O conceito de civilização deixou de ser o valor fundamental, sendo substituído pela ideia do progresso.
Nos anos finais do século XIX e no alvorecer do XX, inúmeras novidades, responsáveis por mudanças políticas importantes, alcançaram o Rio de Janeiro. Trajetórias foram percorridas em torno de projetos políticos diferentes, em meio a soluções distintas, até o momento em que vozes deram vivas à República proclamada na cidade, então Distrito Federal. “A República passara do sonho à realidade”, segundo palavras do historiador José Maria Bello.
O novo poder se instalou no Brasil com um Executivo forte e intervencionista, pretendendo conduzir o país para o que se entendia, na época, como modernidade. Distintamente do Império, com o advento da República o conceito de civilização deixou de ser o valor fundamental, sendo substituído pela ideia do progresso, que continha o sentido de desenvolvimento material.
Eram tempos em que alguns dos que participaram do processo de mudança do regime político pensavam que o Brasil não acompanhava o ritmo acelerado do século XX, que estreava em promessas, ao menos para aqueles “que moravam nas grandes cidades e tinham o dinheiro para gozar os seus benefícios”, no dizer de Margarida de Souza Neves. Palavras como república, trabalho livre, indústria, imigração e reformas urbanas passaram a ser protagonistas no cenário do Rio de Janeiro, tido como “o grande laboratório onde se experimentavam as reformas que anunciavam os novos tempos”, conclui a historiadora.