Angélica é coordenadora de Saúde no Ginásio Experimental Olímpico Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa, 1ª CRE, e se orgulha de enumerar o êxito dos alunos.
Somente em 2015, oito deles representaram o estado do Rio de Janeiro em competições nacionais: quatro no campeonato brasileiro de atletismo, dois no tênis de mesa, um no xadrez e um na natação; além de Phelipe dos Santos, vice-campeão sul-americano e bicampeão brasileiro de luta olímpica.
Resultado gratificante para quem trabalha em uma unidade escolar cuja missão é formar não apenas alunos, mas também atletas e cidadãos. O GEO de Santa Teresa atende 527 crianças e adolescentes e é o primeiro criado pela Prefeitura, em 2012. Existem, atualmente, mais três – no Caju, em Pedra de Guaratiba e na Ilha do Governador.
Na escola, Angélica é responsável pela disciplina de Promoção da Saúde. Nela, aborda quatro assuntos principais: alimentação, autocuidado, sexualidade e cuidado com o outro. “Esses pontos deveriam ser dados em toda unidade escolar porque fazem parte da formação cidadã”, afirma a professora.
Pilares da Promoção da Saúde
O GEO atende crianças do 6º ao 9º ano, ou seja, que entram aos 11 anos e saem com até 16, dependendo do caso. Por isso, é fundamental que aprendam sobre como se alimentar de forma saudável, evitando comida processada, como macarrão instantâneo – item frequente na alimentação familiar e muito apreciado pelas crianças, inclusive as oriundas de escolas particulares –, refrigerantes e biscoitos industrializados.
No Ginásio, há uma horta mantida pelos estudantes e que, em época de colheita, fornece legumes e verduras para o almoço na escola. Eles contam, ainda, com outras quatro refeições todos os dias. E, na busca por uma nutrição menos industrializada, há aulas em uma cozinha experimental, onde todos aprendem a preparar receitas saudáveis.
Quando o assunto é autocuidado, o que se procura é passar informações sobre higiene corporal - por exemplo, a importância de tomar banho depois de se exercitar, entre outros hábitos. O tema sexualidade trata de questões como DSTs e Aids e prevenção de gravidez.
O cuidado com o outro aborda a não violência e a cultura de paz nas escolas e fora delas. Angélica ressalta que agressão física de nenhuma espécie é tolerada no GEO Samaranch – nem mesmo um tapa ou chute – e (cyber)bullying é motivo para discussão em sala de aula, com a turma em que aconteceu o episódio a ser enfrentado.
Trajetória profissional
Angélica Carvalho trabalha há 30 anos na Rede Municipal de Educação. Cursou a Escola Normal, fez concurso e começou a lecionar para o primeiro segmento, no bairro da Pavuna, em 1985. Depois, foi transferida para a E.M. Bahia, em Bonsucesso (4ª CRE). Nessa escola, começou a trabalhar na área administrativa – o que seria a tônica dos anos seguintes.
Passou pela SME, na Divisão de Direitos e Vantagens; depois, na Secretaria de Meio Ambiente, onde permaneceu na área de pessoal e administração. Após 13 anos na Secretaria de Meio Ambiente, quis voltar a trabalhar diretamente com educação. Em um primeiro momento, conseguiu ir para o Centro de Educação Ambiental, responsável por projetos de reflorestamento nas encostas das favelas, no regime de mutirão. Angélica chegou a gerenciar mais de cem agentes comunitários no plantio de árvores e na limpeza de rios em comunidades cariocas.
A volta à sala de aula começou com o retorno à SME, no projeto Saúde e Meio Ambiente e, posteriormente, no Saúde nas Escolas, que propõe o diálogo com as secretarias de Saúde e Assistência Social e a ampliação do público atendido desde a creche. Angélica conta que estimulava esse diálogo intersetorial em cada CRE, onde criou núcleos locais para o projeto Saúde nas Escolas, e era responsável por sua gerência.
Ginásio Olímpico
Em 2012, quando o GEO Samaranch foi criado, ela se candidatou à vaga disponível para a Sala de Leitura, mas o diretor José Edmilson preferiu aproveitar sua experiência no setor de saúde e a encarregou de coordenar essa área junto aos estudantes.
Era tudo o que ela queria: voltar à escola com a experiência administrativa conquistada, antes de se aposentar – o que deve acontecer nos próximos quatro anos, no máximo.
Não é à toa que Angélica vive a promover parcerias entre o GEO e entidades que querem ver o projeto crescer, sejam universidades, como Uerj, UFRJ, Estácio e PUC-Rio, seja o Dentistas do Bem - rede de profissionais voluntários que proporciona atendimento odontológico gratuito - ou, ainda, o grupo Lions do Brasil, que doa óculos para os alunos com dificuldade de visão. O trabalho em conjunto com o Posto de Saúde Ernani Agrícola é uma constante. E, dessa maneira, a escola aprende como financiar a cozinha experimental junto à Faperj, e o Laboratório de Ciências ganha modelos de células e de aparelhos do corpo humano – respiratório, circulatório, etc. –, enfim, equipamentos especiais, que dificilmente chegariam pelas vias normais sem a criatividade e o empenho de Angélica Carvalho.
A coordenadora percorre incansavelmente cada canto do Ginásio, conversando com os alunos, que a procuram para tudo, desde pedir um chá de boldo para curar uma dor de cabeça até orientações gerais em seu cotidiano.
Criança floresce com estrutura familiar e escola
Quando perguntada sobre como passa suas horas de lazer, Angélica sorri e diz que não tem muito tempo para hobbies, pois, além do trabalho, optou, em 2014, por adotar dois alunos do GEO que estavam em situação de risco. Ela tornou-se responsável pelos adolescentes – um menino e uma menina –, com guardas definitivas obtidas junto à 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.
Ambos concluíram o 9º ano em 2015 e passaram para o Ensino Médio no colégio federal Pedro II. O menino conseguiu se tornar atleta federado na natação do Botafogo e a menina, no judô do Fluminense.
Outra história difícil com rumos mais prósperos é a do aluno A., que entrou no GEO com 11 anos e foi abandonado pela mãe, sendo depois adotado pela família de uma professora de lá. Quando A. chegou ao GEO, no 6º ano do Ensino Fundamental, não sabia escrever o próprio nome de modo correto, nem conhecia o alfabeto todo. Como ele mesmo diz, a família que o adotou o ensinou, entre outras coisas, a estudar, e, com essa bagagem, A. passou este ano para todas as escolas federais do Rio que oferecem o Ensino Médio – Pedro II, IFRJ, Cefet e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Fiocruz), optando, depois de visitar cada uma, pela última.
É por histórias como essas que Angélica faz questão da presença dos responsáveis nas reuniões de pais, dando inclusive um horário alternativo, à noite, para que compareçam. “Se os pais, mesmo depois de não virem repetidas vezes, nem atenderem a comunicados da escola para conversar, não aparecem no Ginásio, notificamos o Conselho Tutelar, porque a família tem que estar junto ao aluno para que ele vá bem.”
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