A Coroa portuguesa sempre acreditou na existência de metais preciosos em sua colônia e o sonho de encontrá-los nunca desapareceu. Ao contrário, foi alimentado por lendas e notícias que falavam da "costa do ouro e da prata", do "Eldorado" e da existência da misteriosa "Sabarabuçu", serra de prata e de esmeraldas.
As primeiras entradas ao sertão datam da época da expedição de Martim Afonso de Sousa. Durante os séculos XVI e XVII, colonizadores e colonos de outras capitanias participaram nas pesquisas de minerais preciosos, e inúmeras entradas partiram de diferentes pontos do litoral: Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Ceará. Ainda no século XVI, os vicentinos descobriram ouro de lavagem na própria capitania de São Vicente e, explorando o litoral sul, alcançaram os atuais estados do Paraná e Santa Catarina.
O governador-geral D. Francisco de Sousa (1599-1602) estimulou a procura de riquezas minerais. Atraído pelo ouro de aluvião e acreditando na existência de metais preciosos no interior da colônia, intensificou diretamente as expedições em busca de ouro, prata e pedras preciosas.
Na segunda metade do século XVII, após a União Ibérica, o Reino português passava por grave crise econômica, acentuada pela decadência do açúcar brasileiro nos mercados europeus, depois da expulsão dos holandeses. Tornava-se necessário encontrar novas fontes de renda, que propiciassem lucros à Coroa. Os reis da dinastia de Bragança, iniciada com Dom João IV, passaram a incentivar o envio de expedições ao sertão em busca de metais preciosos.
Assim, as bandeiras paulistas, por disposições expressas em Cartas Régias, passaram a buscar os lendários tesouros do sertão. Estimulado pelas promessas de prêmios e de honrarias (títulos de nobreza), o bandeirante Fernão Dias Paes, famoso apresador de índios, partiu de São Paulo em 1674, à procura de prata e esmeraldas. Conhecido, posteriormente, como o Caçador de Esmeraldas, percorreu durante sete anos os sertões do atual estado de Minas Gerais, das cabeceiras do Rio das Velhas até a zona de Serro Frio.
De sua bandeira faziam parte seu filho, Garcia Rodrigues Paes, Matias Cardoso de Almeida, seu genro, Manuel Borba Gato e seu filho bastardo, José Dias Paes. Por onde passavam iam erguendo pousos (lugares para acampamento), que se transformaram em arraiais como Paraopeba, Sumidouro do Rio das Velhas, Roça Grande e Serro Frio. Durante a expedição, houve uma tentativa de revolta por parte de José Dias Paes, que, acusado de traição, foi condenado à morte e enforcado. Já Fernão Dias morreu acreditando ter descoberto esmeraldas, quando, na verdade, só descobrira turmalinas, pedras verdes sem grande valor. No entanto, sua bandeira foi importantíssima porque desbravou o território de Minas Gerais, onde, pouco mais tarde, no final do século XVII, seria descoberto ouro.