A noção do grafite como linguagem artística se dá com o movimento hip-hop, surgido nos Estados Unidos nos anos 1980. Para os amantes dessa cultura, pintar com tinta spray tem o mesmo peso que dançar como um b-boy (dançarino de break), improvisar como um MC (mestre de cerimônias) ou tocar como um DJ.
O grafite determina a estética de videoclipes, capas de disco, figurinos de artistas, revistas e programas de televisão. Muitos associam o interesse dos jovens norte-americanos pelo grafite nessa época à crise por que passavam a academia de belas artes e as escolas de arte em geral. Entediados com a vida nas universidades, muitos estudantes trocaram os livros pelas ruas, com a certeza de que lá, livres dos cânones formais, tinham muito mais a aprender.
Jean-Michel Basquiat e Keith Haring foram os primeiros grafiteiros a conquistar o reconhecimento do circuito de arte. Ambos beberam na fonte de Andy Warhol, o pai da pop art, e viveram ao máximo seus 15 minutos de fama. Morreram precocemente, em decorrência das drogas e da Aids, respectivamente.