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O ciclismo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
23 Maio 2016 | Por Carla Araújo
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Como lazer, diversão e meio de transporte, o ciclismo é um desporto constantemente presente em nossas vidas. Para muitos, a bicicleta é o modo de chegar à escola ou ao trabalho todos os dias ou o exercício físico escolhido para se manter ativo, mas, para quem escolhe a conhecida “magrela” como meio de prática esportiva, as pedaladas levam muito mais longe. Estima-se que – entre treinos e competições – um ciclista profissional pedale, em média, 40 mil quilômetros por ano. Essa distância é cinco vezes maior que todo o litoral brasileiro. 

Atletas do BMX saltam alto na pista (Foto: Pedro Mumia)

O esporte sempre esteve presente no programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em 1896, em Atenas, na Grécia. Na capital grega, foi representado por provas de pista, no velódromo, e de estrada, na qual os atletas percorreram um trajeto de 87 km de ida e volta entre Atenas e a cidade de Maratona. Em 1936, nos Jogos de Berlim, na Alemanha, o Brasil competiu pela primeira vez no ciclismo. Ferrer Dertonio, Hermógenes Netto e Ricardo Magnani representaram o país na prova de 100 km.

Hoje em dia, é regulado pela União Internacional de Ciclismo, e quatro modalidades compõem o programa olímpico: BMX, estrada, mountain bike e pista; e duas o paralímpico: estrada e pista.

O BMX

De carona na prática do motocross, que ganhou popularidade na década de 1960, nos Estados Unidos, o BMX (ou Bicycle Moto Cross) surgiu como uma alternativa mais acessível à prática com motos. Crianças e adolescentes construíam pistas nos quintais e terrenos próximos às suas casas, inspirados nos circuitos, com rampas e cheios de obstáculos. Com o crescimento no número de adeptos, foi criada, nos anos 1970, a primeira federação para gerir a modalidade nos EUA.

O ciclismo BMX é a disciplina mais nova em disputa nos Jogos, com estreia em Pequim 2008. O único evento do BMX é o Supercross, no qual os participantes largam de uma rampa de oito metros ganhando velocidade para percorrer a pista com extensão entre 300 e 400 metros, repleta de obstáculos. Os ciclistas disputam diversas baterias com oito corredores cada e os quatro melhores avançam até a fase final. As bicicletas possuem apenas uma marcha e um freio, rodas aro 20 e são pequenas e bastante resistentes para aguentar os saltos, subidas e descidas. Os atletas competem equipados de capacete com protetor de boca, luvas e traje acolchoado.

Pista

Desde 1870, eram realizadas competições em ginásios fechados com pistas de madeira que lembram os velódromos utilizados nos dias de hoje. As corridas indoor favoreciam os atletas, que não dependiam de boas condições meteorológicas para correr, e os promotores dos eventos, que tinham a possibilidade de cobrar ingressos para os campeonatos. As provas de pista, assim como as de estrada, estavam presentes nos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas (1896) e, desde então, só ficaram ausentes da edição de Estocolmo (1912). Porém, as mulheres só passaram a competir na modalidade em 1988, em Seul, na Coreia do Sul.

O programa olímpico conta com dez eventos, sendo cinco para homens e cinco para mulheres, nos quais a velocidade é o principal fator. São eles: velocidade, velocidade por equipes, perseguição por equipes, keirin e omnium. Na prova de keirin, uma bicicleta elétrica dita o ritmo à frente do pelotão, não podendo ser ultrapassada. Nos 700 metros finais, o veículo sai da pista e os atletas pedalam rumo à linha de chegada. Já a omnium, que estreou em Londres (2012), é composta por seis provas que exigem potência e resistência dos atletas; ao final, o ciclista que acumular a maior pontuação é o vencedor.

Na prova de pista, as bicicletas são leves e resistentes, projetadas para alcançar o máximo de velocidade e não possuem marchas nem freios. Os ciclistas competem com trajes de elastano e capacete aerodinâmico que diminuem a resistência do ar.

A pista das competições de moutain bike é cheia de desafios, como terra, pedras, raízes e água em trilhas sinuosas com subidas e descidas (Foto: Alex Ferro)

Mountain Bike 

Surgiu na década de 1970, em São Francisco (EUA), quando alguns ciclistas que buscavam uma experiência diferente da estrada começaram a fazer trilhas em montanhas. A popularidade cresceu e o mountain bike se expandiu até que, em 1990, foi realizado o primeiro campeonato mundial. Seis anos depois, em Atlanta, a modalidade estreava nos Jogos, com homens e mulheres participando da prova de Cross Country em uma pista repleta de subidas, descidas, trilhas e obstáculos naturais, como pedras e raízes.

A prova dura, em média, de 90min a 2 horas. Nela, os participantes precisam completar um número pré-estabelecido de voltas no circuito com cinco quilômetros de extensão e o primeiro a terminar fica com a medalha de ouro. No mountain bike, as “magrelas” possuem pneus mais largos e são equipadas com amortecedores traseiros e dianteiros, para melhor absorção do impacto nos circuitos acidentados. O material é muito mais resistente, porém, sem comprometer o peso, que se mantém em torno de oito a nove quilogramas.

Estrada

Apesar de ter estado presente nos primeiros Jogos Olímpicos, o ciclismo de estrada ficou de fora das três edições seguintes: Paris (França), em 1900; Saint Louis (EUA), em 1904; e Londres (Inglaterra), em 1908. O retorno aconteceu em Estocolmo (Suécia), em 1912, e, desde então, não houve mais interrupções na participação da modalidade, porém, as mulheres só entraram na disputa quase um século depois da estreia masculina, em Los Angeles (EUA), em 1984.

O trajeto das provas do ciclismo de estrada passa por diversos pontos turísticos (Foto: Alex Ferro)

O atual programa olímpico é formado por quatro provas (duas masculinas e duas femininas). Uma delas é a de estrada, na qual todos os competidores largam juntos e, após um percurso de 241,5km para homens e 141km para mulheres, quem cruzar a linha de chegada primeiro é o vencedor. Os eventos contrarrelógio ingressaram na competição em 1996, em Atlanta. Neles, com a largada individual em intervalos de 90 segundos, é necessário percorrer um trajeto pré-determinado no menor tempo possível.

Nessas provas, são usadas bicicletas com quadros de carbono e outros materiais leves para evitar que o peso chegue a 7kg. Além disso, o guidão é baixo, dando ao ciclista uma aerodinâmica mais favorável. Os equipamentos atuais contam com até 20 marchas, utilizados em todos os tipos de trechos, como subidas, descidas e terrenos planos.

Fontes: Brasil 2016, Cidade Olímpica e Confederação Brasileira de Ciclismo.

 
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