o país a uma final olímpica pela primeira vez.

Expectativas 

Nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos – de Sydney, em 2000, a Londres, em 2012 – a Rússia dominou o pódio, tanto na competição de duetos quanto na de equipes. As russas levaram para a casa todas as medalhas de ouro disputadas. Grande parte desse sucesso se deve à atleta Anastasia Davydova, que é a maior vencedora olímpica do nado sincronizado. Com cinco medalhas douradas, a nadadora anunciou a aposentadoria após os Jogos de Londres e se tornou técnica. 

A atleta Maria Clara Coutinho competindo em Mar del Plata, 2014 (Foto: Satiro Sodre/SSPress)

O Brasil já está com vaga garantida para as competições de duetos e de equipes. Atualmente, 14 atletas treinam com a seleção, e a convocação das nove nadadoras que representarão o país será feita dois meses antes dos Jogos. Em julho, durante o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2015, em Kazan, na Rússia, a China, o Egito e a Austrália conquistaram o direito de disputar os próximos Jogos. Ainda restam três vagas, que serão definidas no Pré-Olímpico Mundial, em março de 2016.

Fontes: Atlas do Esporte Brasileiro, Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Comitê Olímpico Brasileiro e Brasil 2016.

 
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