A trajetória de Nelson Mandela reflete a incansável luta de um líder africano negro contra o regime de segregação racial instituído na África do Sul no final da década de 1940, e que durou mais de 40 anos. Após 27 anos na prisão, acusado de sabotagem pela minoria branca que governava o país, Mandela comemorou a liberdade junto a uma multidão que o aguardava nas ruas e que faria dele o primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul e, também, o primeiro chefe de Estado negro do país.
Mandela morreu em 2013, aos 95 anos, e é visto em todo o mundo como símbolo de luta pela igualdade racial e pela defesa dos direitos humanos. Recebeu muitas homenagens, como o Dia Internacional de Nelson Mandela (18 de julho, data de seu nascimento), criado em 2009 pela Organização das Nações Unidas (ONU) em reconhecimento a sua contribuição para a cultura da paz e da liberdade.
Vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1993, acreditava na Educação como a arma mais poderosa para mudar o mundo. O líder sul-africano dá nome a um Ciep localizado no bairro de Campo Grande (9ª CRE), no Rio de Janeiro, fundado em 1988 e inaugurado em 1991, com a presença do ilustre patrono.
O início da trajetória de Mandela
Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, no povoado de Mvezo, na província do Cabo Oriental, na África do Sul. Foi um dos poucos membros de sua família a frequentar a escola e perdeu o pai quando tinha a idade estimada de 12 anos. Em sua educação primária, recebeu o nome de Nelson. Devido à colonização inglesa, era comum, na época, que professores atribuíssem nomes cristãos ou dessa nacionalidade aos alunos. Futuramente, também viria a ser conhecido como Madiba, nome do clã ao qual pertencia.
Estudou Direito e, junto com Oliver Tambo, fundou o primeiro escritório de advocacia comandado por negros da África do Sul, em 1952.
Seu envolvimento maior com a política se deu em 1944, quando fundou a ala jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), organização na qual se destacou como líder na luta de resistência ao apartheid.
O apartheid na África do Sul e a prisão de Mandela
A presença europeia na região da África do Sul vinha desde o século XV, quando navegantes portugueses buscavam uma rota para o Oriente. Nos anos seguintes, franceses, holandeses e britânicos se estabeleceram por ali.
Desde as primeiras décadas do século XX, esses imigrantes europeus e seus descendentes editaram normas racistas que restringiam o direito de negros e de mestiços ao livre deslocamento, à propriedade de terra e ao voto. No entanto, em 1948, essas restrições foram isso foi instituídas como política – o apartheid –, que vigorou até o início dos anos 1990.
Para se ter uma ideia de algumas medidas instauradas por esse regime de segregação, casamentos inter-raciais foram proibidos, a população foi classificada em grupos raciais (identificados em seus documentos) e negros não podiam frequentar as mesmas calçadas, praias ou escolas que os brancos, nem sequer usar o mesmo ônibus.
Além disso, na década de 1950, alegando a intenção de criar estados negros independentes, o governo removeu mais de 60 mil sul-africanos para regiões localizadas fora dos centros urbanos, espécies de guetos, onde foram confinados em um distrito chamado Soweto, acrônimo de South Western Townships (municípios do sudoeste, em Português), que ficaria famoso como símbolo de resistência ao regime.
Mandela tornou-se um dos líderes na luta contra o apartheid e uma das grandes vozes do CNA. O partido foi colocado na ilegalidade pelo governo após manifestantes negros protestarem pacificamente contra leis segregacionistas no bairro de Sharpeville (na cidade de Johanesburgo). A repressão violenta das forças policiais do regime levou a um massacre que acabou com 69 mortos, em 1960.
No ano seguinte, a África do Sul se autoproclamou república e Mandela e seus companheiros do movimento negro ameaçaram marcar a data com uma série de greves, manifestações e atentados. Em 1962, o líder foi preso e, depois de novamente julgado, em 1964, condenado à prisão perpétua.
Da prisão à Presidência
Durante os 27 anos em que esteve na prisão, Mandela recusou ofertas de libertação, que condicionavam sua liberdade à desistência da luta. Cumpriu a pena como forma de protesto e viu seu prestígio crescer consideravelmente no país e no mundo.
O movimento de resistência seguiu firme na África do Sul, a pressão internacional cresceu e embargos comercias foram impostos por diversos países nos anos 1980. Em 1989, o então presidente Frederik de Klerk iniciou articulações para que, em fevereiro de 1990, Mandela saísse da prisão.
Nas ruas, uma multidão o aguardava e, em seu primeiro discurso em liberdade, ele relembrou suas próprias palavras, proferidas no julgamento de 1964: “Defendo o ideal de uma sociedade livre e democrática onde as pessoas vivam em harmonia, com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual desejo viver e atingir. Mas se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer."
O governo revogou as leis do apartheid e, em 1993, Mandela e Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pela transição política sem violência. O CNA voltou a ser permitido e, em 1994, Mandela foi o primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul, colocando um fim ao regime de segregação racial.
Mandela pregava o perdão e a reconciliação, negando uma política de vingança contra os brancos. Queria construir, em suas palavras, uma “nação arco-íris”, de todas as cores, de todas as raças, em que negros e brancos pudessem caminhar de cabeça erguida.
Unificou o país, criou uma nova constituição e governou até 1999, sem tentar um segundo mandato. Em seu governo, introduziu programas sociais e econômicos para elevar a qualidade de vida da população negra da África do Sul. Mesmo afastado da presidência, envolveu-se em projetos ligados à Educação e à conscientização e ao combate da AIDS, doença para a qual perdeu um de seus filhos. O líder sul-africano acreditava que uma das maneiras mais poderosas de crianças e jovens adultos adquirirem valores seria vendo indivíduos que eles admiram e respeitam exemplificando esses valores em sua conduta pessoal.
Mandela casou-se três vezes, teve quatro filhos e duas filhas. Com saúde frágil, após enfrentar um câncer de próstata e complicações decorrentes de problemas pulmonares, faleceu no dia 5 de dezembro de 2013. Recebeu homenagens, tributos e prêmios de instituições de diferentes áreas, como Educação, Cultura e Esportes.
Em dezembro de 2015, a ONU ampliou as ações do Dia Internacional de Nelson Mandela (18/7) para promover condições humanas de encarceramento , adotando Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, conhecidas como Regras de Nelson Mandela.
Fontes:
https://www.nelsonmandela.org/
http://nacoesunidas.org
http://atom.nelsonmandela.org
Portal Geledés - Instituto da Mulher Negra
The origins and legacy of Apartheid in South Africa, Nexo Jornal.
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